Seria o 1º objeto interestelar a passar pelo Sistema Solar uma sonda alien?

12/12/2017 às 08:433 min de leitura

Você se recorda que recentemente compartilhamos aqui no Mega Curioso a notícia da detecção do primeiro asteroide interestelar a passar pelo Sistema Solar? Batizada com o nome de C/2017 U1 — ou Oumuamua para os íntimos —, essa rocha cósmica foi descoberta no dia 19 de outubro deste ano e, segundo estimaram os astrônomos, ela tem aproximadamente 800 metros de comprimento, 80 m de largura e 80 m de altura e, basicamente, se parece com um baita charutão achatado.

Pois esse enorme pedregulho espacial voltou a virar notícia esta semana! Isso porque o formato muito — muito — peculiar chamou bastante a atenção da comunidade científica e, depois de seu passeio entre as órbitas da Terra e Marte, alguns começaram a “aventar” uma ideia bem interessante: e se em vez de ser um mero asteroide, a rocha, na verdade, seja uma sonda alienígena enviada para dar uma bisbilhotada aqui no nosso cantinho da galáxia?

Camuflagem?

Quando o asteroide foi descoberto — por astrônomos operando o telescópio Pan-STARRS no Havaí —, o pessoal do SETI, uma organização científica focada na busca por vida extraterrestre inteligente, apontou os equipamentos do Allen Telescope Array, situado na Califórnia, para o charutão interestelar, mas não “captaram” nada de anormal.

Allen Telescope ArrayAllen Telescope Array (National Science Foundation)

No entanto, o bilionário russo Yuri Milner — o cara responsável por financiar um programa de pesquisa chamado Breakthrough Listen, dedicado a buscar sinais de inteligência extraterrestre — deve continuar intrigado com a possibilidade de o asteroide ser uma sonda alienígena disfarçada e decidiu investigar um pouco melhor. Ele anunciou que sua equipe de cientistas também apontará o radiotelescópio Green Bank Telescope, que fica na Virginia, EUA, amanhã (13 de dezembro) para o charutão para ver se descobre algo.

Mais especificamente, o time de Milner se reuniu com Avi Loeb, do Departamento de Astronomia da Universidade de Harvard, e esse cientista teria dito ao bilionário russo que quanto mais ele estuda o Oumuamua, mais evidente fica que se trata de um objeto incrivelmente incomum.

Órbita do asteroideÓrbita do Oumuamua (Inverse/Brooks Bays/SOEST Publication Services/Universidade do Hawaii)

Para começar, quando a rocha foi detectada, os astrônomos primeiro suspeitaram que se tratava de um cometa, mas essa possibilidade foi descartada depois de os cientistas verificarem que o pedregulho não contava com a típica cauda. Ademais, o Oumuamua é bem diferente da maioria dos asteroides — que tem formado arredondado —, mas foi classificado como sendo uma dessas rochas mesmo assim.

Essa constatação, por sua vez, fez o astrônomo de Harvard se perguntar se, em vez de um mero pedregulho espacial esquisitão, o asteroide não seria um artefato enviado ao Sistema Solar por alguma civilização alienígena. Assim, apontando o radiotelescópio para o asteroide, o time de Milner pretende descobrir se o Oumuamua emite algum tipo de sinal de rádio — o que, por sua vez, seria um indicativo claro de que o objeto poderia ser mais do que aparenta.

Será?

Apesar de ainda não existir um consenso sobre a origem do asteroide e de a missão de tentar descobrir se ele é um objeto natural ou fabricado ser superinteressante, a realidade é que não existem muitas esperanças de o Oumuamua seja um artefato alienígena — muito menos que ele esteja transportando uma tripulação de criaturas extraterrestres. Contudo, não custa nada (especialmente em se tratando de um projeto financiado por um bilionário russo) dar uma checada, né? Vai que...

Oumuamua Sonda alienígena? (The Atlantic/ESO/M. Kornmesser)

Independentemente de que transmissões de rádio sejam detectadas ou não, as observações com o telescópio devem durar cerca de 10 horas e, nesse período, os astrônomos pretendem determinar mais detalhes sobre a composição do asteroide e verificar se há indícios de vapor de águia em sua superfície. Ademais, os pesquisadores aproveitarão a oportunidade para testar a capacidade dos equipamentos de acompanhar objetos espaciais que viajam a grandes velocidades e descobrir o máximo de informações possíveis sobre o charutão.

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