Antigos romanos levaram contraceptivo mais potente da História à extinção

21/09/2017 às 07:312 min de leitura

Nós do Mega Curioso já falamos por aqui sobre alguns métodos anticoncepcionais que foram usados ao longo da História — alguns pra lá de malucos! Mas, entre todos os contraceptivos que foram empregados, um dos mais potentes, pelo menos segundo os registros que existem sobre ele, provavelmente foi o silphium, uma planta que, de tanto ser explorada para evitar gestações indesejadas, acabou sendo levada à extinção antes da queda do Império Romano!

Erva anticoncepcional

Segundo Katie Serena, do site All That Is Interesting, essa planta era endêmica da antiga cidade de Cirene — situada em uma região que atualmente corresponde à parte oriental da Líbia —, e foi usada durante décadas pela população local como erva medicinal para tratar todo tipo de mal, incluindo febres, problemas digestivos e até calos nos pés.

Antigas ruínas greco-romanasRuínas da antiga cidade de Cirene (Wikimedia Commons/Man)

No entanto, a população também descobriu que a resina obtida a partir do caule do silphium tinha poderosa ação anticoncepcional — e inclusive abortiva — e era “prescrita” largamente para evitar a gravidez. De acordo com relatos deixados por historiadores, médicos e farmacologistas gregos e romanos, a recomendação era que as mulheres tomassem uma dose mensal na forma de uma bolinha de resina do tamanho de um grão-de-bico.

Essa pequena quantidade e em dose única, segundo os documentos históricos, era suficiente para prevenir a concepção ou interromper qualquer gestação que tivesse sido iniciada durante o ciclo, uma vez que induzia a menstruação e tornava as mulheres temporariamente estéreis. Acontece que as propriedades da planta começaram a ficar famosas — e o silphium se transformou em uma das principais fontes de riqueza de Cirene.

Ascensão e queda

De acordo com Katie, a planta se tornou tão importante para a economia local que ela inclusive chegou a ser cunhada em uma das caras das moedas em circulação na cidade. Então, com o aumento da popularidade do silphium, uma série de normas estritas foi proposta para regulamentar a colheita e exploração da erva, mas nada disso foi suficiente para evitar a sua extinção.

Uma moeda da Roma AntigaMoeda da época mostrando o silphium em uma de suas caras (Wikimedia Commons/Classical Numismatic Group)

Ninguém sabe exatamente o que levou ao desaparecimento da planta, mas, hoje em dia, os historiadores acreditam que ela foi extinta por uma combinação de fatores. Para começar, ela não podia ser cultivada e crescia naturalmente apenas em uma estreita faixa de terra próxima à costa de Cirene e, devido às condições do clima e do solo da região, a disponibilidades do silphium era bastante limitada.

Além disso, a área na qual a planta crescia era utilizada para o pastoreio e, se combinarmos a isso o fato de o aumento da demanda pela resina levou à sua superexploração, meio que temos a resposta do que provocou a sua extinção, né?

Ilustração de uma plantaEssa seria a aparência da planta — repare no formato das sementes (Wikimedia Commons/Domínio Público)

Aliás, o desaparecimento do silphium deu em meados do século 1, e uma anedota curiosa é que o último exemplar encontrado teria sido enviado como presente ao imperador Nero — que, desinformado de suas propriedades específicas, comeu a planta e pôs um fim em sua existência. Outra anedota interessante é que a sementinha do silphium tinha um formato peculiar que, segundo dizem, teria servido de inspiração para o símbolo que hoje representa o amor, isto é, o coração.

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