Conhecidos por serem um dos parentes mais próximos dos seres humanos, as informações que temos sobre esses antigos hominídeos são intrigantes. 

Você já ouviu falar no Australopithecus anamensis? Caso você não esteja familiarizado, esses antigos hominídeos são um dos parentes mais próximos de nós, os Homo sapiens. Porém, isso não necessariamente significa que sabemos tudo sobre a sua existência, mas as poucas informações que temos sobre são realmente intrigantes.Pensando nisso, nós separamos uma lista com cinco fatos a respeito do A. anamensis que você deveria saber!<h2>1. Existência da espécie na Terra</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/08/08210722548000.jpg" alt="Humano olhando crânio de um antigo humanoide. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Humano olhando crânio de um antigo humanoide. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125495-lucy-a-ancestral-de-3-2-milhoes-de-anos-andava-ereta-e-tinha-pernas-capazes-de-escalar-arvores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Australopithecus afarensis</a> são provavelmente os australopitecos mais conhecidos pelos seres humanos, embora os dados que temos até aqui sugiram que o A. anamensis seja o mais antigo de todos. Espécimes fósseis dataram a espécie de 4,2 milhões de anos a até 3,8 milhões de anos atrás.Essas informações foram conquistadas após um crânio da espécie ter sido encontrado na Etiópia em 2016. Além disso, a datação quebrou qualquer teoria de que o A. anamensis havia evoluído diretamente para A. afarensis, uma vez que as duas espécies coexistiram por pelo menos 100 mil anos.<h2>2. Habitat natural</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/08/08210805418003.jpg" alt="Os Australopithecus anamensis viviam em florestas verdes. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Os Australopithecus anamensis viviam em florestas verdes. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>A maioria dos restos mortais dos A. anamensis&nbsp;foram recuperados em apenas dois países: Quênia e Etiópia. De acordo com pesquisadores, estima-se que essas regiões eram bastante florestadas quando a espécie estava viva, e também eram rodeadas de lagos.Contudo, os fósseis encontrados na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120089-7-curiosidades-sobre-a-etiopia-pais-onde-o-ano-tem-13-meses.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Etiópia</a> não foram achados na fronteira com o Quênia — como era de se esperar. Portanto, isso indica que o A. anamensis conseguiu se espalhar, com restos mortais sendo recuperados na região nordeste do país, incluindo um dente, um fêmur e um crânio.&nbsp;<h2>3. Aparência específica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/08/08210901064004.jpeg" alt="Reconstrução facial de um Australopithecus anamensis. (Fonte: John Gurche/Museu de História Natural de Cleveland)"><figcaption>Reconstrução facial de um Australopithecus anamensis. (Fonte: John Gurche/Museu de História Natural de Cleveland/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os A. anamensis podem até ser um dos parentes mais próximos dos seres humanos, mas isso não significa que eles eram necessariamente muito parecido conosco. Com base nos fósseis que foram encontrados até hoje, os cientistas conseguiram realizar algumas suposições fundamentadas de como esses seres vivos realmente eram.A extremidade superior das tíbias recuperadas e a orientação humana das articulações do tornozelo sugerem que eles podiam andar sobre duas pernas, mas não eram tão altos quanto os humanos. Inclusive, acredita-se que eles tinham altura mais próxima dos chimpanzés modernos.&nbsp;Quanto aos seus rostos, nós não tínhamos nenhuma imagem esclarecedora até 2016, até que um crânio específico foi encontrado na Etiópia. Após algumas análises, os cientistas sugeriram que eles provavelmente se pareciam muito com macacos, com testa inclinada e maçãs do rosto proeminentes.<h2>4. Estilo de vida</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/08/08211024394005.jpg" alt="Amostra de um osso fossilizado de um Australopithecus anamensis. (Fonte: Wikimedia Commons)"><figcaption>Amostra de osso fossilizado de um Australopithecus anamensis. (Fonte: Wikimedia Commons)</figcaption></figure></figure>Um estudo sobre os A. anamensis concluiu que os sinais microscópicos de desgaste deixados nos dentes fossilizados dessas criaturas sugerem que eles tinham uma dieta composta por "alimentos menos desafiadores mecanicamente". Portanto, é bem possível que esses antigos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109430-construcao-do-futuro-conheca-o-robo-humanoide-que-instala-drywalls-sozinho.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">humanoides</a> se alimentavam de coisas como folhas e frutos de árvores e arbustos.&nbsp;Outros ossos do corpo também parecem apoiar essa dieta: o comprimento dos antebraços e as marcas encontradas nos ossos do pulso sugerem que eles <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125495-lucy-a-ancestral-de-3-2-milhoes-de-anos-andava-ereta-e-tinha-pernas-capazes-de-escalar-arvores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">passavam muito tempo subindo em árvores</a>.<h2>5. Informações não encontradas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/08/08211112850007.jpg" alt="Crânio de um Australopithecus. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Crânio de um Australopithecus. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Além dos alimentos que o A. anamensis consumia e da forma como eles eram coletados, é difícil saber muito mais sobre como esses seres viviam. O motivo? Além de um registro fóssil pequeno e fragmentado, nós simplesmente ainda não temos uma forma de voltar no tempo para desvendar o passado do planeta com 100% de certeza.De todo modo, pesquisadores ainda esperam que novas descobertas fósseis sejam feitas no futuro para juntar as lacunas restantes sobre o passado dos nossos primeiros antepassados conhecidos.

