Conheça a história das 10 mulheres guerreiras que mudaram a História

02/04/2019 às 03:007 min de leitura

Não importa se ela é mãe, dona de casa, estudiosa, trabalhadora, um espírito livre ou todas essas opções ao mesmo tempo, toda mulher tem um pouco de guerreira dentro de si. E por mais sexista que a sociedade e a história tendam a ser, muitas dessas lutadoras conseguiram conquistar espaço e subir acima de todos os homens, mudando completamente o rumo de batalhas e a situação de países inteiros.

Na lista a seguir, você confere quem foram as mais famosas mulheres guerreiras da história, desde o início da era cristã até a Segunda Guerra Mundial. Indo das irmãs que se opuseram às forças esmagadoras do Império Chinês e da responsável pela criação de uma extensa rede de ninjas do sexo feminino até a icônica Joana d’Arc e a melhor atiradora de elite conhecida, conheça os feitos dessas incríveis combatentes.

1 – As irmãs Trung (século I)

Trung Trac e Trung Nhi nasceram durante o período de 1 mil anos em que o Vietnã permaneceu sob ocupação do Império da China, testemunhando desde a infância os abusos e o controle ferrenho sofrido por seus compatriotas. Após sofrerem uma tragédia particularmente pessoal, elas se armaram e conseguiram derrotar uma unidade chinesa local.

O feito inspirou os vietnamitas a seguir sua liderança e, então, as irmãs Trung conseguiram formar um exército com cerca de 80 mil combatentes, delegando as posições mais elevadas de comando a mulheres de sua confiança. As forças da população não somente conseguiram expulsar os chineses no ano 40, mas também elegeram a irmãs como suas rainhas e conseguiram resistir ao retorno dos soldados da China por dois anos.

Eventualmente, os chineses formaram um grande exército para derrotá-las e, segundo a lenda, os soldados inimigos foram nus ao campo de batalha para envergonhas as mulheres. Diante de sua derrota iminente, as rainhas Trung se suicidaram por afogamento no rio Hát para preservar sua honra. Hoje, as irmãs são consideradas heroínas nacionais do Vietnã.

2 – Boudicca (século I)

Quando o rei de Norfolk, no norte da Inglaterra, morreu em batalha, ele declarou que seu reino deveria ser governado conjuntamente por sua esposa Boudicca, suas filhas e por Roma, mas os romanos não respeitaram a decisão e tomaram controle total, açoitando a rainha e estuprando suas descendentes. Revoltada, a governante liderou uma rebelião contra as forças de ocupação do Império Romano.

Sob suas ordens, o exército popular obteve diversas vitórias contra Roma e chegou a destruir completamente a cidade de Camulodunum (que hoje se chama Colchester). Relatos de romanos afirmam que as forças britânicas não faziam prisioneiros, executando todas as pessoas que encontravam em seu caminho. Ironicamente, hoje a rebelde anti-imperialista serve como símbolo do Império Britânico e sua estátua vigia a cidade que ela demoliu.

3 – Septima Zenobia (século III)

Responsável pelo governo da Síria do ano 250 até 275, Zenobia liderou seus exércitos montada em um cavalo e usando uma armadura completa para derrotar as legiões romanas sob o reino de Claudio. A vitória dela foi tão decisiva que seus inimigos tiveram que bater retirada de boa parte da Ásia Menor, ao passo que a Arábia, Armênia e Pérsia se tornaram seus aliados quando ela se declarou rainha do Egito por direito de ancestralidade.

O sucessor de Claudio, Aureliano, enviou suas legiões mais experientes para derrubar Zenobia, mas mesmo assim precisou de quatro anos de batalhas e cercos que a cidade capital de Palmyra fosse tomada e sua governante aprisionada. A rainha foi acorrentada e exibida nas ruas de Roma junto a nove outras líderes aliadas antes de ser exilada em Tibur (hoje Tivoli) – suas filhas, no entanto, se casaram com membros de famílias influentes no império romano.

4 – Tomoe Gozen (séculos XII e XIII)

Considerada a samurai feminina mais famosa de todos os tempos, Tomoe contrariou as convenções e insistiu em combater junto a seus companheiros homens da guerra de Genpei, onde seus feitos deram a ela uma posição essencial na defesa da causa japonesa. Sua habilidade com espadas e arcos era considerada lendária e alguns contos chegam a afirmar que ela era capaz até mesmo de montar cavalos indomados enquanto descia de desfiladeiros.

