Os encantos do Chile

Ano passado eu estive no Chile e foi uma das melhores viagens da minha vida. Não conheci muitos lugares também nesse mundo e foram poucos pelos quais já andei nesse mundão, mas as terras chilenas me conquistaram. A cultura rica, o povo simpático e prestativo, a arquitetura de Santiago e a comida (claro) me encantaram e me fizeram querer voltar quando tiver a oportunidade.

Parque Arauco - Foto: Claudia Borges

A capital do país é espetacular e emoldurada pela Cordilheira dos Andes. Santiago mistura o antigo de seus monumentos, prédios, cerros, igrejas e museus com áreas modernas e construções de linhas mais sofisticadas. A economia chilena cresceu muito nos últimos anos e o país conseguiu dar a volta por cima mesmo passando por um forte terremoto que o abalou no início de 2010. A capital do Chile está entre as três cidades com melhor qualidade de vida na América Latina.

Onde ir?

Além das ruas muito limpas e bem sinalizadas, as praças e parques de Santiago são lindos e muito bem conservados. Neles, os habitantes aproveitam para dar um break no horário de almoço, descansam sob as árvores, desfrutam de uma boa leitura e até fazem piqueniques, sem cerimônia, como nos mais charmosos parques de Nova York e Paris. Santiago, aliás, tem um charme realmente de primeiro mundo. Vale a pena dar uma paradinha nesses parques para apreciar a paisagem e descansar.

Os belos parques são paradas obrigatórias para uma relaxada na correria - Foto: Claudia Borges

Para quem deseja visitar a capital chilena, eu recomendo que não deixe de fazer o roteiro “básico” de turista que passa pelos museus, praças e cerros tradicionais. Mas também, depois disso se jogue na cidade para explorar cantinhos e lojas locais, bares e restaurantes. Para isso, tênis no pé e muita caminhada, complementado com táxi quando o cansaço apertar e o metrô que é supereficaz, limpo e se estende pelos quatro cantos da cidade.

Obra indígena "desinibida" no Museu de Arte Pré-colombiana em Santiago - Foto: Claudia Borges

Como falei de museus, existem dois superindicados: o Museu Histórico Nacional que fica na Plaza das Armas (ponto histórico mais importante da cidade) e o Museu de Arte Pré-Colombiana. Os cerros também valem a pena e são montes altos no meio da cidade, com construções históricas e mirantes para visualizar a paisagem. Os mais importantes são o San Cristóbal e o Santa Lucia.

Comer!

Alguns dos momentos mais felizes da viagem tinham a ver com comida! O meu espírito de gordo já está condicionado: é só eu colocar o pé na rua e me dá fome. Meu marido diz que eu pareço aquelas crianças que querem tudo quando vão para a rua:”to com fooome”. E é verdade... Bom, e lá em Santiago não foi diferente, é claro. Entre os pratos típicos, só comi o ceviche (peixe cru marinado no limão e ervas) e as empanadas. A tal da centolla (aquele megacaranguejo com espinhos das águas geladas do Pacífico) eu não experimentei. Ah! Eles colocam abacate em quase tudo, principalmente em sanduíches: a chamada salsa verde, que é bem parecida com a guacamole.

O famoso ceviche chileno - Foto: Claudia Borges

Também vale visitar o Mercado Central e experimentar os restaurantes de frutos do mar que ficam lá. Os garçons já vêm disputando os clientes na calçada, o que é um pouco chato, mas a comida vale a pena.

Frutos do mar no Mercado Central de Santiago - Foto: Claudia Borges

Um lugar que eu fui e recomendo é o restaurante Como Água para Chocolate que fica no Bairro Bella Vista*. O local (inspirado no filme de mesmo nome) é muito legal e toda a decoração e o cardápio possuem um conceito “afrodisíaco”. A comida é excelente e o atendimento também. Com certeza vale a visita para um jantar regado a vinho, chileno, lógico!

Restaurante Como Água para Chocolate no bairro Bella Vista - Foto: Claudia Borges

Falando em vinhos, uma vez no Chile é imprescindível uma visita a alguma vinícola. Existem agências especializadas em tours até esses locais. Desde as maiores, como a Concha Y Toro e Santa Carolina, até as menores e mais rústicas, mas nem por isso menos interessantes.

Degustação na vinícola Concha Y Toro - Foto: Claudia Borges

Eu escolhi a Concha Y Toro e é gigante. O passeio inclui degustação de dois vinhos (um branco e um tinto), visita aos vinhedos, às adegas e até à famosa cave do Casillero Del Diablo. A vinícola também possui uma loja com seus vinhos, acessórios, roupas e outros souvenirs. Além de um restaurante onde é possível fazer degustações (essas são pagas) acompanhadas de queijinhos e frutas secas. Hummm... saí de lá flutuando nesse dia.

Los perros!

Saindo totalmente de museus e gastronomia, um ponto que me chamou muito a atenção nas terras chilenas foi a presença de muitos cachorros nas ruas de Santiago. Mas não pelos simples fato de ter cachorros perambulando na rua, porque aqui no Brasil também tem aos montes. A diferença que percebi lá é de que os cães não são maltratados, nem magros, nem sarnentos e muito menos, nervosos.

Los perritos de Santiago - Foto: Claudia Borges

Os cães (“perros” em espanhol) são bonitões, bem tratados, tranquilos e não incomodam ninguém. Talvez seja um costume da população em geral ou dos lojistas da cidade, alimentarem e cuidarem dos cães de forma pacífica e solidária. Achei ótimo. Alguns tinham até um tapetinho para se acomodar na calçada. A cada quarteirão que eu andava, parava para brincar e fotografar “los perros”.

Quem não curte cachorro, pode não achar interessante o foco dado para os exemplares chilenos. No entanto, eu adoooooro, e o momento “Luisa Mell” foi algumas das boas lembranças do Chile :)

* O Bairro Bella Vista é um dos mais charmosos da capital chilena e é onde estão diversos bares e restaurantes, sendo um dos principais pontos gastronômicos e boêmios para visitar na cidade. É lá também que fica uma das casas do poeta Pablo Neruda, porém isso é assunto para outro post... até lá!