Por que é tão difícil diferenciar entre direita e esquerda?

23/05/2019 às 03:302 min de leitura

Alguma vez você já teve problemas para decidir para que lado virar? Por exemplo, em meio a um cruzamento, o GPS avisa: vire à direita. Nessa hora, você respira fundo, olha para os dois lados, tenta lembrar qual é o certo e, mesmo assim, acaba indo na direção contrária.

Caso isso já tenha acontecido, não precisa se preocupar, pois você não é o único. Uma grande parte da população mundial também possui dificuldade em distinguir esquerda e direita. Embora pareça simples, na verdade, esse processo requer uma grande atividade neuropsicológica que envolve diversas funções, entre elas a habilidade de integrar informações sensoriais e visuais, a linguagem e a memória.

Todo mundo erra

Confundir esquerda e direita em uma viagem não é um problema muito grave – no máximo você terá que fazer o contorno na próxima rua ou voltar algumas quadras. Entretanto, existem algumas situações que podem ser realmente catastróficas.

Vamos dizer que um médico se confunda na hora de amputar uma perna ou remover um rim. Nesses casos, você pode acabar com um joelho do lado contrário ou tendo que fazer outra cirurgia para corrigir o engano. Óbvio que errar é humano, mas existem algumas barreiras que precisam ser respeitadas, não é mesmo?

Algumas evidências sugerem que a confusão entre os lados ocorre mais entre as mulheres, uma vez que os homens possuiriam um grau mais elevado de função visuoespacial. No entanto, qualquer pessoa está sujeita a cometer enganos.

A influência da distração

Uma vez que o processo de distinção entre direita e esquerda requer uma boa quantidade de raciocínio, ele também exige concentração e paciência. Entretanto, hospitais e ambulatórios não são lugares tranquilos. Em geral, os doutores trabalham sob pressão e distrações, tais como chamadas telefônicas, o “beep” constante dos monitores cardíacos e discussões com a família do paciente e com os colegas de trabalho.

Em análise publicada na Medical Education, os pesquisadores avaliaram o impacto dessas distrações em estudantes de medicina na hora de fazerem julgamentos entre direita e esquerda. Nos testes, foram avaliados 234 indivíduos situados em uma enfermaria barulhenta. Além disso, eles tiveram que responder a algumas perguntas clínicas enquanto se decidiam entre os dois lados.

O resultado foi alarmante: só o barulho foi suficiente para que alguns alunos se confundissem durante o teste. Ter que responder a uma série de questões complicadas enquanto estavam decidindo entre direita e esquerda piorou ainda mais a situação. Vale ressaltar que o “efeito da distração” foi maior entre as estudantes mais velhas.

Como superar?

Quem reconhece que tem problemas para diferenciar os dois lados muitas vezes desenvolve técnicas próprias para contornar a situação. Por exemplo, seguir o lado da mão com que se escreve ou pensar nos braços do relógio (nove horas representando a esquerda e três horas correspondendo à direita). No entanto, essas estratégias também podem falhar.

Na área da saúde, seria interessante que todos alunos passassem por testes e conhecessem um pouco mais sobre o perigo na hora de se decidir entre os dois lados. Além disso, é preciso apontar o quanto um ambiente repleto de distrações pode influenciar em uma cirurgia ou consulta – basta lembrar do sinal de “não converse com o motorista” afixado em quase todos os ônibus.

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