Beertrip: a Europa das cervejas

15/07/2011 às 11:084 min de leitura

Beber cerveja é um hábito muito antigo. Desde 3 mil antes de Cristo os sumérios já tinham algo que lembra a bebida que conhecemos hoje. Ainda que na época a cerveja fosse apenas uma mistura fermentada de cevada, água e as leveduras do próprio ar, a ideia pareceu muito interessante e passou a ser desenvolvida. Algo parecido também chegou aos países nórdicos, com o lendário hidromel dos deuses e valquírias.

Por séculos a cerveja foi uma alternativa mais barata em relação ao vinho, como aconteceu em Roma. Quem não era nobre o suficiente para ter jarras de vinho em casa, consumia a cerveja. Isso fez com que ingredientes caseiros fossem adicionados à formula, que ganhou versões bastante interessantes por toda a Europa. A fabricação da cerveja chegou, finalmente, aos mosteiros e a partir daí recebeu um status diferenciado.

Diferentes regiões do Velho Continente criaram suas próprias linhas de cerveja, que se tornaram especialidades. Assim, é bastante fácil criar roteiros de acordo com o tipo de bebida que você gostaria de conhecer. Mas antes, é importante saber que existem duas grandes famílias de cerveja: as Lagers e as Ales.

A diferença básica entre elas está na quantidade de lúpulo usado na receita. Se você já provou uma cerveja do tipo pilsener, também chamada de pilsen, conhece uma integrante da família Lager. Este tipo de Lager é, de longe, o mais vendido no mundo. Por ser leve fácil de beber, as pilsen são perfeitas para o verão.

Hoje, as cervejas ganharam um significado diferente e já tem muita gente especializada e que conhece muito a respeito da bebida: os beer sommeliers. Ainda que seja uma profissão bastante nova, é muito interessante e depende de bastante conhecimento e viajar para provar novos sabores.

Mas você sabe onde conseguir algumas das melhores cervejas do mundo? Vamos começar a nossa viagem!

República Tcheca

Comecemos, então, por um tipo de cerveja que agrada à maioria. A pilsen teve a sua fama conquistada graças à cervejaria tcheca Plzenský Prazdroj. Como você já deve imaginar pouquíssimas pessoas fora da República Tcheca conseguem pronunciar o nome. Por isso, o nome que ficou conhecido no mundo foi Pilsner Urquell, que significa “Fonte Original da Pilsner”.

Fonte: Reprodução

Sendo assim, uma vez na República Tcheca, você não pode deixar de conhecer – e provar, claro – a verdadeira pilsner. Contudo, não existe só a Urquell. As cervejas do tipo czech (lê-se tchéc) são bastante lupuladas, justamente pelo fato de a região ser uma rica produtora do ingrediente responsável pelo amargor da bebida. A própria Budweiser nasceu na República Tcheca e foi começou a ser exportada para os Estados Unidos em 1871.

A Anheuser-Busch começou a usar a marca apenas em 1876 e a registrou apenas dois anos depois. Ainda assim, a original continua sendo vendida e possui coloração mais escura e é chamada de Budvar, para não confundir com a marca americana.

Alemanha

É difícil falar sobre cerveja e não passar pela Alemanha. O país que ganhou fama internacional pela Oktoberfest em Munique é destino de muitos que procuram cervejarias seculares como a Paulaner – uma das mais conhecidas cervejas da região da Bavária.

Outro motivo para conhecer as cervejas alemãs é a Lei da Pureza, conhecida como Reinheitsgebot. Criada em 1516 pelo Duque Wilhelm IV da Bavária, a lei versava sobre os ingredientes para a fabricação de cerveja. Só seria chamada de “cerveja” aquela que contivesse apenas água, malte de cevada e lúpulo.

Fonte: Reprodução

Desde então, as cervejas alemãs obedecem ao decreto. Mesmo depois da unificação do país no final do século dezenove e a reunificação em 1990 (depois da queda do Muro de Berlim), os padrões foram mantidos. Ainda assim, as weissbiers alemãs – cervejas de trigo – também são algumas das melhores do mundo. Um bom exemplo deste tipo é a Erdinger. Ainda existem as Bocks, mais encorpadas e perfeitas para o inverno; as cervejas Kölsch – específicas da região da Colônia.

