Buracos negros da época do Big Bang podem ter sido encontrados

17/01/2020 às 11:002 min de leitura

Desde que o LIGO (sigla em inglês para Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser) começou suas atividades, a vida dos apaixonados por astronomia ganhou ainda mais emoção. Isso porque as ondas gravitacionais detectadas pelo observatório trouxeram uma luz para diversos acontecimentos no Cosmos.

Um exemplo disso foram as ondas captadas pelo LIGO em abril de 2019, um evento chamado de GW190425, que foi atribuído a uma fusão de estrelas de nêutrons. O que vem intrigando os cientistas é que, segundo os dados do observatório, as duas estrelas de nêutrons têm peso acima do que normalmente apresentam. Nesse caso, o par de estrelas apresentavam aproximadamente 3,4 vezes a massa do sol, o que é bastante, visto que os sistemas binários estelares mais massivos já detectados têm um pouco mais que isso.

Por ter esse peso incomum, os cientistas começaram a pensar em outra possiblidade: a do GW190425 ter surgido, na verdade, da fusão de dois buracos negros primordiais (PBHs na sigla em inglês). 

Buracos negros primordiais e o início do universo

Ilustração de dois buracos negros
Fonte: LIGO/Divulgação

Os PBHs, que existem até hoje apenas de forma teórica, são um tipo de buraco negro nunca observado anteriormente que teriam surgido no início do universo, logo após o Big Bang, criados de modo diferente dos buracos negros que conhecemos hoje. 

Como prevê a teoria, proposta pelo famoso cosmólogo Stephen Hawking, os PHBs teriam se formado a partir de regiões do universo primordial com matéria densa, diferente do colapso estelar que gera os buracos negros tradicionais. Como o universo ainda era pequeno, pois estava no início de sua expansão, era mais fácil a fusão de PHBs

Contudo, os cientistas nunca consideram os PBHs como hipótese direta para um fato, principalmente por não haver evidências claras que eles realmente existem. 

Outras buscas e ceticismo

Após o GW190425 ter sido detectado pelo LIGO, outros telescópios pelo mundo tentaram procurar algum sinal eletromagnético de que o evento seria gerado pela fusão de duas estrelas de neutros, porém nada foi encontrado, o que aumentou a possibilidade de levar os PBHs em consideração. 

Porém, de acordo com a astrônoma Katerina Chatziioannou, isso não quer dizer obrigatoriamente que o GW190425 seja de fato a fusão de dois buracos negros primordiais. Segundo ela, mesmo estrelas de nêutrons, que geralmente emitem luz em colisões, podem apresentar fusões rápidas que logo se colapsam em buracos negros, não gerando a emissão de luz esperada. 

Ilustração: fusão de duas estrelas de nêutrons
Fonte: Virgo/Divulgação

Por mais que alguns cientistas se animem com a possibilidade de terem enfim encontrado evidências dos PBHs, os pesquisadores acreditam ser muito mais provável que as ondas gravitacionais tenham sido geradas pela fusão de estrelas de nêutrons com peso maior do que o normal. Inclusive, já existem teorias de que indicam haver estrelas de nêutrons com mais massa do que geralmente se encontra. 

De qualquer maneira, é preciso haver mais pesquisas e mais dados para que seja possível descobrir o que há por trás do fenômeno.
 

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