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5 fatos curiosos sobre os Australopithecus Anamensis, os parentes mais próximos dos seres humanos

Pesquisadores afirmam que não existem muitos dados sobre o retrovírus ERV-Fc, somente que ele se espalhou globalmente.

A pandemia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120882-covid-19-5-duvidas-sobre-a-pandemia-que-ainda-nao-desvendamos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">covid-19</a> foi apenas um exemplo de como doenças podem afetar o mundo inteiro de uma vez só. Entre 33 milhões e 15 milhões de anos atrás, um antigo grupo de vírus espalhou-se por inúmeros mamíferos e fez um estrago significativo — desaparecendo há aproximadamente 15 milhões de anos.Estudos indicam que esse vírus teria infectado&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126723-5-truques-bizarros-usados-por-parasitas-para-atrair-hospedeiros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">todos os hospedeiros</a>&nbsp;que conseguiu e que fragmentos inativos dele ainda vivem sorrateiramente no DNA de muitos mamíferos modernos, inclusive no dos seres humanos.<h2>Desastre pandêmico</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/04/04183403732025.jpg" alt="Avaliar como funcionam os retrovírus endógenos poderia ajudar a humanidade a abordar doenças modernas. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Avaliar como funcionam os retrovírus endógenos poderia ajudar a humanidade a abordar doenças modernas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Por mais esquisito que seja imaginar esse cenário, cerca de 8% do DNA humano é formado por sequências genéticas de retrovírus que infectaram os nossos antepassados há milhões de anos. Isso inclui até mesmo alguns retrovírus modernos como o HIV, que precisa inserir uma cópia de DNA do seu genoma RNA no DNA de uma célula hospedeira para se replicar.Esse material genético não costuma ser transmitido de geração em geração, mas isso pode acontecer caso os retrovírus ganhem a capacidade de infectar células germinativas — como óvulos ou espermatozoides. Se um retrovírus chega nesse estágio, ele pode eventualmente ser incorporado ao genoma de uma população inteira.O caso mais conhecido disso é o do ERV-Fc, um retrovírus que se espalhou pelo mundo na época do Oligoceno até o Mioceno Inferior. Portanto, esse foi um vírus que circulou pelo mundo entre 33 milhões e 15 milhões de anos atrás. Em 2016, pesquisadores encontraram "fósseis" com restos virais do ERV-Fc presente nos ancestrais de pelo menos 28 mamíferos modernos, incluindo chimpanzés, humanos, cachorros e pandas.&nbsp;<h2>Estudando o passado, prevenindo o futuro</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/04/04183558398028.jpg" alt="Pessoas usando máscaras de proteção contra doenças respiratórias. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Pessoas usando máscaras de proteção contra doenças respiratórias. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Conforme os dados científicos, o mais impressionante sobre a família de retrovírus ERV-Fc é que ela não infectou apenas um parente de todos os mamíferos de uma única vez, mas também saltou mais de 20 vezes entre espécies. Esse fenômeno acabou gerando uma espécie de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127722-proxima-pandemia-deve-acontecer-no-setor-da-agricultura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pandemia</a> intercontinental pré-histórica, atingindo mamíferos em todos os continentes — exceto em áreas remotas da Austrália e da Antártida.&nbsp;O ERV-Fc aparentemente não tem qualquer impacto na saúde humana atualmente, mas isso não significa que ele tenha desaparecido. Estudos mostram que um fragmento de seu material genético simplesmente permanece adormecido em nosso genoma até hoje. Porém, pesquisadores também acreditam que uma compreensão aprofundada sobre outros retrovírus endógenos poderia ajudar a humanidade a descobrir novos métodos para abordarmos doenças como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/estudo-aponta-remissao-do-hiv-em-criancas-apos-interrupcao-do-tratamento" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HIV</a>.“Os genomas dos mamíferos contêm centenas de milhares de fósseis virais antigos semelhantes ao ERV-Fc”, destacou William E. Diehl, autor do estudo de 2016, conduzido enquanto ele era pesquisador de pós-doutorado no Boston College, em comunicado oficial. Segundo Diehl, o maior desafio no momento é usar as sequências virais antigas para remontar o passado do nosso planeta.O cientista acredita que medidas do tipo podem ser úteis para prever as consequências de novas infecções virais emergentes a longo prazo. Sendo assim, tal método nos permitirá entender melhor quando e por que surgem novos vírus, bem como compreender a maneira como o contato de longo prazo com eles impacta a evolução dos organismos hospedeiros.

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'Pandemia pré-histórica' que durou 15 milhões de anos ecoa até os dias de hoje

Confira 4 fatos sobre a Iguana-terrestre-das-galápagos, uma das espécies observadas por Charles Darwin em visita às ilhas, séculos atrás.