Bélgica

Chegamos, então, à terra das witbiers, lambics e as trapistas. As belgas são conhecidas pelo seu alto teor alcóolico, especialmente quando se trata das lambics e trapistas. Ambas são bons exemplos de cervejas feitas em monastérios e possuem métodos de fermentação diferentes. Outro tipo bastante conhecido de cerveja belga são as Flemish Red.

As lambics talvez sejam o tipo mais característico justamente por serem fermentadas em barris abertos, na chamada “fermentação espontânea”. Isso faz com que as leveduras naturais do ar sejam as grandes responsáveis por finalizar a bebida típica da região de Bruxelas. Ainda existem outras três subclasses de lambics: as gueuze, lambics frutadas e faro. Por isso, não deixe de experimentar a Mort Subite, Cantillon Blåbær Lambik e 3 Fonteinen Faro.

Fonte: Reprodução

As trapistas têm origem francesa, mas ficaram famosas na Bélgica e Holanda. Até hoje elas possuem regras para sua produção, que deve ser feita apenas em monastérios. Por isso existem apenas 174 “fábricas” de cervejas trapistas, seis deles na Bélgica. Alguns deles são Achel, Chimay e Rochefort.

A principal representante das witbiers belgas é a centenária Hoegaarden. Criada em 1445, este tipo de cerveja é feito de trigo e é mais turva do que a weissbier tradicional alemã. Pode-se perceber algumas notas de casca de laranja na sua fabricação.

Holanda

Outro país conhecido internacionalmente pela sua produção de Pale Lagers, a Holanda é o berço da Heineken. A cerveja que mantem sempre uma imagem jovem e descontraída também faz parte da família secular da Pilsner Urquell, ainda que ela seja ainda mais lupulada do que as pilseners com as quais estamos acostumados.

Fonte: Reprodução

Devido à proximidade com a Bélgica e Alemanha, as cervejas holandesas têm muitas coincidências de estilos como as bocks e as witbiers. Contudo, nem só de Heineken vive a Holanda. A Amstel também é motivo de orgulho nacional, bem como a Grolsch.

Irlanda

Berço da Guinness, stout mais famosa do mundo, a Irlanda tem muita tradição na produção de cerveja, especialmente as Ales, que não levam lúpulo nas suas receitas originais. Isso se deve ao fato de a Irlanda não produzir o ingrediente. Somente depois do século dezoito o tradicional amargor foi inserido nas cervejas irlandesas para preservar o produto.

Fonte: Reprodução

As irish red ales são verdadeiros símbolos do país, que é muito bem representada pela Murphy’s Irish Red e a Smithwick. Este tipo de cerveja é perfeito para ser harmonizado com carnes vermelhas e massas mais gordurosas.

Inglaterra

Falar sobre cervejas inglesas é quase como contar a história das grandes navegações e colonizações pelo mundo. As porters e as Indian Pale Ales parte da descoberta e estabelecimento de cidades e países. Elas têm características bem acentuadas e costumam ser bebidas em temperatura ambiente. Por isso, existe aquela lenda de que “cerveja inglesa é bebida quente”.

No caso das porters, isso fica muito visível, já que é um estilo muito parecido com a stout irlandesa. Porém, elas são mais escuras e amargas do que as ales antigas devido a fato de usarem grãos que dão um sabor de café e até mesmo algo um tanto torrado. Quem quiser conhecer o estilo, pode experimentar a Old Engine Oil, que é muito bem harmonizada com doces de chocolate.

Fonte: Reprodução

As Indian Pale Ales são um episódio importante da navegação inglesa. A cerveja feita para durar uma viagem até a Índia possui teor alcóolico médio de 6% e bastante lúpulo. Por isso, a IPA é representante das bitters. A Fuller’s ESB é um bom exemplo deste tipo de cerveja.

As brown ales também são um troféu da brasagem inglesa. Newcastle Brown Ale e Samuel Smith’s Nut Brown Ale são exemplos do tipo de cerveja criada no século dezessete. Elas têm como característica principal um toque caramelado à sua produção e também são um tanto mais doces do que as Lagers e Stouts.

E então? Pronta para embarcar na sua viagem cervejeira?

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