Um sonho Rock n' Roll

Largar tudo e fugir pra Califórnia. Se tudo der errado, minha rota de fuga está traçada desde os 12 ou 13 anos. Os personagens que acompanham foram substituídos ao longo dos tempo, mas a essência é a mesma. Viver de qualquer coisa, um dia de cada vez, sem amarras e sem amanhã.

É meu sonho mais romântico.

Pra algumas pessoas a música, independente do estilo, não diz muita coisa. Pode ser só um barulhinho no fundo para esconder um vazio incômodo, uma trilha para embalar o sábado a noite, um impulso adolescente. Olhando assim, a paixão que o rock é capaz de despertar em milhares de pessoas não faz nenhum sentido, já que toda a histeria vista em um grande show só é entendida por aqueles que sentem a música com toda a alma. Horas em que a idade, as dores no corpo, a eternidade em pé, o suor, e a lotação são esquecidos.

Com milhares de vertentes impossíveis de descrever aqui, o rock pode ser um alívio para os momentos em que a sanidade se afasta, uma catarse, um consolo, um motivo pra comemorar, uma injeção de ânimo.

Para mim, ele é tudo isso e um pouco mais. A música alimenta os sonhos mais infantis e românticos, limpando o que há de mais amargo em mim.

Nasci desprovida de qualquer habilidade musical, e logo desisti dos sonhos de montar uma banda e sair pelo mundo – com milhares de dólares no bolso, é claro -, mas os primeiros sonhos que a música despertou continuam vivos. Alguns realizados, outros esperando o momento certo, como correr o mundo ou fugir pra Califórnia.