Em 30 anos, mundo terá 1,2 bilhão de refugiados climáticos

26/09/2020 às 02:002 min de leitura

Em um estudo inédito, o Instituto pela Economia e pela Paz (IEP), uma organização de pesquisa global sem fins lucrativos, reuniu dados econômicos e ambientais no Registro Ecológico de Ameaças (Ecological Threat Register), mostrando que os próximos 30 anos da humanidade serão sombrios: 1,2 bilhão de pessoas se tornarão refugiadas do clima.

Se há 100 anos as guerras e a fome tornaram imigrantes 60 milhões de europeus, hoje a esses dois fatores se junta a crise do clima, agravando problemas como secas e inundações e resultando em fome e conflitos pela água, principalmente nos países mais pobres.

Uma sobrevivente pede ajuda à beira de uma rodovia no município de Palo, nas Filipinas, devastado pelo tufão Yolanda em 2013.Uma sobrevivente pede ajuda à beira de uma rodovia no município de Palo, nas Filipinas, devastado pelo tufão Yolanda em 2013.

"Nos próximos 30 anos, a falta de alimentos e água só aumentará, e isso terá enormes impactos sociais e políticos, com o deslocamento em massa de refugiados para países mais desenvolvidos. As mudanças no clima são a grande ameaça global ao nosso planeta e à vida das pessoas", disse o fundador do IEP, Steve Killelea.

Problemas agravados

O ETR usou dados de 157 países e analisou riscos como crescimento populacional e consequências da crise do clima, como falta de água e de alimentos, secas, inundações, ciclones e aumentos da temperatura e do nível do mar. O estudo mostrou que, até 2050, 141 países serão expostos a pelo menos uma ameaça ecológica; as 19 nações com o maior número de ameaças concentram 2,1 bilhões de habitantes (25% da população mundial).

Uma família atravessa sua aldeia inundada, recolhendo pedras para construir um muro de contenção da água do mar em Tarawa, no Kiribati.Uma família atravessa uma aldeia inundada, recolhendo pedras para construir um muro de contenção da água do mar em Tarawa, no Kiribati.

Nesse grupo estão países cuja população está crescendo, como Nigéria, Angola, Burkina Faso e Uganda, que hoje já se encontram imersos em violência, escassez de recursos e pobreza extrema.

Fome, sede e desastres naturais

Mais de 2 bilhões de pessoas já enfrentam a fome; se nada for feito, serão 3,5 bilhões até 2050. Os cinco países mais afetados são Serra Leoa, Libéria, Níger, Malawi e Lesoto, onde hoje se registra a menor expectativa de vida do planeta:  48,86 anos. Mesmo em locais desenvolvidos, a desnutrição é alta: 2,7% — nos Estados Unidos, são cerca de 8,1 milhões de pessoas.

Um homem carrega seu filho morto em um campo de refugiados que acolhe os que escapam da fome, da seca e da guerra em Mogadíscio, na Somália.Um homem carrega o filho morto em um campo de refugiados que acolhe quem escapa de fome, seca e guerra em Mogadíscio, na Somália.

A água também está se tornando escassa. Em 10 anos, o aumento de incidentes violentos relacionados a ela foi de 270%; 2,6 bilhões de pessoas sofrem hoje com a falta extrema de água potável, e serão 5,4 bilhões em 2040.

Em 2050, haverá 1,2 bilhão de refugiados climáticos. A população de 19 países será expulsa pela elevação do nível do mar, assim como 10% dos habitantes de países como China, Bangladesh, Índia, Vietnã, Indonésia e Tailândia e mais os moradores de cidades como Alexandria (Egito), Haia (Holanda) e Osaka (Japão).

No Kiribati e nas Ilhas Salomão, aldeias estão sendo movidas para partes mais altas. O Oceano Pacífico registra maior aumento do nível da água que no restante do mundo (até 12 milímetros por ano, contra 3,2 milímetros em outros locais), alimentado pelo vento, que está movendo mais água para a região e provocando a erosão de ilhas e recifes e seu desaparecimento.

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