Confira alguns fatos e curiosidades sobre as cobras cascavéis

20/10/2018 às 02:004 min de leitura

Você alguma vez na vida se deparou com uma cascavel balançando o seu chocalho e pronta para dar o bote? Se isso não aconteceu, você é uma pessoa de sorte. Essa serpente peçonhenta dos gêneros Crotalus e Sistrurus existe em todo o continente americano, sendo bastante comum no Brasil.

Em nosso país, essa grande cobra (no caso a espécie Crotalus durissus) está em segundo lugar no ranking das mais venenosas — a primeira é a coral-verdadeira. Porém, a sua abrangência está mais concentrada no sudoeste dos Estados Unidos e norte do México, segundo um artigo de Jessie Szalay, do Live Science.

Característica famosa

É claro que, quando se fala de cascavel, logo nos lembramos daquele barulhinho pavoroso que ela faz com o chocalho na ponta de sua cauda. Esse som emitido por ela é um sinal de alerta altamente eficaz que sinaliza para os inimigos se manterem bem longe e evitarem confrontos, incluindo humanos.

Esse guizo é formado a partir das trocas de pele do réptil. Por alguma razão, as cascavéis não saem completamente de sua pele antiga, e parte dela fica enrolada no final de seu rabo, formando vários anéis. Com o tempo, essa formação ressecada forma os guizos que são ativados quando a cobra vibra a cauda.

É bastante comum pessoas relacionarem o número de anéis como identificação da idade da cascavel. Porém, essa forma é equivocada, pois elas são capazes de trocar de pele de duas a quatro vezes por ano, variando muito de animal para animal. Além disso, as serpentes mais velhas podem perder alguns anéis com o tempo.

Além do chocalho, as cascavéis também são conhecidas por um tipo de chiado que emitem, que também serve como sinal de alerta. De acordo com o que a especialista Sara Viernum falou ao Live Science, esse processo do chiado ocorre quando uma cobra expele o ar da glote com força no interior da garganta.

"Isso faz com que as estruturas dentro da glote vibrem, criando o som de assobio”, disse Sara, que afirmou ainda que o pulmão funcional da cobra tem grande capacidade e que quando ela sibila, o seu corpo pode inflar ou desinflar, evidenciando assim mais um comportamento de alerta contra predadores.   

Tamanho e aparência

Uma característica bastante marcante do corpo da cascavel é a sua grande cabeça triangular. Em se tratando de tamanho, o animal pode ter até 1,8 metro de comprimento, alcançando no máximo dois metros, dependendo da espécie — a maior é a cascavel-diamante-oriental, que vive na América do Norte e pode pesar até 4,5 quilos.

As cascavéis, em geral, são bastante corpulentas, tendo a pele estriada em uma variedade de cores e padrões. A maioria é padronizada com losangos ou hexágonos escuros, que são sobrepostos em um fundo mais claro.

Uma função importante da pele é a sensação de mudanças na temperatura do ar, que podem orientar as cobras em direção a locais mais quentes para se abrigar. Todas as cobras são animais ectotérmicos, ou seja, para manter uma temperatura corporal estável, elas trocam calor com o ambiente externo.

A pele das cascavéis também serve como camuflagem. Como podemos observar, essas cobras geralmente não têm cores brilhantes e marcantes, como vermelho, amarelo, verde em tom vivo ou azul. A maioria delas têm tons terrosos, que são capazes de se assemelhar com o ambiente em que vivem, confundindo presas e predadores.

Órgãos sensoriais

Como a audição da cascavel é ineficaz, outros sentidos são mais aguçados. Por exemplo, elas são capazes de captar vibrações na superfície, que passam do esqueleto para o nervo auditivo.

Além disso, o olfato é bastante "afiado", sendo que elas podem ser estimuladas tanto através de suas narinas quando através da língua, que carrega glândulas olfativas para o órgão de Jacobson, que fica no céu da boca.

As cascavéis, assim como outras cobras da família Viperidae, possuem fossetas loreais, que ficam localizadas entre os olhos e as narinas. Essas aberturas são conectadas diretamente ao encéfalo da serpente, sendo utilizadas para detectar presas, cuja temperatura é maior que a do ambiente circundante.

Por isso, mesmo na escuridão, a cascavel é capaz de caçar facilmente uma presa (como um rato) por conseguir detectar o calor do animal com as suas fossetas loreais. Se ela utilizasse somente a visão, isso não aconteceria, pois as cascavéis também não têm olhos muito eficientes.

Habitat e alimentação

Além de ambientes de cerrado, as cobras cascavéis também são abundantes em locais desérticos, podendo ainda aparecer em pastagens, campos ou montanhas rochosas. Essas serpentes também são encontradas em zonas pantanosas do sudeste dos Estados Unidos. Resumindo, elas são bastante “ecléticas” em se tratando de habitat. Portanto, amigo, fique atento com onde você pisa.

Segundo o Live Science, as cascavéis costumam passar algum tempo em tocas ou fendas nas rochas. Algumas que vivem em climas mais frios são capazes de hibernar durante o inverno.  Ao deixar a toca, essas serpentes gostam de curtir um solzinho em lugares abertos. Embora não sejam exatamente animais noturnos, nos meses quentes do verão elas costumam ser mais ativas à noite.

Na parte da dieta da cascavel, os seus pratos favoritos são pequenos roedores e lagartos. Elas ficam só de butuca, à espreita, até que uma vítima se aproxima. Então, ela ataca em um bote muito rápido, que pode durar apenas cinco décimos de segundo, de acordo com o Zoológico de San Diego.

Com o ataque, seu veneno paralisa a presa, que depois é engolida praticamente inteira. Dependendo do tamanho do alimento, o processo digestivo pode levar vários dias. Por causa disso, essas cobras podem se esconder durante esse tempo de digestão para se manter seguras e também dar aquela descansada depois do banquete. Afinal, ninguém é de ferro.

Reprodução

As cascavéis são animais ovovivíparos, ou seja, os ovos são chocados dentro da própria mãe, que é capaz de armazenar espermatozoides do macho durante meses antes de fertilizar os óvulos.

Depois da fertilização, ela carrega os filhotes por cerca de três meses. Assim que eles estão prontos e nascem, é cada um por si, pois as mães cascavéis não passam tempo com os bebês, liberando-os diretamente para a vida selvagem. Os animais dessa espécie vivem normalmente de 10 a 25 anos.

As temidas picadas

Quando não está caçando, a cascavel só costuma atacar ao se sentir ameaçada. Nos casos de ataques aos seres humanos, pouca gente é desprovida de inteligência o suficiente para ficar mexendo com a serpente com o simples objetivo de que ela ataque, não é verdade? A maioria dos ataques se dá por pessoas que pisaram nas serpentes sem perceber.

Apesar do veneno da cascavel ser bastante forte, as mortes não são tão frequentes, pois com o atendimento rápido e adequado com o soro antiofídico, os casos geralmente não se tornam graves.

O veneno dessa espécie pode ser composto de hemotoxinas, que atacam o sangue e o tecido muscular, ou de neurotoxinas, que atacam o sistema nervoso, causando problemas de visão, dificuldade para engolir e falar, fraqueza muscular, dificuldade respiratória e insuficiência pulmonar.

*Publicado em 13/1/2015

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