A Iguana-terrestre-das-galápagos, também chamada de Iguana-amarela, cujo nome científico é Conolophus subcristatus, é um réptil encontrado em um local do mundo que ainda hoje é sinônimo de biodiversidade e se tornou Patrimônio Natural da Humanidade da Unesco. Ao conhecer mais sobre essa espécie, fica mais fácil entender como ela também é bastante interessante.<h2>1. Iguanas-amarelas podem ter até 1,5 metro de comprimento</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/05/05031013465000.jpg" alt="Outras espécies de iguanas são encontradas em Galápagos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Outras espécies de iguanas são encontradas em Galápagos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Pertencente à família Iguanidae, as iguanas habitam o arquipélago de Galápagos, localizado no Equador, na América do Sul, e podem apresentar até 1,5 metro de comprimento e pesar 11 quilos.Em relação à alimentação, trata-se de um animal de sangue frio que é <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121552-animais-herbivoros-sao-mais-fracos-que-os-carnivoros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">herbívoro</a> e se nutre de folhas e frutos variados. Mas isso não elimina a hipótese dele ingerir insetos e centopeias eventualmente.<h2>2. A iguana-amarela foi um dos animais estudados por Charles Darwin quando visitou o arquipélago</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/05/05031103133001.jpg" alt="Dependendo da situação elas podem parecer indefesas, mas a verdade é que ainda assim elas vivem por muitas décadas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Charles Darwin flagrou iguanas dando cochilos na ilha. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por ser rico em biodiversidade, o arquipélago de Galápagos fez parte do roteiro do naturalista e biólogo britânico <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128235-mariposa-comprova-que-darwin-estava-certo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Charles Darwin</a>. Uma vez lá, ele se comprometeu a classificar as espécies encontradas, e seus relatos não pouparam a espécie.A descrição apontava que elas possuem movimento mais lento e preguiçoso, e que gostam de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118928-conheca-5-habitos-de-sono-interessantes-do-mundo-animal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cochilar</a> por alguns minutos quando estão passando por algum local, exceto quando estão assustadas, naturalmente. As Iguanas-terrestre-das-galápagos também foram consideradas feias e com uma "aparência estúpida".Por outro lado, não foram vistas como tímidas. Darwin experimentou pegar esses animais a partir da cauda e relatou que eles aparentavam estar surpresos. Ele ainda reconhece que se tivesse deixado a mão ao alcance da boca desses répteis, a história poderia ter sido diferente.<h2>3. A iguana-amarela pode viver por décadas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/05/05031219090002.jpg" alt="Charles Darwin flagrou as iguanas dando alguns cochilos na ilha. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages </a>Dependendo da situação, elas podem parecer indefesas, mas a verdade é que ainda assim elas vivem por muitas décadas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Com um tom predominante de amarelo, esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/48007-9-dos-repteis-mais-incriveis-e-bizarros-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">répteis</a> podem apresentar algumas manchas marrons, pretas ou brancas em seu corpo. Sua cabeça é curta, mas as garras afiadas em suas patas traseiras podem assustar os desavisados.Pode não parecer, mas o animal é capaz de viver por até 60 anos e, curiosamente, a espécie só atinge a maturidade a partir dos 6 anos. Já o período que essas iguanas-amarelas levam para se reproduzir é menor: a partir de 100 dias os ovos eclodem. Cada iguana consegue depositar entre 2 e 25 ovos nesse processo.<h2>4. As iguanas-amarelas são ameaçadas de extinção</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/05/05031332919003.jpg" alt="Ratos, gatos e cachorros, animais que foram introduzidos à ilha, contribuíram com a redução da população de iguanas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Ratos, porcos, gatos e cachorros, animais que foram introduzidos à ilha, contribuíram com a redução da população de iguanas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>As iguanas terrestres do arquipélago já foram consideradas extintas no início do século XX e, graças a algumas ações pontuais de preservação, puderam ser reintroduzidas ao local.Apesar de viverem em pequenas colônias, as iguanas-amarelas podem ter dificuldades para se adaptar ao habitat. Inclusive, os machos da espécie apresentam comportamentos territoriais, usando mordidas para atacar uns aos outros. Mas fato é que, como houve a introdução de outros animais, ratos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128914-porcos-nao-transpiram-entao-de-onde-veio-a-expressao-suando-como-um-porco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">porcos</a>, gatos e até mesmo cães domésticos passaram a competir por seus alimentos, ou mesmo atacar ovos e iguanas mais jovens.E assim como muitos outros seres vivos, esses répteis possuem um papel importante para o ecossistema, pois ajudam a espalhar sementes e a ampliar a cobertura vegetal das ilhas. Por conta disso, eles são continuamente monitorados por equipes prontas para isolá-los e protegê-los, se necessário.

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Iguana-terrestre-das-galápagos: 4 fatos sobre essa incrível espécie

Com um ancestral que vivia em terra firme, focas e leões marinhos se adaptaram ao meio aquático, mas trilharam um caminho evolutivo bem diferente das baleias.

