Pesquisa comprova que mindfulness ajuda na saúde e bem-estar de estudantes

18/03/2019 às 04:302 min de leitura

Em tempos de redes sociais e ultraconectividade é complicado manter o foco e a atenção em apenas um assunto. Além da distração, isso pode ser prejudicial para a saúde, já que aumenta os níveis de estresse e ansiedade das pessoas. Nesse sentido, pesquisadores do Reino Unido investigaram como a prática da meditação e do mindfulness pode contornar esses sintomas. 

Cientistas da Universidade de Bristol realizaram o primeiro ensaio no Reino Unido para testar a eficácia da terapia em estudantes de Medicina. A equipe comprovou que a saúde mental entre estudantes universitários pode ser melhorada com a introdução de treinamento em atenção plena, o mindfulness. As conclusões foram publicadas na Education Research International.

Os pesquisadores recrutaram 57 estudantes de Medicina, que haviam sido encaminhados a um grupo de atenção plena pelo médico de família ou conselheiro estudantil, para participar de um programa de oito semanas de prática de mindfulness. Por estarem mais expostos a situações de estresse, evidências sugerem que os estudantes universitários têm maior probabilidade de desenvolver problemas de saúde mental quando comparados com a população em geral. 

Os alunos participaram do treinamento por duas horas por semana e se comprometeram com a prática diária de 30 minutos entre as sessões. O treinamento, que aconteceu entre o outono de 2011 e a primavera de 2015, ensinou aos participantes como a mente funciona, como o estresse afeta a vida, a consciência dos fatores desencadeantes e sintomas de estresse, técnicas de enfrentamento, práticas de meditação e a importância do autocuidado.

Ao final do programa, os estudantes relataram que o treinamento da atenção plena foi além do aprendizado de um conjunto de ferramentas para lidar com as dificuldades emocionais. Os alunos descreveram melhor empatia e habilidades de comunicação quando com os pacientes através de sua capacidade recém-adquirida de perceber seus próprios pensamentos e sentimentos.

As descobertas iniciais sugerem que o treinamento de atenção plena ajudou os estudantes de Bristol a reduzir a ansiedade, a preocupação excessiva, padrões de pensamento negativos e melhorar a resiliência ao estresse, bem como melhorar o bem-estar emocional e o desenvolvimento profissional.

Alice Malpass, pesquisadora na Bristol Medical School: Population Health Sciences (PHS) e co-autora da pesquisa explicou quais são os objetivos da pesquisa. "Em Bristol, continuamos a aumentar os esforços para encontrar soluções para melhorar a saúde mental entre a população estudantil. O objetivo é encontrar novas maneiras eficazes de apoiar estudantes que possam estar sofrendo de estresse e ansiedade. Este estudo mostrou como a atenção plena pode ajudar os estudantes que estão com dificuldades, em particular os estudantes de medicina, a encontrar novas maneiras de se relacionar com os desafios que surgem em seu trabalho clínico, estudo e bem-estar”.

Na Austrália, Nova Zelândia, Canadá e EUA, o treinamento de mindfulness faz parte do currículo médico, mas ainda não foi implementado no Reino Unido. Recomendações de políticas do Conselho Geral de Medicina (GMC), o órgão responsável por melhorar a educação médica no Reino Unido, recomendam o uso de treinamento de atenção plena para aumentar o bem-estar e a resiliência ao estresse.

No Brasil, a prática é usada pontualmente em algumas escolas. O professor de Educação Física Helio Wolff, já trabalha o mindfulness com alunos da Educação Infantil há cerca de 10 anos, no Colégio Marista Santa Maria. Durante as aulas de linguagem corporal, o início e o fim das aulas são compostos por minutos de meditação e prática de Mindfulness. Ele conta que isso influencia tanto no desempenho das crianças na aula como no bem-estar deles. “Nós começamos aos poucos, com poucos minutos de concentração e fomos evoluindo. Isso traz a concentração dos alunos para o momento e também ajuda na saúde deles, pois o mindfulness ajuda na liberação de hormônios que beneficiam a sensação de bem-estar e reduz níveis de estresse”. Ao introduzir a prática já na primeira idade, o objetivo é mostrar como a prática pode ser uma ferramenta útil para toda a vida. “Respirar é algo automático, simples e gratuito. Por que não utilizar isso como uma estratégia para melhorar a saúde e desempenho?”, comenta Wolff. 

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