Candida auris: o superfungo resistente a medicações

17/01/2022 às 13:002 min de leitura

O Brasil está enfrentando um novo problema sanitário. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou o terceiro caso de um novo surto de Candida aurisum “superfungo” que é considerado extremamente sério, pois acarreta consequências graves à saúde das pessoas.

O fungo é considerado perigoso por conta de sua resistência a remédios antifúngicos. Como a medicação não costuma fazer efeito, é difícil combater as infecções que ele causa, o que gera muitos riscos a pessoas imunodepressivas ou com comorbidades.

O terceiro caso do surto foi confirmado em um hospital de Pernambuco. Há registro de outros dois casos recentes: em um homem de 38 anos e em uma mulher de 70 anos. A constatação do fungo em três pacientes pode já configurar um surto, já que, segundo a Anvisa informou em nota, “a definição epidemiológica de surto abrange não apenas uma grande quantidade de casos de doenças contagiosas ou de ordem sanitária, mas também o surgimento de um microrganismo novo na epidemiologia de um país”.

Histórico do fungo

(Fonte: Atlas da Saúde)(Fonte: Atlas da Saúde)

O fungo Candida auris foi isolado pela primeira vez em 2009, a partir da cera de ouvido de um paciente no Japão. Em 2016, tornou-se obrigatória a notificação desse fungo a cada vez que fosse confirmado, devido à dificuldade de sua identificação e tratamento.

O primeiro caso desse fungo foi confirmado no Brasil em 2020. Segundo a Anvisa, já é o terceiro surto do fungo no país. O primeiro ocorreu em dezembro de 2020, resultando em 15 casos e 2 mortes. O segundo aconteceu em dezembro de 2021. Esses dois surtos foram identificados em Salvador, na Bahia.

Sintomas causados pelo Candida auris

(Fonte: BBC)(Fonte: BBC)

Os casos de Candida auris foram identificados em pessoas que ficaram internadas por muito tempo em hospitais — por isso, não é recomendado entrar em pânico. O que ocorre é que pessoas que estão com o sistema imunológico enfraquecido têm mais tendência à presença do fungo em sua corrente sanguínea.

Alguns sintomas observados nessas pessoas são febre alta, tontura, fadiga, aumento da frequência cardíaca e vômitos. Os pacientes também podem apresentar casos de infecção urinária e no sistema respiratório.

A detecção do fungo só pode ser realizada em locais especializados, e os métodos de identificação ainda são encontrados em poucos lugares. Nesse caso, o Candida auris costuma ser isolado em substâncias específicas, como o sangue, secreção de ferida, urina e secreções respiratórias.

Por que o fungo é resistente a medicamentos?

(Fonte: Metrópoles)(Fonte: Metrópoles)

O grande problema trazido pelo Candida auris envolve a dificuldade de seu tratamento. Nos Estados Unidos, há casos registrados de pessoas que se recuperavam bem de cirurgias, mas morreram subitamente. Exames posteriores detectaram a presença de Candida auris em vários lugares, como nas paredes do quarto, no colchão e nas roupas de cama dos pacientes.

O Candida auris é um exemplo de uma questão séria da saúde pública: o aumento de infecções resistentes a tratamentos. Este problema — o impacto do uso exagerado de antibióticos na efetividade dos medicamentos a longo prazo — é alertado por autoridades de saúde há tempos.

Uma das consequências é a constatação de uma “explosão” de fungos resistentes, assim como bactérias e vírus — todos eles estão desenvolvendo defesas que possibilitam que sobrevivam a remédios modernos. Matthew Fisher, professor do departamento de fungos na Imperial College London, fala que esta é uma questão seríssima: “É um problema enorme. Nós dependemos das possibilidades de tratarmos estes pacientes como antifúngicos”.

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