LSD pode reorganizar conexões no cérebro e ajudar a curar depressão

09/03/2018 às 05:012 min de leitura

Pesquisas apontam que drogas como LSD e psilocibina (presente em cogumelos alucinógenos) contêm substâncias capazes de ajudar a curar algumas enfermidades. Cientistas relataram em um artigo recente publicado na revista Scientific Reports que o LSD é capaz de redefinir conexões que causam problemas de saúde mental.

Alguns exemplos de doenças que podem ser amenizadas ou curadas são depressão, desordem por uso de substância e desordem de estresse pós-traumático. Segundo os autores, a oportunidade de “reiniciar” o cérebro pode mudar a vida de pessoas que vivem com doenças mentais crônicas.

"Sinto que, como sociedades ocidentais, geralmente tendemos a rotular e marginalizar a doença mental em vez de vê-la como uma reação bastante normal a circunstâncias extremas e anormais", afirmou a Dra. Selen Atasoy, autora do trabalho e pesquisadora pós-docente no Centro para o Cérebro e a Cognição da Universidade Pompeu Fabra em Barcelona, em entrevista à PsyPost.

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O lado bom das drogas

Pesquisas recentes realizadas no Conectoma – um mapa teórico de todas as conexões do cérebro – indicam que as doenças mentais decorrem de padrões incomuns de conectividade. Sendo assim, o potencial de cura das drogas psicodélicas vem da habilidade delas de alterar essas ligações.

Os autores realizaram um estudo com 12 participantes que usaram LSD e placebo. Sob a influência do LSD, os cérebros dos indivíduos demonstraram uma harmonia de ondas funcionais em várias áreas e de uma forma não aleatória.

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Readaptando o cérebro

Eles chamam isso de "expansão do repertório", sugerindo que as áreas cerebrais sob a influência do LSD se tornaram conectadas a outras áreas com as quais elas geralmente não trabalham.

Além disso, a maneira como essas conexões se formaram não foi aleatória, mas estruturada, sugerindo que o cérebro estava passando por um processo de reorganização, em vez de construir ligações de forma indiscriminada.

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Prescrição médica

Embora o processo de reorganização tenha desacelerado à medida que os efeitos do LSD desapareceram, os pesquisadores descobriram que algum grau de reorganização persistia no cérebro dos participantes, muitas vezes se traduzindo em alívio de sintomas angustiantes de doenças mentais.

É claro que, antes que os médicos comecem a pensar em prescrever o LSD para tratar doenças mentais, os pesquisadores primeiro devem determinar o que exatamente a reorganização neurológica que ocorre durante a experiência psicodélica implica, quanto tempo ela dura e, talvez o mais importante, como isso altera a experiência subjetiva de uma pessoa muito depois de os efeitos da droga diminuírem. 

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