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Embriões humanos podem ter músculo reptiliano

11/10/2019 às 13:002 min de leitura

A evolução da anatomia humana continua sendo objeto de estudo e, recentemente, cientistas da Universidade Howard de Washington e da Universidade de Sorbonne, em Paris, utilizaram técnicas especiais de imunocoloração que revelam que embriões humanos podem um ter músculo reptiliano no início do seu desenvolvimento intrauterino. Ou seja, alguns traços remanescentes de anatomia não desapareceram por completo, apesar da evolução do corpo humano.

O biólogo evolucionista da Universidade Howard Rui Diogo explica que a presença de algum traço reptiliano no desenvolvimento inicial de peixes, sapos, galinhas e ratos já era objeto de entendimento dos cientistas, mas, agora, as novas técnicas permitem também ver com mais detalhes o processo do desenvolvimento humano.

Acreditava-se que o músculo reptiliano havia “se perdido” durante a evolução da anatomia humana, tendo sido abandonados por nossos ancestrais mamíferos há cerca de 250 milhões de anos. Embora muitos músculos reptilianos se dissolvam antes do nascimento, há alguns adultos que mantém o traço “réptil”.

Músculo reptiliano encontrado fornece detalhes sobre a evolução humana

O novo estudo se baseia na digitalização em 3D de alta resolução de tecidos de mais de uma dúzia de embriões e fetos jovens. Ao analisar por semanas essas imagens, os pesquisadores encontraram pequenos músculos nas mãos e nos pés em um bebê de sete semanas, mas eles não estavam mais visíveis na 13ª semana.

Fonte: Universidade Howard/Rui Diogo

Durante a observação, os pesquisadores notaram ainda que cerca de um terço dos músculos dos pés e das mãos dos embriões murchavam ou se fundiam a outros. Só o fato de eles ainda existirem já é uma surpresa, uma vez que se pensava que eles tinham “desaparecido” há tanto tempo.

Além disso, o estudo ainda desafia a hipótese de que os membros superiores e inferiores são “cópias” uns dos outros. O desenvolvimento dos principais grupos musculares sugere que os membros passaram a se parecer ao longo do tempo. Encontrar traços de algum músculo reptiliano no início do desenvolvimento, ainda durante a gestação, pode fornecer detalhes importantes sobre a história da evolução humana.

Os pesquisadores detectaram ainda que adultos com alguns distúrbios cromossômicos não perdem o músculo reptiliano. “Isso reforça a ideia de que variações e patologias musculares podem estar relacionadas ao desenvolvimento embrionário atrasado ou interrompido, neste caso talvez um atraso ou diminuição da apoptose muscular e ajuda a explicar porque esses músculos são ocasionalmente encontrados em pessoas adultas. Ele fornece um exemplo fascinante e poderoso de evolução”, ressalta Rui Diogo.

Os estudos devem continuar e a tecnologia de coloração pode ajudar a revelar outras estruturas que, até o momento, imagina-se que desapareceram dos corpos humanos.

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