Ao comparar as espécies marinhas, as baleias fornecem um exemplo bastante interessante da evolução adaptativa, que já figuram entre o grupo animal que tinha um ancestral que vivia em terra firme.Há cerca de 45 milhões de anos, seu ancestral moderno conseguiu migrar para um estilo de vida semiaquático, resultando numa capacidade invejável de viver embaixo d'água por um grande período. Mas por que será que focas e leões-marinhos não seguiram pelo mesmo caminho?<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/26/26110537091074.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Enquanto as baleias pertencem ao grupo dos cetáceos, as focas e leões marinhos são pinípedes. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Surgimento a partir de um ancestral bastante antigo</h2>Pode-se dizer que as adaptações estão muitas vezes relacionadas a necessidades e situações mais extremas que os animais vivenciam. Apesar do ancestral das focas e leões-marinhos também ter uma origem em terra firme, ele migrou para as águas apenas mais recentemente, há 24 milhões de anos.Acredita-se que os pinípedes, grupo ao qual as focas e os leões-marinhos pertencem, teriam <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128830-qual-e-a-origem-das-palavras-artico-e-antartico.htm">surgido na região do Ártico</a> e se espalhado pelo planeta gradativamente. Com isso, hoje há mais de 30 espécies que apresentam características bem variadas. E assim como os dentes deles parecem ter evoluído para caçar melhor, esse processo evolutivo também resultou em outras diferenças.Vale destacar que um dos ancestrais mais antigos dentre os pinípedes <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119539-6-fatos-curiosos-sobre-as-lontras.htm">parece uma lontra</a>. O animal, conhecido como Puijila darwini,&nbsp;tinha quatro patas e as usava tanto para deslocamento em terra firme quanto para nadar. Ele ainda apresentava dentes nas bochechas, auxiliando na hora de cortar presas pequenas.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/26/26111045701077.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os ancestrais mais antigos das focas e dos leões-marinhos tinham quatro patas e não usavam a cauda para nadar. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Diferentes caminhos ao longo da evolução das espécies</h2>Como o oceano era rico em opções alimentares, mas apresentava mais predadores do que quando os ancestrais das baleias migraram para as águas, esses animais encontraram na superfície o seu refúgio. A mudança na disponibilidade de recursos, inclusive, é encarada como um dos fatores que contribuiu com a diferenciação entre as espécies.<ul><li>Leia mais: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128921-baleias-azuis-estao-acasalando-com-outra-especie-e-tendo-filhotes-hibridos.htm">Baleias-azuis estão acasalando com outra espécie e tendo filhotes híbridos</a></li></ul>Ou seja, tudo indica que as baleias, que pertencem ao grupo dos cetáceos, precisavam nadar até mais longe para encontrar alimentos. Isso não significa que as outras espécies não tenham prosperado, mas por terem necessidades diferentes, impostas pelo ambiente, adquiriram hábitos e características que beneficiavam melhor cada grupo, processos estes que também remetem à teoria da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125111-5-ideias-erradas-que-temos-sobre-a-evolucao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">seleção natural</a>.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/27/27122546818146.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Apesar da capacidade de transitar entre o meio terrestre e o aquático, as focas também sofrem efeitos das mudanças climáticas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>A realidade mostra que embora as baleias, as focas e os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/marinha-dos-eua-esta-ensinando-leoes-marinhos-a-jogar-videogame" rel="noopener noreferrer" target="_blank">leões-marinhos</a> sejam mamíferos, esses dois últimos ainda apresentam um estilo de vida que lembra o dos anfíbios. Mesmo entre as baleias, a capacidade de prender a respiração embaixo d'água é expressiva, mas varia bastante conforme a espécie.Enquanto algumas conseguem esse feito por aproximadamente 15 minutos, há outras que podem aguentar por mais de duas horas. Assim como as baleias, as focas também possuem uma camada de gordura bastante espessa, o que as ajuda a suportar temperaturas mais baixas. Mas no final das contas, são as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128366-como-o-nariz-das-focas-se-adaptou-para-enfrentar-o-frio-extremo-do-artico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">características</a> que surgiram que as definem.Como exemplo disso, temos o baço das focas. Esse órgão apresenta um tamanho maior, e fornece melhores condições para elas viverem embaixo d'água. O corpo cilíndrico mais alongado e coberto de pelos, e modificações nos membros posteriores, que deram vida às nadadeiras, por sua vez, ajudaram elas a se tornarem exímias nadadoras.Curtiu o conteúdo? Então, fique por dentro de mais curiosidades sobre o reino animal com essa aqui no Mega Curioso!

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Por que focas e leões-marinhos não se adaptaram totalmente à vida no mar?

Um crânio de 16 milhões de anos desenterrado na densa selva amazônica revela segredos impressionantes sobre um antigo golfinho do rio Amazonas.

