Nós estamos vencendo a guerra contra o câncer?

30/09/2014 às 08:112 min de leitura

Certamente não falta quem pragueje contra a ciência, sobretudo quando padece de alguma coisa. Entretanto, embora pareça pouco provável que um cientista minimamente razoável defendesse qualquer tipo de onipotência, há algo difícil de contestar: os seres humanos andam levando vantagem na guerra contra o câncer.

Bem, mas porque tantas pessoas ainda morrem vítimas de câncer todos os anos? Conforme colocou o site Real Clear Science, a questão é igualmente controversa e complicada. Mas há pelo menos três pontos principais que se deve ter em mente ao questionar a mortandade desencadeada pelas várias formas de câncer hoje.

Maior expectativa de vida

Basicamente, há hoje mais pessoas morrendo de câncer porque é mais fácil viver por tempo suficiente para desenvolver alguma forma da doença. Citando exemplos nos EUA, por exemplo, o referido site lembra que a expectativa de vida média de um estadunidense no início do século XX era de apenas 46,3 anos para homens e 48,3 anos para mulheres. Também na época, doenças como a difteria ainda apareciam entre as 10 principais causas de morte.

Entretanto, graças aos avanços da medicina — e também de diversas comodidades da vida contemporânea —, o mesmo estadunidense, em 2010, tinha uma expectativa de vida de 76,2 anos para homens e 81,1 anos para mulheres. É claro que existiam idosos em 1900 — mas eles compunham uma parte consideravelmente menor da população. De fato, conforme lembra o autor, atualmente mais da metade dos estadunidenses passavam dos 80 anos já em 2000.

Juntamente com o aumento da expectativa de vida, entretanto, há o aumento do número de casos de morte devidos a variações de câncer. E isso por um motivo bastante óbvio: as outras formas de morte têm se tornado cada vez mais evitáveis.

Conforme colocou George Johnson em coluna ao New York Times: “As pessoas entre 55 e 84 anos de idade tem maior chance de morrer de câncer do que de uma ataque cardíaco. Para as que vivem além dessa idade, a coisa se inverte, e o ataque cardíaco passa a ter maior probabilidade de ocorrência. Entretanto, ano a ano, conforme mais e mais corações com problemas são substituídos, o câncer passa a cobrir cada vez mais espaço”.

Medicina diagnóstica

A medicina atual também tem se tornado cada vez mais efetiva na hora de detectar a ocorrência de câncer. Devido aos saltos da medicina diagnóstica, é possível tomar conhecimento da doença cada vez mais cedo — muitas vezes, bem antes de qualquer manifestação sintomática.

Naturalmente, uma detecção prematura não necessariamente representa maior sobrevida —mas em grande parte dos casos, as chances podem aumentar consideravelmente.

Fatores combinados

Conforme coloca o autor do referido artigo, talvez a totalidade do cenário atual represente mesmo avanços sem precedentes na batalha contra o câncer. Há até mesmo um gráfico para tornar isso ainda mais claro. Como mostra a figura abaixo, uma combinação de fatores que inclui detecção prévia, métodos preventivos e melhorias no tratamento foi responsável por uma taxa de 215 mortes a cada 100 mil pessoas nos EUA em 1991.

Em 2010, entretanto, esse número baixou para 172 mortes a cada 100 mil pessoas no mesmo país. Trata-se, portanto, de mais de 1,3 milhão habitantes salvos desde 1991. Talvez um bom motivo para o otimismo — mesmo levando-se em conta as discrepâncias entre os vários sistemas de saúde mundo afora, é verdade.

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