Vacina contra o HIV será testada na América e na Europa

12/07/2019 às 10:562 min de leitura

A Johnson & Johnson, uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo, está se preparando para iniciar testes de uma vacina experimental contra o HIV, em uma tentativa para desenvolver a primeira imunização contra a doença após décadas. A empresa deve iniciar a fase de testes em 3.800 pessoas no final deste ano na Europa, América do Sul e América do Norte, incluindo os Estados Unidos. Para o professor da Escola de Medicina de Harvard, Dan Barouch, a abordagem aproxima os pesquisadores do desenvolvimento de uma solução para a vasta variação do vírus que existe em todo o mundo. "Por motivos médicos e de saúde pública global, é melhor ter uma vacina que funcione em várias partes do mundo", afirmou Barouch. Os participantes serão homens que fazem sexo com homens. Eles receberão seis doses da vacina em quatro sessões. Os resultados dos ensaios são esperados até 2023.

Fonte: Divulgação/Pixabay

Desde que os primeiros casos da doença começaram a aparecer no início dos anos 80, os cientistas têm procurado inutilmente uma vacina contra o vírus da AIDS. Durante o desenvolvimento da vacina, a J&J contou com o apoio de diversas instituições, como a Atividade de Desenvolvimento de Material Médico do Exército dos EUA, Institutos Nacionais de Saúde, Fundação Gates e outros grupos. "O custo do tratamento de pacientes com HIV, a quantidade de remédios, o ônus para a sociedade, tudo isso é muito alto", disse Paul Stoffels, diretor científico da J&J. "A prevenção do HIV é uma grande missão para nós. Nós trabalhamos nisso há quase 30 anos”, finalizou.

Avanços e dificuldades 

Segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, quase 1 milhão de pessoas no mundo morrem anualmente de doenças relacionadas à AIDS. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu uma meta de reduzir as mortes globais relacionadas ao HIV para menos de meio milhão até 2020, e uma vacina é vista como uma ferramenta essencial para acabar com a epidemia de AIDS até 2030. Mas os pesquisadores encontram muitas dificuldades para desenvolver uma imunização porque o vírus sofre mutações muito rapidamente.

A vacina da J&J tem quatro componentes que englobam as diferentes variações do HIV. Barouch, que trabalha na vacina há cerca de 15 anos e Bette Korber, biólogo computacional do Laboratório Nacional de Los Alamos, projetaram um conjunto otimizado de proteínas "mosaico" que aumentaria as defesas imunológicas contra uma ampla variedade de cepas.

Juntamente com a diversidade de cepas, o HIV apresenta vários obstáculos à vacinação. Reservatórios do vírus podem se acumular dentro de certas células que não detectadas pelo sistema imunológico. Ainda assim, a vacina ofereceu proteção em até dois terços dos animais testados e até agora se provou segura em humanos, afirmaram os pesquisadores. "É melhor em estudos com animais do que outras vacinas testadas até agora", disse Bruce Walker, diretor do Instituto Ragon, centro de pesquisa biomédica. "Agora, as verdadeiras questões são: serão protetoras, que porcentagem de pessoas será protegida e qual será a durabilidade da proteção?", finalizou. 

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