Evidências mostram cirurgias cerebrais realizadas há milhares de anos

11/07/2018 às 13:302 min de leitura

Hoje em dia, é perfeitamente normal checar as credenciais e a experiência de um médico, especialmente antes de se submeter a um procedimento cirúrgico. Milhares de anos atrás, no entanto, as pessoas não tinham a possibilidade de pequisar o nome do especialista no Google  e isso não as impedia de passar por procedimentos como cirurgias no cérebro.

Todo mundo sabe que nossos antepassados eram capazes de vários trabalhos de curandeirismo, utilizando especialmente ervas medicinais a seu favor. O que muita gente desconhece, porém, é que os seres humanos vêm realizando procedimentos bem mais avançados quando necessário.

Um procedimento chamado "trepanação", que consiste em perfurar o crânio, já era feito por diferentes civilizações, da América do Sul ao norte da Ásia, em várias fases da história da humanidade.

Paleontologistas já encontraram mais de 1,5 mil caveiras datadas do período Neolítico com buracos feitos nos ossos da cabeça. Isso corresponde a cerca de 5% a 10% do total de crânios escavados, um número alto o suficiente a ponto de sugerir aos especialistas que perfurar a cabeça era algo bem mais comum do que é hoje.

É possível até argumentar: quem garante que os furos foram feitos em vida e que não seriam justamente a causa mortis dos falecidos? O detalhe é que esses crânios exibem sinais de um crescimento do osso nas bordas dos orifícios, o que indica que a pessoa continuou viva por um bom tempo depois que eles foram feitos.

Se essa moda pega...

Abrir espaço para a fuga de espíritos malignos, espantar a loucura, mandar embora os maus pensamentos. A gama de possíveis motivos para a realização de tais procedimentos é vasta, considerando que mesmo hoje existem pessoas que acreditam que perfurar o crânio pode ajudar a resolver alguns problemas e dores.

A verdade é que nem os antropólogos e palentologistas, associados a médicos de diferentes especialidades, têm ainda certeza sobre o que motivava a realização desses procedimentos.

A principal aposta é de que eles utilizavam essa técnica com o objetivo de tratar condições como enxaquecas, dores de cabeça e convulsões.

Rituais religiosos ou de poder seriam a segunda hipótese, já que em algumas culturas os orifícios estavam localizados em diferentes áreas do crânio — em alguns, ao lado da cabeça; em outras, atrás, quase no topo dela. Veja bem... Se sobreviver a uma cirurgia cerebral nos dias de hoje já é algo bastante incrível, imagine no período Neolítico!

É possível, ainda, que cada sociedade e civilização tivesse suas próprias razões, que seriam distintas de acordo com o local.

Outro ponto intrigante é quem estava por trás desses procedimentos. Será que qualquer um podia performar essa técnica ou eram pessoas mais habilidosas? A segunda alternativa parece mais adequada, uma vez que uma pesquisa realizada por meio da análise de crânios que passaram pela trepanação em diferentes períodos percebeu que as operações feitas entre 400 e 200 a.C. tinham uma taxa de sobrevivência de 40%, que foi evoluindo para entre 75% e 85% ao longo dos 16 séculos seguintes.

Se considerarmos que as primeiras neurocirurgias na forma como são realizadas agora  com direito a anestesia, tecnologia avançada e esterilização  só começaram no final do século XIX, é impressionante que a taxa de sucesso milhares de anos atrás não fosse bem mais próxima de zero!

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