Impacto colossal pode ser a razão de a Lua ter faces tão distintas

22/05/2019 às 03:002 min de leitura

Tudo bem que ela não é visível aqui para nós, mas você sabia que a face oculta da Lua é bem diferente da que fica voltada para a Terra? Além de ser cravejado de crateras, esse lado do satélite abriga uma das maiores crateras de impacto conhecidas no Sistema Solar, a Bacia do Polo Sul-Aitken, que mede cerca de 2,5 quilômetros de diâmetro e 13 km de profundidade. Veja a seguir uma imagem comparando as 2 faces:

Face que fica voltada para a Terra x a face oculta (Reprodução / Lunar and Planetary Institute)

Duas caras

Mas não é só na aparência que as faces se distinguem, não! A espessura da crosta, composição e elevação do terreno também são diferentes, tornando a Lua assimétrica – e, de acordo com Alfredo Carpineti, do site IFLScience!, uma teoria apresentada recentemente por um grupo internacional de pesquisadores propõe uma explicação para essas disparidades. Segundo esse time, a face do nosso satélite que fica voltada para a Terra foi alvo de uma colisão colossal que fez com que uma grande quantidade de fragmentos lunares fosse lançada em órbita, detritos esses que, depois de um tempo, “choveram” sobre a face oculta, cobrindo a sua superfície com crateras.

Esse craterão em destaque é a Bacia do Polo Sul-Aitken (Reprodução / Wikimedia Commons / Ittiz)

Os cientistas acreditam que a Lua foi acertada em cheio por um planeta-anão e chegaram a essa conclusão depois de realizar centenas de simulações e comparar os resultados com os de observações realizadas pela missão GRAIL – de Gravity Recovery and Interior Laboratory, cujo foco era mapear e determinar a estrutura interna da Lua – da NASA.

Mais especificamente, os testes apontaram que o objeto que colidiu com a Lua devia ter 780 quilômetros, o que significa que esse corpo (hipotético) era um pouquinho menor do que o planeta-anão Ceres, que consiste no maior objeto em órbita no Cinturão de Asteroides, e teria atingido o satélite com uma velocidade de pouco mais de 6 km/s. Outra alternativa é a de que se tratasse de um corpo um pouco menor se deslocando um pouco mais depressa.

Face oculta (Reprodução / Forbes / NASA / Goddard / Arizona State University)

Pois é... se a colisão realmente aconteceu mesmo como mostram as simulações, a velocidade do objeto nem era grande coisa – comparada com a que muitos corpos celestes viajam pelo cosmos. Mesmo assim, conforme estimaram os cientistas, a colisão teria sido suficiente para lançar entre 5 e 10 km de material à face oculta da Lua, o que explicaria a diferença em espessura entre as faces e de composição entre a crosta lunar e a terrestre.

E o que a crosta do nosso planeta tem a ver com essa história? Nós do Mega Curioso inclusive já falamos sobre esse assunto por aqui, e acontece que uma das teorias mais aceitas sobre a formação da Lua é a de que o impacto de um planeta semelhante a Marte contra a Terra teria lançado material em órbita que acabou se agregando e compondo o nosso satélite – daí a questão da diferença em composição na face oculta e a explicação de sua assimetria. E você, caro leitor, o que acha da teoria?

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