Giulia Tofana: a mulher que envenenou 600 homens

05/06/2020 às 03:002 min de leitura

Giulia Tofana foi uma envenenadora profissional que se tornou famosa no século XVII por vender sua poção fatal para centenas de esposas interessadas em interromper seus casamentos através da morte de seus maridos.

No final de sua lucrativa carreira, após ser capturada, Tofana estimou ter envenenado cerca de 600 pessoas, o que a torna uma das assassinas mais produtivas da história. Seu veneno era praticamente não rastreável, podendo ser embalado em um inocente frasco de maquiagem.

Sua empresa sinistra e próspera foi muito requisitada durante 20 anos, segundo estimativas, e só teve fim quando a envenenadora foi denunciada por uma de suas clientes arrependida de tentar matar o marido.

Esse sucesso se justifica pela forma como eram organizadas as relações matrimoniais naquela época.

A mulher no século XVII

Fonte: Wikimedia Commons/ReproduçãoFonte: Wikimedia Commons/Reprodução

O casamento por amor, tal qual o descrevemos nos dias atuais, é uma invenção do século XVIII como produto da ordem burguesa. Assim, o que ocorria no século XVII eram leilões de mulheres para casamentos que eram abusivos e muitas vezes violentos.

Inteiramente submetidas aos seus parceiros, sem nenhum poder financeiro ou social, as mulheres tinham três escolhas definitivas na vida: casar-se ou permanecer solteira, tornando-se prostituta para sobreviver ou viúva rica e respeitada, o que era um upgrade da primeira opção.

Felizmente para as mulheres que estavam dispostas a fazer essa transição, as grandes cidades europeias do século XVII tinham um tipo de submundo "mágico" composto de alquimistas, farmacêuticos e feiticeiros que faziam seus rituais por um preço justo.

O aprendizado de Giulia Tofana

Foi nesse cenário de trevas que Giulia Tofana veio ao mundo e se adaptou perfeitamente. Acredita-se que ela tenha nascido em 1620, em Palermo, na Sicília, de Thofania d'Adamo, que foi executada 13 anos depois por ter assassinado o marido por... envenenamento!

Anos depois, Giulia também acabou enviuvando e mudou-se com a filha, Girolama Spara, para Nápoles e, depois, Roma. Seguindo os passos da mãe, ela logo se envolveu com a rotina dos farmacêuticos, conseguindo em pouco tempo desenvolver sua própria poção letal.

Com o apoio de um grupo de mulheres, inclusive da filha, Giulia se tornou popular entre mulheres com problemas matrimoniais. A eficácia do seu veneno fez crescer o número de consumidoras, obrigando-a a requisitar os serviços de um padre romano chamado Girolamo.

A Aqua Tofana

Fonte: Wikipedia/ReproduçãoFonte: Wikipedia/Reprodução

Alguns historiadores acreditam que a substância mortal não foi criada por Giulia, mas sim por sua mãe, que lhe repassou a fórmula. A Aqua Tofana era constituída de uma mistura de arsênico, chumbo e beladona, uma planta venenosa.

O produto era oferecido em duas maneiras: uma sob forma de pó de maquiagem e outra para ser introduzida dentro de imagens sagradas. Nas duas apresentações, era possível que o veneno ficasse exposto nas casas sem levantar nenhum tipo de suspeita.

Totalmente insípida, a substância não era percebida pelos maridos quando adicionada a comidas e bebidas em uma sequência de doses. A primeira causava sintomas semelhantes ao de uma gripe comum, mas que ia piorando conforme a aplicação de outras doses até matar o sujeito na quarta.

O mais fascinante era que a Aqua Tofana não era percebida no organismo dos falecidos. Todos os resultados das autópsias apontavam como causa mortis uma gripe com sintomas agravantes.

A descoberta do veneno 

Em 1659, uma cliente que havia comprado o veneno arrependeu-se minutos antes de seu marido comer uma sopa envenenada. Denunciada, Tofana refugiou-se em uma igreja, mas foi logo descoberta pela polícia e presa. 

Sob tortura, confessou a morte de cerca de 600 homens. Foi logo condenada à morte no Campo de' Fiori em Roma.

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