Teste nuclear da Coreia do Norte alterou a estrutura de uma montanha

17/05/2018 às 10:302 min de leitura

Entre 13 e 16 vezes o tamanho da bomba lançada sobre Hiroshima em 1945. Assim foi o sexto e maior teste nuclear realizado pela Coreia do Norte até agora. Embora o país tenha conseguido se blindar contra vazamentos de informação sobre boa parte de suas atividades militares e nucleares, cientistas encontraram uma forma de identificar ao menos em parte o tamanho do estrago.

A explosão foi conduzida em um túnel subterrâneo embaixo do Monte Mantap, localizado a quase 650 km de Pyongyang, capital do país. Segundo o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, a explosão foi de uma bomba de hidrogênio e foi bem-sucedida  o que quer que isso signifique.

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Na prática, a montanha continua inteira, mas se moveu mais de 3 metros para os lados, perdendo também quase 1 metro de altura. É quase como se alguém a tivesse amassado para baixo, espalhando-a um pouco para fora e ampliando seu diâmetro, de acordo com o sismologista Roland Burgmann, da Universidade da Califórnia.

Foi ele inclusive quem realizou um estudo para tentar mapear o tamanho do estrago, ainda que sem acesso ao território bombardeado. Acontece que é possível medir o impacto da queda de uma bomba atômica utilizando os mesmos parâmetros aplicados para mensurar terremotos — não à toa, o pesquisador que realizou a análise foi um sismologista.

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Em setembro de 2017, um teste realizado também pela Coreia do Norte provocou um tremor equivalente ao de um terremoto na escala de 6.1 de magnitude. 

A análise é feita a partir de uma medição dos tipos de ondas sísmicas geradas e para qual direção essas ondas vão. No ocasião de setembro de 2017, os sismologistas foram capazes de identificar que foi causado por uma explosão nuclear. Eles estimaram, inclusive, que a explosão da época foi 23 vezes maior do que a bomba de Hiroshima.

Desta vez, o satélite alemão TerraSAR-X conseguiu captar imagens em alta resolução comparando o antes e o depois da superfície da Terra naquela região. Com isso, eles conseguiram determinar onde a explosão começou e perceber que o terreno se moveu. 

"Ficamos realmente surpresos com o tamanho dos movimentos horizontais e o quão poucos foram os movimentos verticais", diz um dos autores do estudo, Doug Dreger, um sismólogo da Universidade da Califórnia, de Berkeley, ao site The Verge.

No caso desse novo teste, a explosão teve impacto equivalente ao que seria explodir entre 171 e 209 toneladas de TNT em um túnel cerca de 450 metros abaixo do topo do Monte Mantap.

A detonação da bomba derreteu e vaporizou a rocha em torno do túnel e fez com que a montanha caísse para a cavidade onde ela foi detonada. Isso também deu aos cientistas uma ideia da composição do terreno: provavelmente algum tipo de granito.

Cerca de 8 minutos e meio depois dessa primeira explosão, houve um segundo tremor, que provavelmente foi causado pela implosão do túnel.

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