5 – Tamar da Geórgia (séculos XII e XIII)

Filha do rei Giorgi III, Tamar possuía tamanha inteligência que foi reconhecida por seu pai como regente adjunta e herdeira legítima de seu governo. Ao assumir a coroa, ela suprimiu a oposição da aristocracia contra uma mulher no poder e se declarou rei da Geórgia, abandonando o título de rainha por passar uma imagem de menor poder.

Com o passar do tempo, ela derrotou quase todos os Estados islâmicos vizinhos e sua reputação cresceu e ela chegou a ser considerava por seu povo como “Rei dos Reis e Rainha das Rainhas”. Tamar participava ativamente como comandante militar do seu exército e levou seu reino ao ápice de seu poder político, econômico e cultural. Sua vitória final contra a aristocracia foi proteger seus súditos comuns contra os abusos da nobreza.

6 – Joana d’Arc (século XV)

Sofrendo de visões com Deus e seus anjos desde os 13 anos de idade, a jovem Joana d’Arc certo dia foi até o ainda não coroado rei da França, Carlos VII, convencendo-o a deixá-la enfrentar a invasão britânica durante a Guerra dos Cem Anos. Enviada para o cerco dos inimigos contra a cidade de Orléans, ela conseguiu rompê-lo em apenas nove dias e provou seu valor como estrategista e guerreira.

Após liderar diversas outras ágeis vitórias, Joana levou Charles VII ao trono e se tornou a primeira pessoa da história a comandar todo o exército de uma nação com apenas 17 anos de idade. Mesmo depois de sofrer feridas em seu pescoço e cabeça, ela continuou acumulando vitórias para a França até que foi capturada e julgada herege por uma falsa corte católica, que a queimou viva.

Posteriormente, o julgamento da “donzela de Orléans” foi declarado inválido pelo Papa e ela foi canonizada muitos anos depois. Hoje, Joana d’Arc se tornou uma das mulheres guerreiras mais famosas do mundo e é considerada a santa padroeira da França.

7 – Isabel I de Castela (séculos XV e XVI)

Coroada rainha de Castela, na Espanha, após uma árdua guerra de sucessão, Isabel criou a Santa Irmandade com o intuito de diminuir a grande quantidade de bandidos que tomaram as estradas do país após o conflito entre os aspirantes a regentes. Depois, ela passou a acompanhar de perto as campanhas militares de seu marido, Fernando de Castela, e participou diretamente da expulsão dos mouros de seu território.

Anos depois, a rainha deu crédito às ideias de Cristóvão Colombo, mesmo contra os conselhos dos membros da corte e cientistas da época, ajudando a financiar a viagem que resultaria no que ficou conhecido como o descobrimento da América. Por fim, Isabel foi uma das signatárias do famoso Tratado de Tordesilhas, que dividia o “Novo Mundo” entre espanhóis e portugueses.

8 – Mochizuki Chiyome (século XVI)

Esposa do samurai Mochizuki Nobumasa, Chiyome frequentemente ficava aos cuidados do senhor feudal (daimyo, em japonês) Takeda Shingen enquanto seu marido estava liderando forças em batalhas. Quando ficou sabendo que Nobumasa havia morrido em combate e sabendo dos rumores de que sua protegida seria descendente do clã ninja de Koga, o soberano deu uma missão especial para a viúva.

Chiyome ficou responsável pelo recrutamento e treinamento de uma rede secreta de kunoichi (mulheres ninja), que agiriam como agentes secretas. Além de entregarem mensagens codificadas para aliados do daimyo, elas eram responsáveis por obter informações sobre adversários, seduzi-los para se aproximarem deles e, quando necessário, assassiná-los. Pouco tempo depois, acredita-se que a rede oculta chegou a contar com algo entre 200 e 300 ninjas.

Sob as ordens de sua líder, a organização serviu ao senhor feudal até sua misteriosa morte, em 1573. Mochizuki Chiyome ficou tão famosa que se tornou uma espécie de ícone cultural no Japão, aparecendo como personagem de jogos como Red Ninja: End of Honor, Samurai Warriors e Sangoku Heroes, entre outros.

9 – Rani Lakshmibai (século XIX)

Frequentemente considerada a versão indiana de Joana d’Arc, Lakshmibai também veio repentinamente de origens humildes para acabar com a festa dos britânicos. A famosa Companhia das Índias Ocidentais, de origem inglesa, tentou anexar seu território em Jhansi por meio de suborno, mas ao receber a recusa a empresa resolveu que era a hora de usar a força.

O que eles não sabiam era que Lakshmibai havia sido instruída por seu pai a combater usando machados, espadas e até mesmo cavalos treinados para pular sobre fogo. Liderando uma série de rebeliões furiosas, ela defendeu seu território com toda a força até ser morta com pouco mais de 20 anos de idade, tornando-se uma mártir para o movimento de independência da Índia.

