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Como a Primeira Guerra Mundial ajudou a previsão do tempo como a conhecemos

21/04/2018 às 10:003 min de leitura

Consultas a previsões do tempo fazem parte da rotina de muita gente no mundo atual, mas teve uma época em que era preciso bem mais do que pegar o celular ou assistir a qualquer jornal da TV para saber se os próximos dias seriam de frio, calor, sol ou chuva. Durante a Primeira Guerra Mundial, eram necessárias tantas horas de matemática que poderia nevar e “dar praia” enquanto o meteorologista continuava a fazer seus cálculos. 

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O clima sempre foi uma preocupação para o ser humano, e entender seu comportamento era fundamental para o sucesso de colheitas ou aventuras desbravadoras que seguiam para além do horizonte. Sem estudos aprofundados sobre os inúmeros fenômenos da natureza, não fica difícil compreender o porquê de tantos povos ao redor do planeta terem associado tempestades a atos de fúria de algum deus superpoderoso. 

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Se nem hoje em dia, com toda a tecnologia disponível, a previsão do tempo é considerada confiável pela maioria das pessoas, imagine há milhares de anos. Pois é, ninguém fazia ideia do que se passava. Tanto que você poderia servir como oferenda aos deuses, dependendo de quando nascesse na história da humanidade. Afinal, bastava erguer um coração palpitando aos céus para que tudo ficasse bem, né? A paz reinaria, e a comida não pararia de sair da terra. 

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Apesar de não praticarmos mais rituais de sacrifício, foi durante outro tipo de derramamento de sangue que a compreensão sobre as mudanças de tempo deu um grande salto. Entre 1914 e 1918, a Primeira Guerra Mundial mostrou como o conhecimento sobre as condições climáticas era vital para o sucesso das missões. Antecipar uma tempestade ou uma frente fria, por exemplo, poderia salvar vidas. 

Ao longo da história, são vários os casos de verdadeiros desastres estratégicos causados pela falta de conhecimento em relação à atmosfera. Tanto nas estradas quanto nos campos de batalhas, diversos exércitos encararam problemas relacionados à “imprevisibilidade” do tempo. Durante a Primeira Grande Guerra, não foi diferente; a falta de instrução sobre a força dos ventos até fez algumas tropas sofrerem com os lançamentos dos seus próprios gases tóxicos. 

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Quem observou algumas dessas situações catastróficas foi o matemático britânico Lewis Fry Richardson, que serviu como motorista de ambulância durante a guerra. No período, ele se preocupou não apenas em salvar vidas imediatamente, mas também em evitar que outras situações semelhantes acontecessem no futuro por falta de raciocínio. 

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Aproveitando o recém-lançado “modelo norueguês de ciclones”, estudo que evidenciou pela primeira vez a existência de massas de ar bem definidas e os seus deslocamentos, Richardson pegou o papel e a caneta e começou a colocar suas habilidades matemáticas em ação. Ele queria calcular o comportamento da atmosfera para saber seus próximos movimentos, não dependendo das previsões que eram feitas, até então, a partir de comparações com eventos passados. 

Richardson percebeu que sua ideia daria resultados importantes para a meteorologia, mas logo viu que seria um trabalho desumano realizá-lo. O matemático chegou a levar 6 semanas para completar os cálculos de uma previsão de apenas 6 horas e para um único ponto no mapa. Ou seja, seria impossível uma pessoa fazer todas as contas necessárias a tempo de ajudar na guerra. Na verdade, não serviria nem para salvar as roupas no varal.

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Em 1922, quando publicou o estudo Previsão do Tempo por Processos Numéricos, o britânico chegou a sonhar com um sistema de previsão meteorológica que precisaria de 64 mil computadores humanos para funcionar com eficiência. Achou estranho? Naquela época, a palavra ‘computador’ se referia a uma pessoa que fazia cálculos, um atrás do outro, como trabalho. Ela computava.

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Richardson não conseguiu colocar seu plano em prática, mas seu conceito persistiu até começar a se tornar viável nos anos 1940, quando os computadores como conhecemos (bom, não exatamente...) foram inventados. Além de serem verdadeiros trambolhos, eram ridiculamente lentos em comparação aos que temos em casa hoje em dia, mas já eram incrivelmente mais rápidos que os homens para calcular enormes quantidades de variáveis. 

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A primeira previsão do tempo eletrônica foi realizada em 1950 e levou 24 horas para ser calculada. Além de demorada, ela valia apenas para o dia seguinte. Para a nossa sorte, os anos se passaram, e as pesquisas sobre os climas avançaram, assim como a tecnologia, ainda influenciadas pela matemática pensada por Richardson durante a Primeira Guerra Mundial.

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Hoje em dia, podemos checar previsões do tempo de qualquer parte do planeta a qualquer momento em poucos cliques. Mas você confia plenamente nelas? A culpa não é da “moça do tempo”! A verdade é que ainda não entendemos 100% de como essa poderosa camada de gases que envolve a Terra funciona. 

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