Onde começa o começo?

06/09/2011 às 13:532 min de leitura

Aos 6 anos de idade, o que eu mais fazia era desenhar compulsivamente. Foram cadernos e mais cadernos repletos de bailarinas desproporcionais, modelos diversos de vestidos, saias, laços e de noivinhas. Logo depois veio a fase dos logotipos retraçados, o que definiu meus gostos e minha futura profissão. Abracei o design e me despedi da carreira de estilista, para a secreta satisfação de todos.

Mas o desenho que traz a lembrança mais forte é o de uma série chamada "A casa das borboletas", que conta a história de uma mãe e suas duas filhas. Elas tinham uma a outra e isso bastava, essa era a maior riqueza de suas vidas. Expresso em uma história tão simples, ter uma família era o meu desejo mais íntimo.

Daí a gente cresce e complica as coisas. E se perde tentando alcançar, tentando fazer acontecer. A ansiedade aumenta, assim como o nível de insatisfação, porque as coisas têm seu ritmo próprio e, honestamente, eu nunca tive paciência pra nada. Ando e falo em uma velocidade absurda, minha leitura é naturalmente dinâmica, faço mil coisas ao mesmo tempo. Obviamente isso não faz bem e ao longo do tempo foi se refletindo no meu físico e psicológico. Emagreci anorexicamente. Deprimi. Surtei mesmo.

Ou você muda ou... não existe outra opção

E assim eu fiz. Voltei a me alimentar, entrei pra academia, fiz planos de maratona e tudo o mais. Deixei pra trás tudo o que me puxava pra baixo: tornei-me ex-fumante, ex-esposa, ex-tanta-coisa que não fazia mais sentido. Resolvi tocar minha vida sozinha, mas muito bem acompanhada pela família, amigos fiéis e uma nova fé.

Como um grande marco, minha transformação ficou impressa na pele. Depois de muitas pesquisas e com a ajuda de um padre indiano muito gente boa, tatuei no braço a seguinte frase em hindi: "Estou no meu caminho para a casa das borboletas", símbolo do meu retorno às coisas simples da vida. A maior parte das pessoas não entende ou aceita minhas escolhas, porém o que realmente importa é que hoje sou muito mais feliz.

Titiliyon kê gar kê raste par chalnê ki koshish kár rahi hum
Ainda falta muito a trabalhar em mim. Falhei miseravelmente em minha tentativa de praticar Pilates e meditação. Sou muito impaciente pra fazer movimentos tão lentos e, ainda por cima, sincronizados com a respiração, ou ter o poder de manter a cabeça livre de pensamentos. Porém não vou desistir, porque acho que o caminho é por aí mesmo. Aqui você vai poder acompanhar minhas descobertas sobre métodos alternativos para alívio de iras e crises de tpm, exercícios de yoga que prometem ser grandes aliados do corpinho com tudo no lugar e por aí vai. Mas tudo de um jeito bem simples, porque a ideia aqui é descomplicar, porque de complicada já basta nossa cabeça, não é verdade?

Trilhando meu caminho

Três décadas se passaram, aquela menina de sonhos simples foi resgatada e seus desejos continuam mais atuais do que nunca. Ainda busco pela felicidade ao lado dos meus filhos, em meu lar mais-que-perfeito, sustentado orgulhosamente pelo meu trabalho. Agora tento viver a vida simplesmente, sem tantas expectativas pré-fabricadas, mas como uma romântica irrecuperável, que ainda acredita que o amor vale a pena. E assim eu sigo, com esta vontade incontrolável de me pintar de azul-smurf, me jogar em um vestido dourado e sair dançando pra comemorar que os dias de cão chegaram ao fim. Bora junto?

Até o próximo post!

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