Será que apenas 2 humanos seriam capazes de povoar a Terra sozinhos?

10/02/2019 às 11:002 min de leitura

Imagine que o nosso mundo é palco de uma hecatombe e que apenas um casal de seres humanos sobrevive à catástrofe. Será que essas duas pessoas seriam capazes de, sozinhas, repovoar o planeta?

Você já deve ter ouvido dos problemas que acontecem quando pessoas consanguíneas decidem ter filhos, certo? Existem grandes chances de os bebês nascerem com uma variedade de síndromes e graves problemas de saúde.

Pois, de acordo com David Nield, do site Science Alert, evidentemente, a primeira geração concebida pelo casal sobrevivente seria de irmãos, a segunda, de primos, e assim por diante, o que significa que as chances de nascerem bebês sindrômicos desses casais todos seria bastante grande.

Problemas

Mas, de que tipo de problemas estamos falando? Existem diversos registros ao longo da História de pessoas que nasceram com uma série de malformações e problemas de saúde pelo fato de seus pais serem parentes próximos, como foi o caso do faraó Tutankamón e do Rei Carlos II da Espanha, ambos frutos de matrimônios que tinham como objetivo manter o poder em família.

Além de prognata, Carlos II era impotente, sofria de epilepsia e tinha problemas mentais, tanto que ficou conhecido como “Carlos, o Amaldiçoado”, coitado (Wikimedia Commons/Juan Carreño de Miranda)

De acordo com David, mais recentemente, estudos científicos apontaram que crianças geradas por pais consanguíneos apresentam maiores índices de mortalidade e probabilidade de nascerem com defeitos congênitos físicos e mentais.

Um exemplo mencionado por David é o da população da ilha Pingelap, no Pacífico, que foi atingida por um tufão devastador no século 18 que deixou apenas 20 sobreviventes. A localidade foi repovoada e hoje é habitada por cerca de 250 pessoas, boa parte delas diagnosticada com uma condição congênita rara chamada acromatopsia, em que os afetados conseguem apenas enxergar nas cores branca, preta e cinza.

Variedade genética

Mas, e por que esses problemas acontecem? O fato é que a diversidade genética permite que as espécies superem problemas de saúde e se adaptam melhor ao ambiente em que vivem – e isso não acontece quando os filhos são descendentes de pais consanguíneos.

(Wikimedia Commons/Jacob Jordaens)

Como os pais são parentes próximos, isso significa que o seu DNA é muito parecido e, portanto, eles acabam transmitindo genes idênticos aos filhos, aumentando, assim, a probabilidade de que os descendentes herdem raros problemas genéticos, normalmente provocados por genes recessivos passados pela mãe e pelo pai.

Considerando a situação hipotética do casal sobrevivente, como as gerações seriam formadas primeiro, a partir desse casal e, depois, de seus filhos, primos, e assim por diante, a variedade genética seria muito pequena – e os problemas se propagariam através de uma geração a outra, provavelmente dando origem a uma população repleta de síndromes e condições raras.

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