Atmosfera metálica pode explicar o brilho de Super Terras

06/08/2020 às 06:002 min de leitura

Uma equipe de cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveu um experimento para descobrir as razões de as atmosferas de “Super Terras” apresentarem um aspecto brilhante e metálico. O trabalho foi apontado no artigo Low-albedo Surfaces of Lava Worlds, de Zahra Essack, Sara Seager e Mihkel Pajusalu, e recentemente publicado no The Astrophysical Journal — periódico científico de astronomia e astrofísica.

De início, havia a hipótese de que os “oceanos de lava”, nesses locais, eram responsáveis por refletir uma alta luminosidade que caracteriza esses exoplanetas. Contudo, ao buscar replicar as características de lava derretida e vidro temperado (produto de lava rapidamente resfriada) em laboratório, os autores chegaram à conclusão de que esse não é um fator determinante para a condição visualmente interessante.

No caso, a descoberta sugere que as Super Terras possuem outras características surpreendentes que contribuem para o seu brilho. A explicação mais provável seria da composição de nuvens altamente reflexivas formadas em uma atmosfera rica em metais.

“Ainda temos muito a entender sobre esses planetas de ‘oceano de lava’. Nós pensamos neles apenas como bolas de rocha brilhantes, mas esses podem ter sistemas complexos de processos superficiais e atmosféricos bastante exóticos, nada parecido com o que já vimos”, disse Essack em comunicado do MIT.

Equipe simulou o ambiente de um exoplaneta através do derretimento de rochas para verificar a quantidade de luz refletidaEquipe simulou o ambiente de um exoplaneta através do derretimento de rochas para verificar a quantidade de luz refletida.

Apesar de não fornecer nenhuma prova suficiente para validar a teoria, o trabalho sugere o grande papel das atmosferas por trás da luminosidade dos exoplanetas e incentiva mais estudos a partir dessa observação. “Não temos 100% de certeza do que esses planetas são feitos. Então nosso objetivo é estreitar o espaço dos parâmetros e orientar futuros estudos para todas essas outras opções em potencial”, completou Essack.

Mas, afinal, o que são Super Terras?

A origem do nome do planeta fora do Sistema Solar é uma referência à sua massa, que pode superar em até 10 vezes à da Terra. Por apresentar períodos orbitais extremamente curtos, circulando sua estrela hospedeira em até 10 dias, cientistas acreditam que essa proximidade entre os corpos é responsável pelo alto aquecimento de temperatura interna.

Logo, enormes quantidades de lava, tanto em estado líquido quanto em sólido, dominavam a superfície dos planetas por causa do derretimento de rochas. Com essa predominância, era de certa forma um consenso no meio acadêmico que esse material poderia ser a principal fonte de luminosidade dos planetas, embora não existisse uma prova clara a esse respeito vinda de observações ou experimentos.

“Então, como parte do MIT, decidimos que deveríamos fazer lava e ver se o brilho é originário disso ou não”, revelou Seager. Para simular o ambiente, a equipe derreteu rochas de basalto e feldspato em um forno, medindo a quantidade de luz refletida para apresentar a conclusão do trabalho.

Atmosfera metálica pode explicar o brilho de Super Terras via TecMundo

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