10 – Lyudmila Pavlichenko (século XX)

Nascida na Rússia em plena Primeira Guerra Mundial, Lyudmila se mudou com sua família para Kiev aos 14 anos de idade, onde então passou a trabalhar como lixadora em uma fábrica de armamentos e entrou em um clube de tiro de uma organização paramilitar soviética. Seu hobby como atiradora continuou mesmo após ela ter concluído um mestrado em história na Universidade de Kiev.

Durante a Segunda Guerra Mundial, ela continuava estudando quando os alemães começaram sua invasão à União Soviética. Pavlichenko então se apresentou como um dos primeiros voluntários no escritório de recrutamento militar e, recusando a função se enfermeira, tornou-se uma das 2 mil mulheres atiradoras de elite do exército vermelho – das quais somente cerca de 500 sobreviveram à guerra.

Após pouco mais de um ano no conflito, Lyudmila acumulou a contagem de 309 mortes confirmadas, entre as quais estão 39 snipers inimigos. Em junho de 1942, no entanto, ela foi ferida por um tiro de morteiro e foi afastada dos combates. Além de se tornar major, instrutora de atiradores de elite e ser a primeira cidadã soviética a ser recebida por um presidente dos EUA na Casa Branca, Pavlichenko foi condecorada com a Estrela Dourada do Herói da União Soviética.

Menções honrosas

Além das grandes mulheres citadas ao longo desta lista, muitas outras guerreiras também marcaram seus nomes na história do mundo. Confira a seguir algumas delas:

  • Amelia Earhart: a mais famosa aviadora dos Estados Unidos;
  • Anna Yegorova: pilota e heroína da União Soviética na Segunda Guerra Mundial;
  • Agustina de Aragón: a “Joana d’Arc espanhola”, ela impediu que os franceses ocupassem Saragossa durante o período napoleônico;
  • Anne Bonny: a mais infame capitã pirata;
  • Caterina Sforza: tirana da Itália medieval que submetia seus inimigos a torturas cruéis
  • Ching Shih: a pirata que comandou uma frota de navios tão poderosa que derrotou a Marinha Imperial da China;
  • Elizabeth Bathory: condessa da Transilvânia e inspiração para o mito do vampiro Drácula;
  • Flora Sandes: a única mulher britânica a servir em combate na Segunda Guerra Mundial;
  • Genevieve de Galard: o “anjo de Dien Bien Phu”;
  • Grace O’Malley: a “rainha pirata de Connaught”;
  • Hannah Dustom: colona norte-americana que escapou de seus captores matando a todo com um machado;
  • Hawa Abdi: a ginecologista que salvou milhares de vidas e lutou como milícias na Somália por 30 anos;
  • Isabella da França: a rainha britânica que depôs e executou o rei;
  • Jacqueline Cochran: uma das pilotas mais bem sucedidas da história;
  • Jeanne Hachette: a garota adolescente que defendeu sua cidade usando uma machadinha;
  • Jennie Irene Hodges: também conhecida por seu disfarce Albert Cashier, soldado da União na Guerra Civil norte-americana;
  • Jennifer Musa: a rainha irlandesa do Baluchistão;
  • Khawla Bint Al-Azwar: heroína guerreira da expansão islâmica;
  • Lozen: guerreira e líder dos apaches que era habilidosa com armas, remédios e profecias;
  • Lydia Litvyak: a primeira mulher da história a vencer uma batalha aérea sozinha;
  • Marie Colvin: a correspondente de guerra que encarou incontáveis regiões de conflito;
  • Matilda de Canossa: princesa-guerreira italiana que serviu como guarda pessoa do Papa;
  • Milunka Savic: a soldada mais condecorada da história;
  • Nina Onilova: a órfã ucraniana que aterrorizou os nazistas com sua metralhadora;
  • Nzinga Mbande: a rainha-guerreira africana que aterrorizou os portugueses e bebia o sangue de seus inimigos;
  • Princesa Pingyang: uma jovem de 20 anos que liderou um exército de camponeses contra o imperador da China;
  • Rukhsana Kauser: a fazendeira indiana de 18 anos que derrotou seis terroristas armados com metralhadoras;
  • Tomyris: rainha-guerreira dos massegateanos que derrotou o líder de um grande império antigo.

E aí, sabe de mais alguma grande mulher cujos feitos ficaram registrados nos livros de história e mudaram o curso do mundo? Deixe sua contribuição nos comentários.

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