Astrônomos capturam imagens mais nítidas do espaço com um novo aparelho

06/09/2013 às 06:392 min de leitura

Astrônomos da Universidade do Arizona, do Carnegie Observatory (ambos nos Estados Unidos) e do Osservatorio Astrofisico di Arcetri (na Itália) desenvolveram um novo tipo de câmera – batizado de MagAO Camera System – que permite que os cientistas capturem imagens do espaço mais nítidas do que nunca. A tecnologia vem sendo trabalhada há mais de 20 anos e recentemente a última versão das câmeras foi instalada no telescópio Magellan, que fica no Observatório Las Campanas, no Chile.

“É muito empolgante ver essa nova câmera fazer o céu durante a noite parecer ainda mais claro do que jamais foi possível. Pela primeira vez, podemos produzir imagens de longa exposição de objetos a apenas 0,02 arcominutos – o equivalente a uma moeda vista a centenas de milhas de distância. Com essa resolução, você poderia ver um campo de beisebol na Lua”, explica Laird Close, astrônomo da Universidade do Arizona.

Telescópio Magellan, Observatório Las Campanas - Chile. Fonte da imagem: Reprodução/UA News

Imagens com muito mais detalhes

O que explica a melhora na tecnologia é que, pela primeira vez, um telescópio com um espelho primário de grande diâmetro está sendo usado para fotografia digital. Os pesquisadores utilizaram o espelho para explorar o limite de resolução de comprimento de onda de luz que ainda pode ser vista pelo olho humano.

“Conforme mudamos para comprimentos de ondas menores, a nitidez das imagens aumenta. Até o momento, telescópios grandes conseguiam, teoricamente, produzir imagens mais claras somente com infravermelho – ou comprimentos de ondas maiores –, mas nossa nova câmera pode tirar fotos que são duas vezes mais nítidas no espectro de luzes visíveis”, comenta Jared Males, da NASA.

Da mesma maneira, as imagens são duas vezes mais nítidas do que aquelas produzidas pelo telescópio Hubble. Isso porque o espelho do telescópio Magellan tem cerca de 6,85 metros de diâmetro, enquanto o Hubble está equipado com um espelho de apenas 2,4 metros. Até a chegada dessa novidade, o Hubble era o único equipamento capaz de captar boas imagens do céu, já que outros telescópios com lentes adaptativas complexas que foram instalados na terra geravam apenas cenas desfocadas.

Imagem de uma estrela capturada pelo MagAO. Fonte da imagem: Reprodução/Gizmag

O segredo

Os pesquisadores já haviam entendido que o que fazia com que as imagens ficassem desfocadas era a turbulência atmosférica. Para driblar esse problema, Close e sua equipe criaram um sistema óptico bastante poderoso que mantém um espelho de vidro com design recurvado flutuando em um campo magnético a mais de nove metros acima do espelho primário do telescópio.

Esse equipamento, que passou a ser chamado de Espelho Secundário Adaptativo (Adaptive Secondary Mirror – ASM), pode mudar sua forma em 585 pontos de sua superfície, mil vezes por segundo, corrigindo assim as distorções causadas pela atmosfera.

“O resultado é que podemos ver o céu mais claramente do que nunca. É quase como ter um telescópio com um espelho de 6,85 metros no espaço”, resume o pesquisador.

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