Pássaros sumiram de cidade na Península da Crimeia

18/09/2018 às 12:032 min de leitura

O processo evolutivo pelo qual passamos fez com que nossos corpos desenvolvessem uma grande capacidade de adaptação. A possibilidade de sobreviver em ambientes hostis, onde a disponibilidade de alimentos era escassa, foi essencial para nossa longa caminhada até aqui.

Outras espécies são bem mais sensíveis e, ao menor sinal de mudança, precisam alterar drasticamente seu modo de vida para continuar vivas. Pois parece que foi o que aconteceu recentemente na Crimeia, onde uma cidade foi abandonada por todas as espécies de pássaros, após o surgimento de algo estranho no ar.

Alarme natural

No final de agosto deste ano, uma substância desconhecida surgiu na atmosfera da cidade de Armyansk, na Península da Crimeia, deixando tudo com uma camada semelhante à ferrugem, que liberava um odor nada agradável. Como vivemos em tempos de redes sociais, não demorou muito para o acontecimento começar a repercutir na internet, através da postagem de fotos mostrando casas, carros e até mesmo plantas cobertas pela misteriosa substância.

Mesmo com todos os registros, as autoridades negavam qualquer tipo de problema envolvendo um complexo industrial que existe na região. Junto com a formação dessa película, os habitantes perceberam que não existiam mais pássaros no céu, reforçando a suspeita de que algo muito errado estava acontecendo.

Alguns moradores começaram a apresentar problemas respiratórios, mas autoridades e imprensa local continuaram ignorando a situação, sempre afirmando que “não existe perigo algum”, “tudo está sob controle” ou “os níveis de poluição estão dentro dos níveis permitidos”.

Para tudo existe um limite

Entretanto, o problema se tornou insustentável no dia 4 de setembro, quando as autoridades não puderam mais esconder os fatos e começaram a evacuar algumas áreas da cidade. Embora as manobras de retirada das pessoas de suas casas estivessem em andamento, os oficiais continuavam com o discurso de que o procedimento estava sendo realizado de forma preventiva, pois não existiam riscos para os moradores da região.

Até o dia 5 de setembro, aproximadamente 3 mil pessoas já tinham saído de suas casas, e a previsão era de que mais 1 mil fossem deslocadas nos dias posteriores. Com as medidas “preventivas” sendo tomadas, Vladimir Putin enviou um comissário especial para a região, momento em que o discurso foi alterado.

A partir dali, o governo admitiu que o complexo industrial poderia ser o responsável pelo problema, tratando a emissão dos produtos químicos como potencialmente prejudicial. Na Ucrânia, país ao qual pertencia a Crimeia até 2014, autoridades testaram o ar e constataram altas concentrações de dióxido de enxofre.

O composto químico é altamente poluente e responsável por chuvas ácidas, além de ser cancerígeno e causar sérios problemas ao sistema respiratório. O motivo específico para o início do problema ainda não foi divulgado, mas tudo pode ter começado em um lago de ácido que existe dentro do complexo industrial, que teve suas operações paralisadas temporariamente.

Diante de todos esse fatos, o primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksyonov, declarou que “nada ameaça a vida e a saúde dos cidadãos. Não há motivos para anunciar uma emergência. No entanto, como medida de prevenção, para eliminar todas as possibilidades, decidimos anunciar feriados de duas semanas em escolas e creches. Eles serão organizados por fundos estatais, e uma sede operacional será criada”. Difícil acreditar que está tudo bem.

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