Os rios da Amazônia escondem mistérios ancestrais que cativam a imaginação dos cientistas há séculos. Uma expedição liderada por Aldo Benites-Palomino, da Universidade de Zurique, revelou um tesouro paleontológico incrível: o crânio fossilizado de um golfinho gigante, da espécie Pebanista yacuruna, com mais de 16 milhões de anos. Os resultados do estudo foram publicados na renomada revista científica Science Advances, dando mais detalhes sobre a evolução dos mamíferos aquáticos e as ameaças enfrentadas pelos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121584-6-curiosidades-sobre-o-boto-cor-de-rosa-o-golfinho-de-agua-doce.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">golfinhos fluviais</a>.<h2>Uma jornada na profundidade dos rios amazônicos</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/24/24191043143057.jpg" alt="Comparação de tamanho entre diferentes golfinhos fluviais. Pebanista yacuruna no canto superior esquerdo. (Fonte: Science Advaces/Reprodução)"><figcaption>Comparação de tamanho entre diferentes golfinhos fluviais. Pebanista yacuruna no canto superior esquerdo. (Fonte: Science Advaces/Reprodução)</figcaption></figure></figure>O crânio fossilizado do Pebanista yacuruna, descoberto nas margens do Rio Napo, em Loreto, Peru, é uma descoberta de imensa importância paleontológica. Com aproximadamente 3 metros de comprimento, esse antigo golfinho emerge como um gigante dos rios da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128565-antigas-cidades-de-2-500-anos-sao-encontradas-na-amazonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amazônia</a>, proporcionando uma visão única da vida aquática em tempos passados. Seu crânio, com focinho longo, dentes robustos e olhos pequenos, revela uma adaptação notável ao ambiente fluvial.Além disso, a conexão genética entre o Pebanista yacuruna e os golfinhos fluviais do sul da Ásia, como o golfinho do rio Ganges, oferece mais detalhes sobre os padrões de migração ancestral desses mamíferos aquáticos. Essa conexão entre continentes sugere uma migração fascinante dos oceanos para os rios, em busca de novas fontes de alimento. A descoberta desse gigante dos rios não apenas enriquece nossa compreensão da evolução biológica, mas também ressalta a importância crucial dos ecossistemas fluviais na história da vida na Terra.<h2>Desafios modernos e lições do passado</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/24/24191353419058.jpg" alt="Golfinhos de rio atuais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Golfinhos de rio atuais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Enquanto os cientistas desvendam os segredos do Pebanista yacuruna, os golfinhos fluviais modernos enfrentam <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127652-por-que-mais-de-100-botos-foram-achados-mortos-na-amazonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ameaças crescentes</a> em todo o mundo. A urbanização desenfreada, a poluição dos rios e a exploração indiscriminada dos recursos naturais estão empurrando esses magníficos animais para o abismo da extinção. A descoberta desse antigo gigante serve como um alerta urgente para proteger os ecossistemas de água doce e preservar a diversidade única da vida selvagem que eles sustentam.Além disso, ao reconhecer a resiliência desses mamíferos aquáticos ao longo dos milênios, podemos aprender valiosas lições sobre conservação e coexistência sustentável com a natureza. A preservação dos golfinhos fluviais não é apenas uma questão de proteger uma espécie; é um imperativo moral para salvaguardar a integridade dos ecossistemas fluviais que sustentam a vida em nosso planeta.O legado do Pebanista yacuruna nos lembra a fragilidade e a beleza da natureza e o nosso dever de proteger e respeitar todas as formas de vida em nosso planeta. À medida que enfrentamos uma crise de extinção sem precedentes, devemos agir com determinação para proteger os rios e os seres vivos que deles dependem. Isso exige colaboração internacional, políticas ambientais robustas e compromisso de cada indivíduo em fazer a diferença.&nbsp;

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Crânio de boto gigante de 16 milhões de anos é descoberto na Amazônia

Graças ao mimetismo, há espécies que se mantêm protegidas sem precisar se esconder na natureza. E há uma mariposa que oferece um exemplo bastante curioso de como isso ocorre.

A famosa expressão “lobo em pele de cordeiro” pode ganhar uma dimensão bem diferente quando posta em prática no mundo animal, especialmente quando estamos nos referindo a algum caso de mimetismo presente na natureza.Nesse tipo de ocorrência, os animais dão uma prova real da sua capacidade de evoluir. Mas é importante destacar que, diferente da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119926-como-a-camuflagem-ajudou-na-evolucao-das-especies.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">camuflagem</a>, o mimetismo implica na aquisição de características presentes em outras espécies, sem que esse animal fique totalmente escondido em seu habitat.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06120906531204.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Sesia apiformis. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Mimetismo entre as mariposas</h2>Nesse tipo bastante intrigante de adaptação, além da aparência, o comportamento de outro animal também pode ser "copiado", ainda que parcialmente, de modo que ele afaste seus predadores. E isso pode ser observado não apenas entre espécies animais, como vegetais.Em um dos casos clássicos, temos o peixe tropical Chaetodon capistratus. Ele apresenta uma grande mancha na parte posterior do seu corpo, que parece ser um olho, e essa característica é o suficiente para ele se manter mais seguro nas águas. Entre as mariposas, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126954-5-animais-que-usam-mimetismo-para-escapar-de-predadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mimetismo</a> se manifesta de forma incrível.No caso de mimetismo batesiano, a vespa-europeia (Vespa crabro), foi quem serviu de "inspiração". Por isso, diferente dela, a mariposa Sesia apiformis não é nada ameaçadora. Como sabemos bem, as espécies podem variar muito de uma região a outra, por isso é natural que esse inseto inofensivo seja motivo de preocupação.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06121452893205.jpg" alt="Nessa imagem, aparece a vespa-europeia, que de fato apresenta algumas diferenças em relação a mariposa vespa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Nessa imagem, aparece a vespa-europeia, que de fato apresenta algumas diferenças em relação à mariposa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Encontrada na Europa e em regiões do Oriente Médio e da América do Norte, a S. apiformis&nbsp;é uma integrante da família Sesiidae. Além dessa aparência, com um corpo onde se destacam os tons de preto e amarelo — cores que no mundo animal são indicativos de picadas tóxicas —, as suas asas podem enganar aos que não percebem as sutilezas.Essas mariposas aperfeiçoaram de tal forma a arte da imitação que até mesmo o voo delas ocorre de uma forma semelhante ao das vespas. Na prática, isso prova como o mimetismo pode contribuir com a proteção de algumas espécies.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/06/06121612973206.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Mas ao reparar bem, os detalhes denunciam a farsa. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Diferenças entre a mariposa e a vespa</h2>Mas ao reparar bem, os detalhes denunciam a farsa, a exemplo das cores das patas da mariposa, do formato da cabeça e da própria cintura, que são diferentes da vespa-europeia. Além da ausência de ferrão, as S. apiformis&nbsp;não possuem mandíbulas feitas para morder e cortar.Ainda há casos fascinantes de mimetismo observados entre outros insetos, como o presente nas mariposas-beija-flor que imitam os belíssimos colibris. Além das asas, sua língua se assemelha bastante ao bico do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128056-como-os-beija-flores-consegue-voar-em-espacos-tao-pequenos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">beija-flor</a>, isso sem falar na cauda e na presença de uma listra branca no dorso.E antes que tal diferenciação ocorresse, os biólogos ficaram confusos, pois ao que tudo indica, não se trata de um caso de mimetismo batesiano, como o manifestado nas mariposas, que permite que animais inofensivos se assemelhem a outros mais perigosos, ou mülleriano, quando espécies compartilham características indesejadas pelos seus predadores, evitando o ataque.

