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Ossos achados em monumentos do Neolítico mostram interessante parentesco

23/04/2019 às 06:002 min de leitura

Embora os povos do Neolítico tenham deixado imensas estruturas de pedra que até hoje podem ser encontradas aos milhares pelos locais que eles ocuparam na África e na Europa, a verdade é que não sabemos muito sobre essas culturas ou como era a sua organização social. No entanto, uma equipe internacional de cientistas fez algumas descobertas interessantes acerca dos construtores da Idade da Pedra.

Migrações da Antiguidade

Mais especificamente, estamos falando de monumentos semelhantes a Stonehenge, construções que tiveram sua origem nos povos que foram do Crescente Fértil — região que atualmente abrange partes da Ásia e da África — para a Europa aproximadamente no ano 9000 a.C. Essas culturas, além de introduzirem a agricultura no Velho Continente, começaram a criar estruturas de pedra por volta do ano de 4500 a.C. ao longo da costa do Atlântico, de Portugal até a Escandinávia, muitas delas relacionadas a práticas funerárias.

(Reprodução/IFLScience!/Magdalena Fraser)

Para tentar desvendar alguns mistérios sobre os construtores desses monumentos, os pesquisadores submeteram à datação por radiocarbono e a exames de DNA os ossos de 24 indivíduos que viveram no Neolítico, para realização de seu mapeamento genético. Os esqueletos foram encontrados em antigas sepulturas situadas nos arredores de cinco estruturas de pedra localizadas na Irlanda, Escócia e Suécia, e as análises revelaram que algumas das tumbas chegaram a abrigar mais de 10 gerações da mesma família.

De pai para filho

De acordo com os resultados, os indivíduos examinados viveram entre os anos 3800 a.C. e 2600 a.C. e muitos deles tinham ligação familiar, embora fossem de diferentes gerações. Sendo assim, conforme indicam as análises e as práticas funerárias, os povos do Neolítico — pelo menos aqueles que ocuparam regiões da Irlanda, Escócia e Suécia — aparentemente mantinham fortes laços familiares e não se misturavam muito com outros grupos.

Outra informação interessante que os cientistas descobriram com os exames foi que o genoma dos indivíduos analisados é mais parecido com o dos agricultores do Neolítico que habitavam as regiões norte e oeste da Europa, assim como com o de alguns povos da Península Ibérica, mas distinto do genoma de grupos de caçadores-coletores que também habitavam o continente durante a Idade da Pedra.

(Reprodução/Trip Savvy/Bernd Biege)

Além disso, segundo os pesquisadores, os monumentos foram construídos para servir de cemitérios comunitários, embora não se saiba se eles eram usados por todas as camadas da sociedade ou apenas por determinados grupos. No entanto, a identificação de mais homens do que mulheres entre os esqueletos, bem como de linhagens paternas específicas entre eles, especialmente nas tumbas situadas na Irlanda e na Escócia, sugere que os ocupantes das sepulturas faziam parte de um segmento patriarcal da sociedade da época.

Obviamente, não se pode afirmar que todos os grupos de agricultores do Neolítico mantinham esse tipo de comportamento nem que todos viviam em uma estrutura social patriarcal. Afinal, o estudo envolveu apenas 24 esqueletos encontrados em 5 monumentos, quando existem mais de 30 mil deles espalhados pela Europa e pelo norte da África; mas a pesquisa não deixa de ser fascinante, pois permite que tenhamos uma melhor ideia de como os nossos antepassados se organizavam.

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