Você sabe quanto tempo uma célula leva para morrer?

17/08/2018 às 04:302 min de leitura

Durante a vida, o ser humano passa por milhares de transformações e, para garantir o bom desenvolvimento ao longo dos anos, células são constantemente trocadas. Um desses processos é a morte celular programada (PCD, em inglês) ou apoptose. Agora, pela primeira vez, cientistas foram capazes de medir a velocidade desse acontecimento dentro do organismo: aproximadamente 30 micrômetros por minuto. 

Onda gatilho

Para entender o processo, pense em um estádio de futebol, onde milhares de torcedores levantam os braços sincronizadamente em um determinado ritmo. Desde a década de 70, conhecemos essa demonstração como “Ola” — onda em espanhol. Cientistas usam um termo semelhante para descrever o fenômeno: ondas gatilho (trigger waves), pois o que ocorre dentro das células é muito semelhante à propagação de ondas.

A onda gatilho não é novidade no meio científico.  O termo é usado para determinar não só a morte das células, mas também a criação de algumas; e há inclusive estudos que apontam para o mesmo processo nos impulsos elétricos emitidos pelo nosso cérebro.  

Mas se existe uma autorregulação no corpo, responsável pela eliminação de células, como é que células indesejáveis passam por esse filtro? Aquelas já mortas ou que sobrecarregam as saudáveis, levando a doenças como Alzheimer e Parkinson, inclusive. Para os cientistas, compreender como tudo se dá é parte fundamental para eliminar ou retardar o desenvolvimento dessas doenças.

A pesquisa

James Farrell e Xianrui Cheng desenvolveram uma pesquisa na Universidade de Stanford, utilizando ovos de sapo Xenopus. Como o ovo dessa espécie é formado por uma única célula, é possível realizar toda a análise e o desencadeamento das ações até em olho nu. Eles deram início à apoptose por meio de um sinal de morte molecular e acompanharam o processo se espalhando através de ondas gatilho. Depois disso, o intuito era descobrir se a apoptose ocorre nas demais células da mesma maneira que nos experimentos com os ovos.

Com mais dados e mais experimentos, a dupla conseguiu determinar que apenas na apoptose a onda gatilho foi encontrada e nela todo o processo ocorre de uma maneira uniforme. Ao compreender a velocidade e a complexidade com que se espalha, os cientistas levantaram novas hipóteses — por exemplo, se a defesa do nosso corpo segue o mesmo padrão.

“Temos toda essa informação sobre proteínas e genes em todos os tipos de organismos e estamos tentando entender quais são os temas recorrentes”, diz Farrel. “Mostramos que a comunicação de longo alcance pode ser realizada por ondas gatilho, que dependem de uma resposta positiva contínua e mecanismos de acoplamento espacial. Esses ingredientes estão presentes em todo lugar na regulação biológica. Agora queremos saber onde mais ondas são encontradas”, concluiu.

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