Otto Rahn: o homem que comandou a busca nazista pelo Santo Graal

23/03/2018 às 10:112 min de leitura

Você deve se lembrar do enredo do filme “Indiana Jones e a Última Cruzada” — aquele em que o arqueólogo mais famoso das telonas sai em busca do Santo Graal e arranja a maior confusão com os nazistas —, certo? Pois, você sabia que essa procura pelo Cálice Sagrado realmente aconteceu e foi comandada por um homem chamado Otto Wilhelm Rahn a pedido de ninguém menos que Heinrich Himmler, comandante da SS e um dos principais líderes do Partido Nazista.

Explorador

Nascido em Michelstadt, na Alemanha, Otto originalmente se formou em filologia em 1924, mas não demorou em começar a vasculhar castelos e cavernas na França em busca do Santo Graal. Durante suas pesquisas acadêmicas, Otto ficou convencido de que os cátaros teriam sido os últimos guardiões do Cálice Sagrado. E por que esse grupo especificamente?

Otto RahnOtto Rahn (Otto Rahn Memorial)

Os cátaros, caso você nunca tenha ouvido falar deles, foram membros de um movimento cristão que se tornou bastante influente na Europa entre os séculos 12 e 13. Sua sede oficial ficava no sul da França, e eles criticavam duramente a corrupção e todo o poder acumulado pela Igreja Católica — que, por sua vez, não demorou em espalhar rumores de que a seita era herege e aniquilou a organização.

Então, Otto estudou bastante sobre esses caras e, baseado em informações que ele encontrou em um romance medieval alemão chamado Parzival — e associou com “pistas” deixadas pelos cátaros —, o caçador da relíquia sagrada ligou os pontos e pensou: eureca! Mais precisamente, Otto concluiu que o cálice devia estar escondido em algum lugar do Château de Montségur ou suas imediações, uma antiga fortaleza cátara situada na comuna francesa de Ariège, próximo a Languedoc.

Himmler e HitlerHimmler e sua patota (History Collection)

E lá foi ele procurar o Santo Graal pelo castelo e inclusive pelas catacumbas da Catedral de Languedoc. Otto não achou o que procurava, mas escreveu um livro sobre suas aventuras e a história da busca pelo Cálice Sagrado “achou” Himmler. O oficial virou fã declarado da obra de Otto, mas a coisa não parou por aí: sendo incrivelmente influente dentro do partido, Himmler tinha acesso a muita grana e decidiu financiar uma nova caçada.

Fuén...

Não pense que esse interesse do chefão nazista foi algo que deixou Otto contente! Pelo contrário... Ele era homossexual, tinha inclinação liberal e não aprovava o antissemitismo e, portanto, seu posicionamento era contrário ao nazismo — o que significa que a proximidade de Himmler representava um grande risco à sua vida.

Otto em uma cavernaOtto durante uma de suas explorações (Otto Rahn Memorial)

Apesar de todas as pesquisas e buscas que conduziu, Otto não encontrou o Santo Graal, mas escreveu um novo livro detalhando a saga — que Himmler gostou tanto que chegou a encomendar milhares de volumes! Contudo, na falta do Cálice Sagrado e depois de começarem a circular alguns rumores sobre a vida amorosa de Otto, o chefão nazista ficou chateado e, em 1937, mandou o caçador de relíquias a Dachau, o infame campo de concentração, para que ele atuasse como guarda.

Otto RahnIndiana Jones da vida real (Otto Rahn Memorial)

O pobre homem ficou horrorizado com o que viu por lá e incrivelmente desapontado com a Alemanha. Assim, ele optou por se afastar do Partido Nazista, e essa decisão provavelmente custou sua vida. O caçador do Cálice Sagrado foi encontrado congelado nas montanhas próximas a Söll, na Áustria, juntamente com frascos de remédios, e seu falecimento foi atribuído a uma tentativa bem-sucedida de suicídio.

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