Descobertas as células cerebrais responsáveis pelo controle da ansiedade

20/09/2018 às 11:412 min de leitura

Já se perguntou por que algumas pessoas parecem ter mais atração por situações arriscadas? Ou como atos com elevado risco parecem não afetar em nada certos indivíduos? Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com a Universidade de Uppsala, na Suécia, descobriram células no hipocampo que desempenham uma função essencial quando estamos expostos a essas experiências. Basicamente, elas regulam nossos níveis de ansiedade e controle dos riscos.

O ser humano, via de regra, tem comportamentos distintos em relação a situações de risco. Existem aqueles que se sentem atraídos, os indiferentes e quem sente medo até quando pensa sobre algo assim. De um lado, pessoas que preferem a sensação de estarem 100% seguras com o mínimo de riscos possíveis, no outro os que namoram arianos. Realmente não há limite para a coragem do ser humano.

Tendo essas perspectivas, o artigo publicado do dia 7 de setembro na revista Nature Communications trouxe uma importante descoberta. As células nervosas localizadas no hipocampo, chamadas de OLM, produzem efeitos distintos para cada situação e podem ser controladas. Quando estimuladas, as células geram um ritmo cerebral parecido com os de animais ameaçados por predadores, mas que sabem a distância deles. Ou seja, mesmo em uma situação de perigo, há certa noção de segurança.

Na prática, é possível controlar os níveis de ansiedade e comportamentos de risco com a manipulação das células OLMs. O ganho para o tratamento de quem sofre com ansiedade crônica é imenso, pois esse é um dos grandes desafios em todas as abordagens: equalizar o nível de risco assumido por quem sofre com o distúrbio.

Certos níveis de ansiedade são necessários para manter o ser humano vivo, já que permitem saber quais riscos devem ser tomados ou não, visando à autopreservação. Porém, em uma grande parcela da sociedade, os níveis patológicos têm aumentado, causando distúrbios em todos os âmbitos. O tratamento envolve antidepressivos, via de regra, e não teria tantos problemas se os efeitos colaterais não fossem tão pesados.

Por conta disso, a possibilidade de manipular diretamente a área envolvida, sem comprometer outras regiões do cérebro, é o que mais empolga os pesquisadores. Tratar diretamente distúrbios relacionados à depressão e à ansiedade é um grande avanço, e a parceria entre as universidades vem rendendo frutos há alguns anos. Uma pesquisa publicada em 2012 mostrou que as células OLMs eram as guardiãs das memórias e podem ser controladas por agentes farmacológicos, também sendo bem sensíveis à nicotina.

Richardson Leao, pesquisador do Instituto do Cérebro, da UFRN, relata que isso pode explicar por que pessoas tendem a fumar quando estão ansiosas. O curioso é que os estudos do hipocampo são normalmente relacionados à memória; apenas nos últimos 10 anos ele tem ganhado mais destaque no que se refere às emoções.

Em virtude dessas novas pesquisas, há um novo caminho para o desenvolvimento de antidepressivos e ansiolíticos mais eficientes e com menos efeitos colaterais. Aguardaremos ansiosos!

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