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Parece vespa, mas é uma mariposa. Afinal, o que explica isso?

Acreditava-se que essas salamandras cegas raramente saíam de suas tocas.

As salamandras conhecidas como "proteus" (Proteus anguinus) passam mais tempo fora de suas tocas do que se pensava. A informação é de um estudo publicado na revista Ecology em fevereiro desde ano. Os anfíbios se assimilam aos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121029-conheca-o-axolote-a-salamandra-sensacao-da-internet-que-esta-em-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">axolotes</a>, embora tenham o corpo mais alongado e sejam cegos.Segundo a pesquisa, um espécime foi encontrado nadando em uma&nbsp;nascente acima do solo em 2020, para surpresa dos estudiosos. Entre 2020 e 2023, a equipe monitorou a região do planalto Cársico, no nordeste da Itália. Neste tempo, foram 10 cavernas e 69 nascentes observadas.Os animais aquáticos foram encontrados em&nbsp;15 dessas nascentes. Além disso, os pesquisadores também observaram a existência de uma "larva" — uma versão "bebê" dos proteus. Embora ainda não haja certeza, isso pode indicar que eles sejam capazes de procriar acima do solo.<h2>Por que os proteus vivem em cavernas?</h2>Os proteus também já foram chamados de "dragões bebê" por conta de sua aparência. Após passarem milhões de anos na escuridão, os indivíduos cegos — mais bem adaptados — foram selecionados. Dessa forma, a espécie hoje possui excelente audição, olfato&nbsp;e se locomove usando <a href="https://www.megacurioso.com.br/biologia/85744-cientistas-descobrem-como-os-humanos-detectam-os-campos-eletricos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos elétricos</a>.Justamente por essas características, acreditava-se que esses animais vivessem&nbsp;quase exclusivamente em locais escondidos. Apesar de serem esguios, a falta de visão é um fator que os deixa sujeitos aos predadores em locais mais expostos."Inesperadamente, os proteus foram repetidamente detectados&nbsp;mesmo durante o dia, quando as condições dos habitats superficiais (luz e ocorrência visual de predadores) são consideradas particularmente inadequadas para especialistas em cavernas", diz o artigo.<figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/15/15011312828013.jpg" alt="Proteus anguinus, animais aquáticos esguios e cegos">&nbsp;<a class="fonte_imagem" href="https://www.gettyimages.com.br/"> GettyImages </a>Proteus: animais aquáticos, esguios e cegos. (Fonte: Getty Images)</figure><h2>Características dos proteus</h2>Como dito anteriormente, o proteus compensa a falta de visão com seus sentidos mais aguçados. Ele ainda conta com&nbsp;órgãos sensoriais que facilitam o reconhecimento do ambiente.Existem, por exemplo, os fotossensores, capazes de reconhecer a luz. Embora as larvas contem com olhos normais, o desenvolvimento para e começa a regredir. O resultado é uma atrofia dos olhos após quatro meses. Ainda assim, os fotossensores se mantém no corpo e nos globos oculares regredidos.Além disso, eles são capazes de sentir concentrações muito baixas de compostos orgânicos na água. Já com a ajuda dos receptores mecânicos e elétricos, essas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123398-hellbender-7-curiosidades-sobre-as-maiores-salamandras-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">salamandras</a> recebem vibrações de ondas sonoras da água e do solo.

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Anfíbios cegos são vistos fora de caverna e surpreendem pesquisadores

Usando uma técnica de reprogramação genética, cientistas podem estar perto de recriar antigo gigante do Ártico.

