Conheça a história por trás das cabeças encolhidas das tribos Jivaro

18/09/2017 às 03:003 min de leitura

A história da humanidade é repleta de tribos, crenças, ritos e costumes. Enquanto alguns desses pontos possuem informações ricas e muito interessantes das mais variadas comunidades, outros nos proporcionam situações no mínimo horripilantes. Podemos dizer que um dos objetos perturbadores oriundos de crenças e mitos como os citados são as cabeças encolhidas da tribo Jivaro.

Possivelmente, você já deve ter visto um desses artefatos em algum filme ou programa de TV, ou ainda durante uma viagem por alguns países da América do Sul. Se isso aconteceu, é provável que você não fazia a menor ideia do que se tratavam esses objetos ou como são feitos. 

Cabeça encolhida na atração de Harry Potter no parque da Universal, em Orlando, Flórida

Pois bem, a aparência extremamente assustadora não destoa da história que envolve esses itens. A começar pelo fato de que grande parte das cabeças pertenceu a pessoas.

As tribos Jivaro e a crença nos espíritos muisak

Os povos Jivaro são uma tribo da região noroeste da floresta Amazônica no Peru e no Equador. São eles os responsáveis pela técnica de encolhimento das cabeças, que consistia em cozinhar por determinado período até que chegasse ao ponto ideal. O contexto histórico mostra alguns dos motivos que levavam essas pessoas a produzirem as cabeças, e o que anteriormente era baseado em uma antiga crença chegou a ser objeto comercial em determinado momento. Segundo o site How It Works, há registros de que esses objetos foram produzidos ainda durante grande parte do século 20.

A crença dos Jivaro dizia que existia um espírito vingativo que habitava o corpo humano, chamado muisak. Assim, os inimigos mortos deviam ter suas cabeças decepadas e transformadas nas “tsantsas”, como são conhecidas as cabeças encolhidas pelos integrantes da tribo. Isso, segundo a crença desse povo, bloquearia o espírito de usar os seus poderes e daria o controle da alma quando uma pessoa fosse assassinada.

Os guerreiros acreditavam que também estariam mostrando aos seus antepassados que estavam honrando a sua obrigação de conter a vingança de sangue. Para os inimigos, as tsantsas serviam para mostrar que os Jivaros eram guerreiros cheios de habilidade. Após as batalhas, muitos combatentes chegavam a carregar as cabeças encolhidas no pescoço.

A comercialização das tsantas

Apesar de passarem por um trabalhoso ritual de preparo e cozimento para serem transformadas nas tsantsas, as cabeças não eram preservadas por muito tempo. Após as celebrações finais, muitas eram descartadas, sendo que no início serviam de alimento para animais ou de brinquedo para as crianças. Porém, em determinado momento, os objetos míticos foram descobertos por turistas que se fascinaram e passaram a adquiri-los como souvenir.

Do final do século 19 até o começo do 20, esse cenário teve um crescimento e fez com que as tribos passassem a matar pessoas para confeccionar as tsantsas a fim de trocá-las por outros objetos, como armas e facas. Nesse momento havia exemplares feitos a partir de cabeças de macaco e obtidas junto a necrotérios. 

Essa situação perdurou até que, nos anos de 1930, os governos peruano e equatoriano decidiram proibir e tornar ilegal o tráfico de cabeças encolhidas para tentar coibir os assassinatos por esse motivo. O grande declínio da prática também teve influência da cultura religiosa e ocidental. Atualmente, acredita-se que nenhuma tsantsa autêntica é produzida há pelo menos duas décadas.

O ritual para tornar as cabeças encolhidas

As tsantsas possuíam um tamanho de aproximadamente um terço de uma cabeça normal. Para deixá-las nesse formato, existiam muitas maneiras. De forma resumida, os guerreiros faziam assim: selavam os olhos e a boca com cavilhas de madeira para então ferver tudo durante um período de uma hora e meia a duas horas. Se não atingisse o ponto certo, as cabeças poderiam ficar gosmentas, e, caso passasse do tempo ideal de cozimento, elas poderiam perder os cabelos. Portanto, se tratava de um processo muito preciso.

Ao final, com o tamanho já reduzido, o objeto era retirado do recipiente e a pele apresentava elasticidade e um aspecto escuro. Pedras quentes e areia eram utilizadas para preencher o interior do crânio, e as cavilhas eram substituídas por cordas de tecido. Os membros da tribo ainda esfregavam carvão mineral na parte exterior para escurecer ainda mais. Isso era feito com o intuito de manter a alma vingativa afastada.

*Publicado em 18/01/2016

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