Saiba como os animais enxergam o mundo

16/06/2018 às 12:002 min de leitura

Apesar da importância de todos os cinco sentidos, a visão tem um papel predominante em nossas vidas. Mesmo que os animais, em geral, utilizem outras formas de interagir com o mundo, sempre fica a curiosidade a respeito de como eles enxergam os objetos.

Através da compilação de dados obtidos por diversos estudos, a cientista Eleanor Caves, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, conseguiu analisar aproximadamente 600 espécies de pássaros, mamíferos, peixes e outros animais. O objetivo da pesquisa foi determinar a capacidade que cada um deles tem de enxergar o mundo e como seria a sua visão através dos nossos olhos.

Método padronizado

A medida utilizada para a comparação foi o número de ciclos por grau, ou seja, a quantidade de linhas paralelas, pretas e brancas, que um animal consegue enxergar em um grau de seu campo de visão. Caves explicou ao Live Science que a equivalência é ao tamanho de um polegar, quando estamos com o braço completamente esticado. Um humano sem problemas nessa área visualiza 60 ciclos, ou linhas.

Para determinar o quanto cada espécie vê, observou-se a densidade de fotorreceptores presentes nos olhos de cada uma. Em alguns casos, foram conduzidos experimentos comportamentais, analisando a consciência dos bichos sobre as listras apresentadas.

Quanto menos desses traços forem identificados, pior é o equipamento ocular. O nosso não é o melhor da cadeia alimentar, mas cumprimos a tarefa relativamente bem. Uma pessoa que não tem a capacidade maior do que dez ciclos por grau pode ser considerada praticamente cega, mas um inseto que reconhece um só já pode se considerar sortudo.

Comparações

A maior ave de rapina australiana, a águia-audaz, consegue identificar incríveis 140 ciclos por grau, precisão suficiente para encontrar um coelho enquanto voa. Gatos e cachorros enxergam somente 10, mas o diferencial dos felinos é que possuem uma percepção muito boa de cores e luzes, favorecendo a visão no escuro. Por sua vez, pequenos camarões, comuns em aquários, veem apenas 0,1.

Após a compilação dos dados, eles foram carregados em um software chamado AcuityView, desenvolvido pela própria pesquisadora. O programa utiliza uma foto como referência e simula como seria a visão de cada espécie, baseado nas medidas de ciclos por grau. Quanto menores os valores, mais borradas ficam as imagens.

Os resultados mostram, por exemplo, que um pássaro consegue identificar uma teia de aranha a tempo de desviar durante o voo, ao contrário de uma mosca, que acaba caindo na armadilha. Na imagem abaixo, à esquerda, está representado como uma ave enxerga uma borboleta, e, à direita, como elas se veem entre si.

Apesar de ilustrativas para nós, as imagens não correspondem exatamente à forma como os estímulos são interpretados pelos animais. Segundo Caves, existem influências afetando esse processo. Para nós, esse nível de visão pode ser totalmente inútil, mas a pesquisadora explica que “o software somente mostra quais informações estão disponíveis. Você não pode usar um dado que nunca recebeu; ou seja, se a precisão é insuficiente para identificar algum detalhe, provavelmente é algo com que o cérebro não teria capacidade de lidar”.

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