Uma startup de biotecnologia, a Colossal Biosciences, alega ter conseguido grandes avanços num dos objetivos mais intrigantes da ciência moderna: trazer de volta à vida o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius) ou mamute-lanoso. De acordo com a empresa, a expectativa é de que essa façanha seja alcançada até 2028.&nbsp;A equipe da Colossal deu um passo importante na direção certa, ao derivar células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs, na sigla em inglês) de elefantes-asiáticos (Elephas maximus). Em suma, eles encontraram uma maneira de reprogramar as células desses elefantes, o que pode nos ajudar a entender melhor como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128089-mandibula-de-mamute-gigante-de-10-mil-anos-e-descoberta-por-cacador-de-fosseis-na-florida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamutes-lanosos</a> se adaptaram ao Ártico e, quem sabe, até mesmo trazê-los de volta à vida.<h2 style="text-align:justify;">Criando a partir de um parente</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13175114340350.jpg" alt="O elefante-asiático é um parente próximo do mamute-lanoso. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O elefante-asiático é um parente próximo do mamute-lanoso. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Os cientistas partiram da ideia de "reprogramar" geneticamente elefantes-asiáticos, já que são os parentes vivos mais próximos dos mamutes, podendo assim incorporar características-chave dos mamutes-lanosos.&nbsp;Entretanto, alcançar um "mamute funcional" não é uma tarefa simples. Os cientistas enfrentam uma série de obstáculos desafiadores ao longo do processo. Desde a manipulação genética até garantir uma gestação eficiente, há uma jornada repleta de complexidades.Para se ter uma ideia, para alcançar o sucesso na criação das iPSCs, eles tiveram que suprimir genes específicos, incluindo um gene central conhecido como TP53, tarefa essa muito complicada.&nbsp;O ponto importante é que essas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122571-celulas-de-porcos-sao-revividas-apos-animais-sofrerem-parada-cardiaca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">células</a> iPSCs possuem uma incrível versatilidade. Elas têm a capacidade de se diferenciar em qualquer tipo de célula do corpo, o que abre um leque de possibilidades. Isso nos permite entender melhor as características distintivas dos mamutes e realizar edições genéticas sem afetar os elefantes vivos.Diante disso, pode-se dizer que a equipe alcançou um feito notável, pois foram capazes de reprogramar as células do elefante-asiático para um estado semelhante ao de células embrionárias. Esse passo fundamental abre as portas para a produção de espermatozoides e óvulos de elefantes em laboratório.A descoberta dessas células-tronco pluripotentes induzidas marca um avanço significativo. Agora, os cientistas têm a chave para desvendar os segredos genéticos por trás das adaptações dos mamutes ao frio extremo. Além disso, essa descoberta pode ter implicações importantes na conservação de espécies ameaçadas, incluindo os próprios elefantes-asiáticos.<h2 style="text-align:justify;">Debates necessários</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/03/13/13175240426351.jpg" alt="Muito se debate sobre se seria ético recriar animais extintos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução) "><figcaption>Muito se debate sobre se seria ético recriar animais extintos. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>Obviamente que muita gente pode ter certo receio quanto a recriar outros animais extintos, talvez temendo um resultado nada animador como o visto no <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122050-6-fatos-sobre-dinossauros-que-jurassic-park-te-ensinou-errado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filme Jurassic Park</a> ou simplesmente pelos possíveis impactos ecológicos que a inserção desses animais possam gerar.&nbsp;Por isso, há muito debate ambiental e ético desse empreendimento, pois muitas perguntas precisam ser respondidas. Quantos mamutes são necessários para fazer a diferença? Será que estamos mexendo demais com a natureza? São perguntas importantes que merecem reflexão.Contudo, há também uma razão ecológica séria por trás disso. Os mamutes-lanosos desempenhavam um papel vital nos ecossistemas do Ártico, ajudando a manter a vegetação rasteira, o que, por sua vez, reduzia o acúmulo de neve e o derretimento do permafrost. Em outras palavras, eles eram os jardineiros do Ártico, mantendo o equilíbrio natural.Então, enquanto o debate sobre a ética ecológica continua, uma coisa é certa: estamos testemunhando um momento emocionante na interseção entre a ciência e a ficção. O futuro é selvagem — literalmente.

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Empresa diz ter descoberto como "ressuscitar" mamute-lanoso

Após passar uma vida inteira pesquisando sobre os lepidópteros, Akito Kawahara está corrigindo o registro de onde as borboletas evoluíram pela primeira vez

Aos 8 anos, Akito Kawahara foi levado para um passeio exclusivo para membros pela coleção de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120282-os-7-insetos-mais-surpreendentemente-irados-do-reino-animal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">insetos</a> do Museu Americano de História Natural. Quem o conduziu pela exibição foi seu pai On Kawara, um renomado artista conceitual que lhe introduziu às borboletas.Nessa época, Akito já tinha acumulado cerca de 500 espécimes em sua própria coleção. Desde então, ele se tornou completamente obcecado por esses animais e logo passou a investir numa carreira para entender de onde vieram as borboletas, como elas evoluíram e como cada espécie está relacionada entre si. Agora, com 45 anos, o pesquisador tem encontrado informações surpreendentes sobre o tema.&nbsp;<h2>Evolução das borboletas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/15/15022852134004.jpg" alt="(Fonte: Museu da Flórida/Divulgação)"> (Fonte: Museu da Flórida/Divulgação)</figure>Em maio de 2023, Kawahara trabalhou com quase 90 coautores de seis continentes para entender mais sobre as <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124009-6-borboletas-nativas-do-brasil-que-sao-incrivelmente-belas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">borboletas</a>, publicando os resultados de um enorme estudo global sobre a evolução desses insetos baseados em amostras de DNA de 2,3 mil espécies diferentes.O estudo não só preenche as lacunas no gráfico filogenético que ele já havia notado quando criança, mas também apresenta uma história de origem completa para esses insetos carismáticos. Enquanto a maioria dos pesquisadores pensava que as borboletas tinham evoluído na Australásia, ele encontrou indícios de que as primeiras borboletas na realidade surgiram na América do Norte e Central.&nbsp;O primeiro ancestral desses insetos foi a mariposa-noturna, que passou a voar durante o dia nessa região do mundo há 101 milhões de anos. Para Kawahara, o estudo — que demorou oito anos para ser concluído — foi intensamente pessoal, uma vez que trouxe memórias familiares sobre seu pai. "Me interessei por borboletas por causa dele. Foi ele quem me inspirou a seguir minha paixão e me tornar um cientista de borboletas. E ele estava comigo naquele dia no [museu] quando vi a filogenia mal resolvida das borboletas e sonhei em completá-la", celebrou.&nbsp;<h2>Computando os dados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/15/15022925916005.jpg" alt="(Fonte: Museu da Flórida/Divulgação)"> (Fonte: Museu da Flórida/Divulgação)</figure>Para extrair o máximo de informações de todas as borboletas coletadas em inúmeras viagens de pesquisa, os cientistas envolvidos no trabalho tinham em mãos quatro supercomputadores funcionando simultaneamente em três sedes de pesquisa: uma na Alemanha e duas nos Estados Unidos.Processando mais de 370 milhões de pedaços individuais de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121199-o-que-e-o-dna-e-como-ele-se-parece.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DNA</a>, os computadores calcularam a melhor hipótese ou probabilidade da árvore evolutiva das borboletas. Depois, com base na datação e nos fósseis, estimaram a idade de cada ramo possível da árvore. Além das descobertas inovadoras sobre onde e quando as borboletas se originaram, os cientistas constataram que 36 "tribos" de borboletas precisavam ser reclassificadas.O estudo constatou que as primeiras lagartas de borboletas provavelmente se alimentaram de apenas de feijões-americanos para sobreviver. Assim, essas criaturas "floresceram" na América do Norte e depois voaram para a América do Sul. Anos mais tarde, dispersaram-se para a Austrália, Ásia, Índia, África e, finalmente, há cerca de 30 milhões de anos, para a Europa.Hoje existem cerca de 19,5 mil espécies de borboletas espalhadas por todo o mundo, exceto na Antártida. Como próxima etapa de pesquisa, Kawahara pretende se concentrar na construção de uma imagem mais detalhada da evolução desses insetos, utilizando uma amostragem ainda maior de DNA e mais abrangente que o estudo de 2023.&nbsp;

