Antiga cidade já sofria com problemas modernos há 9 mil anos

15/07/2020 às 13:002 min de leitura

Acredita-se que os problemas de superpopulação, crises ambientais, violências e doenças infecciosas, como a covid-19, sejam coisas atuais e que não aconteciam num "utópico passado pefeito". Entretanto, uma pesquisa da Universidade Estadual de Ohio descobriu uma cidade turca que sofria com tudo isso há 9 mil anos. 

Escavações e estudos nas ruínas de Çatalhöyük. (Fonte: Scott Haddow/The Ohio State University/Reprodução)Escavações e estudos nas ruínas de Çatalhöyük. (Fonte: Scott Haddow/The Ohio State University/Reprodução)

A escavação na Turquia

Durante 25 anos, a Universidade Estadual de Ohio, junto com muitas outras universidades, como a de Bordeaux e a de Liverpool, trabalhou na antiga cidade de Çatalhöyük, que hoje está em ruínas. Neste tempo de investigação, inúmeras descobertas apareceram sobre as condições de vida da população local após a transição do estilo de vida nômade para um mais sedentário. 

O trabalho, que teve o patrocínio da John Templeton Foundation, da National Geographic Society e da National Science Foundation, apresentou que pessoas que viveram ali há 9 mil anos já sofriam com os problemas de uma sociedade urbana moderna, como superpopulação, doenças infecciosas, violência e problemas ambientais

O desenvolvimento e o caos em Çatalhöyük

A cidade vivia a partir da agricultura e começou seu desenvolvimento próximo de 7100 a.C. Neste momento, foram criadas construções a partir de tijolos de barro, plantações (como trigo, cevada e centeio) e ambientes para manter animais que serviam para a alimentação, como as cabras. Essa alimentação gerava, segundo dados da pesquisa, um grande número de cáries na população. 

Próximo ao ano de 6500 a.C, a cidade chegou ao seu pico populacional, tendo 8 mil pessoas em seus míseros 13 hectares (menos de 1 km²). Com isso, as fontes naturais da região foram acabando e veio a necessidade de expandir o local em busca de lenha e locais para plantar e criar animais.

Pesquisadora encontra um esqueleto durante a escavação. (Fonte: Scott Haddow/The Ohio State University/Reprodução)Pesquisadora encontra um esqueleto durante a escavação. (Fonte: Scott Haddow/The Ohio State University/Reprodução)

Para piorar, as pessoas viviam em apartamentos pequenos, sem espaçamento para o outro e, embora o chão fosse limpo, nas paredes era comum encontrar restos fecais de humanos e de animais. Além disso, os mortos eram enterrados nos chãos de suas casas. Essas condições criavam um ambiente infestado de doenças e problemas visíveis de saneamento. 

A superpopulação e as horríveis condições de vida geraram uma onda de violência na região. De 93 crânios encontrados, 25 deles apresentavam fraturas que indicavam terem sido feitas a partir de golpes e em áreas que demonstravam não ter havido um combate pela vida. Isto é, a grande maioria foi assassinada a sangue frio. 

Com todo esse caos na cidade, ela começou a ter uma diminuição da população aos poucos, com fugas, mortes e migrações. Chegando a ser abandonada por completo em 5950 a.C.

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