Bactérias e fungos em obras de Da Vinci têm muito a contar

25/11/2020 às 13:002 min de leitura

Durante uma análise em sete obras de Leonardo Da Vinci, cientistas conseguiram detectar uma grande concentração de bactérias e fungos presentes nos desenhos, reforçando os chamados estudos moleculares. A pesquisa foi publicada na revista Frontiers in Microbiology.

Segundo os especialistas, os estudos envolvendo a identificação das comunidades formadas pelas minúsculas formas de vida servem para investigar as condições de armazenamento das obras e, até mesmo, a origem de certos elementos, como tinta e grafite. Agora, o trabalho de Da Vinci surge como um novo objeto de verificação, trazendo conclusões interessantes para os peritos da área.

(Fonte: Guadalupe Piñar / Frontiers in Microbiology)
(Fonte: Guadalupe Piñar / Frontiers in Microbiology)

As análises envolveram observações em sete dos principais desenhos do artista, em que todos apresentaram uma espécie de bioarquivo único. Entre os organismos encontrados nas obras, foram localizados membros dos filos Proteobacteria, Actinobacteria e Firmicutes, distribuídos entre bactérias e fungos pertencentes às classes Sordariomycetes e Eurotiomycetes, conhecidos por serem verdadeiros “degradadores” de materiais.

Em meio aos microbiomas, resquícios de DNA humano também foram encontrados, supostamente provenientes de outras pessoas e restauradores que manipularam as artes com o passar dos séculos, e não apenas do próprio Da Vinci. Curiosamente, os papéis possuíam uma quantidade anormal de bactérias, especialmente se considerada a sua proporção para os grupos de fungos, conhecidos por serem os principais “habitantes” desse tipo de material. 

(Fonte: Guadalupe Piñar / Frontiers in Microbiology)
(Fonte: Guadalupe Piñar / Frontiers in Microbiology)

“Ao todo, os insetos, os restauradores e a localização geográfica parecem ter deixado um traço invisível aos olhos nos desenhos”, comentaram os autores do projeto. “É difícil dizer se algum desses contaminantes se originou da época em que Leonardo da Vinci estava esboçando seus desenhos.” 

Nanopore, uma ferramenta de sequenciamento genético

Através de uma técnica de sequenciamento genético conhecida como Nanopore, cientistas conseguiram determinar diversas informações sobre os desenhos de Da Vinci, podendo, até mesmo, especular a localização geográfica das obras e a a “importância das condições ambientais e de armazenamento sobre os microbiomas específicos”.

A pesquisa é uma prova de conceito que poderá vir a ajudar na detecção de falsificações, além de colaborar com a catalogação biológica para estudos futuros por meio da documentação fotográfica, oferecendo uma “impressão digital” para que os micro-organismos possam vir a ser comparados.

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