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De onde vieram as borboletas?

De acordo com pesquisadores, fenômeno é uma maneira de combater os efeitos severos da radiação e pode ter os ajudado a sobreviver

Após o desastre nuclear de Chernobyl em 1986, seria fácil presumir que resta pouca vida ainda existente na área. Na realidade, contra todas as probabilidades, algumas espécies se adaptaram para poder suportar os níveis intensos de radiação e sobreviver, como alguns sapos na região.As pererecas orientais (Hyla orientalis), como são chamadas, normalmente apresentam uma cor verde brilhante. Porém, em 2016, uma equipe de pesquisadores que trabalhava na área constataram que esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126949-especie-minuscula-de-sapo-e-descoberta-em-sc.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sapos</a> haviam mudado a cor de suas peles para um tom mais próximo do preto. Para entender esse fenômeno, os cientistas passaram três anos examinando mais de 200 sapos machos capturados em lagos dentro e fora da Zona de Exclusão de Chernobyl, no norte da Ucrânia.<h2>Adaptação e sobrevivência</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23000950762010.jpeg" alt="(Fonte: P. Burraco e G. Orizaol/Divulgação)"> (Fonte: P. Burraco e G. Orizaol/Divulgação)</figure>A equipe de pesquisadores descobriu que as pererecas orientais encontradas dentro da zona de exclusão tinham uma coloração dorsal da pele notavelmente mais escura do que as rãs fora da zona. E o motivo disso? Para protegê-las da radiação. Afinal, sapos com pele mais escura têm mais de um grupo de pigmentos chamado melanina.Quanto mais melanina um animal tem, mais escuros serão seus cabelos e pele. Porém, isso também pode proteger contra a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127428-conheca-4-animais-que-se-tornaram-radioativos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">radiação</a>, incluindo a ionizante encontrada em Chernobyl. “A coloração escura é conhecida por proteger contra diferentes fontes de radiação, neutralizando os radicais livres e reduzindo os danos ao DNA, e, particularmente, a pigmentação da melanina foi proposta como um mecanismo tampão contra a radiação ionizante”, escreveram os pesquisadores em seu artigo de 2022.A cor da pele das pererecas era mais escura nas áreas mais próximas da explosão e onde a radiação era elevada no momento do desastre. Isto, de acordo com a equipe, significa que "altos níveis de radiação ionizante, provavelmente no momento do acidente, podem ter sido selecionados para coloração mais escura nos sapos de Chernobyl".<h2>Vida em Chernobyl</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/02/23/23000911343009.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)"> (Fonte: GettyImages)</figure>Segundo os pesquisadores, o fenômeno visto nas pererecas de Chernobyl é um claro exemplo da rápida evolução em ação. Na época do acidente, as rãs com menos melanina teriam sido mais vulneráveis aos efeitos da radiação prejudiciais ao DNA, provavelmente matando-as numa idade mais precoce — talvez antes mesmo de conseguirem se reproduzir.Por outro lado, as rãs com pele mais escura tinham maior probabilidade de sobreviver e produzir muitos filhotes, graças à sua melanina protetora. Desde então, essa característica foi transmitida aos seus descendentes. As pererecas orientais fêmeas começam a se reproduzir por volta dos 2 ou 3 anos. Como quase 40 anos se passaram desde o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127244-desastre-de-chernobyl-cria-paraiso-inesperado-para-predadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desastre de Chernobyl</a>, isso equivale a cerca de 10 a 15 gerações de sapos na época do estudo.Portanto, quando dizemos que o processo evolutivo aconteceu rapidamente, na verdade, significa que ele foi extremamente rápido. Os investigadores esperam que estudos futuros ajudem a desvendar os mecanismos genéticos por detrás da coloração mais escura desses animais, bem como estabelecer outras possíveis consequências da exposição a longo prazo da vida selvagem à radiação ionizante.&nbsp;

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