Nosso cérebro muda radicalmente quando aprendemos a ler

26/09/2017 às 09:582 min de leitura

H0j3 3m d14, v0c3 é c4p4z d3 l3r, m3sm0 qu4nd0 0 t3xt0 p0ssu1 4lgum4 c0d1f1c4ç40, mas nem sempre foi assim: você se lembra de seus primeiros dias na escola? As letras eram ensinadas uma a uma, depois a “tia” ensina a formar sílabas e por fim as palavras ficavam mais fáceis. As frases eram o mais simples possível, como “Vovô viu a uva”, até se tornarem parágrafos ou livros.

A gente passa a entender que o texto é lido da esquerda para a direita e de cima para baixo, ao menos na cultura ocidental, e a leitura passa a ser algo mais automático – você nem repara direito que está lendo! Esse processo todo, entretanto, não é tão natural assim. Pesquisam apontam que aprender a ler é uma das tarefas mais difíceis que executamos.

Veja bem, apesar de a humanidade existir a pelo menos 60 mil anos, só nos últimos 5 mil é que fomos capazes de desenvolver a escrita e consequentemente a leitura. Temos, aí, mais de 50 mil anos de “limbo” – já imaginou que louco seria se nossos antepassados fossem ainda mais prolixos em seus desenhos nas cavernas?

Tábuas TártarasAs Tábuas Tártaras, encontradas na Romênia, seriam o primeiro registro escrito da humanidade, feito há 5,5 mil anos

Leitura: um trabalho árduo

A linguagem, portanto, não é algo inerente do ser humano: a evolução ainda não foi capaz de nos fazer criar redes complexas de comunicação no cérebro, tornando o aprendizado algo bastante duro. E se pensarmos que isso é feito logo nas primeiras fases da vida, devemos ter um pouco de noção da dificuldade enfrentado pelas crianças.

Nosso cérebro individual é um intricado órgão com conexões nervosas que estão em constante reorganização. Quando aprendemos alguma habilidade nova, tipo plantar bananeira, correr ou falar, um grupo de neurônios acaba se juntando e tornando essa repetição no futuro um pouco mais fácil. Aos poucos, vamos turbinando essas ligações através da repetição – isso se chama “aprendizado”.

As crianças que ainda não leem, não possuem áreas no cérebro programadas para essa tarefa. Assim, quando elas aprendem a unir as letras e palavras, cria-se uma nova estrutura cerebral que precisa ser moldada e aperfeiçoada com o tempo. Também é importante ressaltar o papel da visão nesse processo, já que através dela podemos enxergar símbolos pré-programados por nossos semelhantes que nos auxiliarão a entender a linguagem falada na forma escrita.

Um garotinho na escolaAs palavras entram em nosso cérebro como imagens visuais a serem decodificadas

Do estímulo visual à compreensão das palavras

Quando vemos uma palavra, essa primeira informação é enviada ao cérebro como qualquer outro estímulo visual, tal como você visse um cachorro, o Brad Pitt ou uma pamonha, até uma região na parte de trás do cérebro chamada de lobo occipital. Depois, esse estímulo vai até o giro fusiforme esquerdo, uma área treinada para codificar as palavras – crianças muito pequenas, adultos analfabetos ou pessoas com dislexia possuem essa região cerebral bem menos desenvolvida, isso quando possuem.

Nessa área, as palavras ficam “armazenadas” de acordo com os símbolos, por isso podemos compreender diferentes tipos de fontes e escritas. Já o significado das palavras fica nos lobos frontal e temporal, sendo essas regiões acessadas assim que a informação visual é decodificada como sendo uma palavra. Essa última área também é ativada durante o processo sonoro, isto é, a maneira como aquela informação, ora apenas visual, deve ser dita.

O mais legal é que tudo isso ocorre de maneira muito, mas muuuuito rápida! Ao menos nos adultos, é claro. Nas crianças em estágio de alfabetização, todo esse processo cerebral é mais lento, por isso elas leem mais devagar e engasgam em algumas palavras. Quando elas leem algo do qual elas não sabem o significado, elas precisam incluir o termo nesse “dicionário cerebral” para enfim continuarem a leitura.

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