A estranha vida — e morte — de Kim Jong-nam, irmão do ditador norte-coreano

17/02/2017 às 07:483 min de leitura

Você deve ter visto nos noticiários que Kim Jong-nam, meio-irmão do ditador norte-coreano, Kim Jong-un, foi assassinado no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, enquanto aguardava para embarcar com destino a Macau, na China. O mais intrigante é que as circunstâncias em que ele foi morto são pra lá de estranhas — e o que as investigações revelaram até agora é que o “serviço” foi feito ao melhor estilo James Bond.

Kim Jong-un

As suspeitas, evidentemente, se voltaram para o líder da Coreia do Norte, e muita — muita — gente está convencida de que a coisa toda foi arquitetada a mando dele. Mas, por que existiria tanta animosidade entre os dois? E o que Kim Jong-nam poderia ter feito para irritar seu irmão a ponto de perder a vida? Em se tratando de pessoas ligadas ao governo norte-coreano, é óbvio que existe muita coisa esquisita nessa história...

A ovelha negra

Kim Jong-nam era o filho mais velho de Kim Jong-il, ditador responsável por iniciar a Guerra da Coreia — conflito que acabou com a morte de aproximadamente 1 milhão de pessoas — e promover o completo isolamento do país. Ele nasceu de um caso entre seu pai e a atriz Song Hye-rim e, seguindo a lógica da linha sucessória, Jong-nam era quem deveria ter se tornado líder da Coreia do Norte após a morte do pai, em 2011, e não Jong-un.

Foto em que Jong-nam aparece ("feliz") sentado ao lado do pai e acompanhado de familiares

Aliás, existe ainda um irmão do meio nessa estranha família, um cara chamado Kim Jong-chul — pois é, caro leitor, tem um monte de Kims na Coreia! —, mas ele foi descartado para “concorrer” à vaga de ditador por ser considerado feminino demais por seu pai. E, só a título de curiosidade, Kim Il-sung, o Grande Líder Supremo, fundador do país e patriarca da família, faleceu em 1994, mas continua sendo considerado Presidente (e presumivelmente governa do além).

Voltando a Jong-nam, seus problemas parecem ter começado em 2001, quando ele foi pego pelas autoridades japonesas tentando entrar no país com um passaporte falso. O documento era da República Dominicana — talvez por isso tenha levantado suspeitas? — e estava em nome de um tal de Pang Xiong, que significa “Urso Gordo” em mandarim. E o que Jong-nam queria fazer de tão secreto no Japão? Visitar a Disneylândia em Tóquio! Só isso!

O cara só queria se divertir um pouco na Disney!

Acontece que sua família não achou muita graça do incidente, e Jong-nam acabou sendo exilado por seu pai na China — e Kim Jong-un foi escolhido como sucessor do ditador na Coreia do Norte. Outra coisa sobre o “destronado” é que ele não guardava segredo sobre sua oposição ao regime norte-coreano e à questão da hereditariedade de cargos e criticou o meio-irmão em mais de uma ocasião.

Uma das críticas mais recentes aconteceu em 2012, quando Jong-nam deu entrevistas a um jornalista japonês chamado Yoji Gomi e se mostrou contrário ao governo de Jong-un. Depois de ser exilado, Jong-nam se estabeleceu em Macau, e dizem que ele não era um alvo muito fácil. Entretanto, ele adorava viajar e, nos últimos anos, teria sido visto em vários lugares, entre eles, Paris, Jakarta e Singapura.

Assassinato

De acordo com as informações que foram divulgadas até o momento, Jong-nam teria sido atacado por duas mulheres, e existem versões conflitantes sobre o que aconteceu depois. Um policial malaio que trabalha no aeroporto, um homem chamado Fadzil Ahmat, teria dito que Jong-nam chegou a alertar uma recepcionista, dizendo que ele havia sido agarrado por trás, e que alguém teria usado um spray para espirrar um líquido em seu rosto.

Suspeitas presas por seu possível envolvimento no assassinato de Jong-nam

Também chegaram a circular rumores de que as mulheres teriam injetado algo no norte-coreano. Além disso, mais tarde, durante uma entrevista, o agente do aeroporto mudou sua história e disse que Jong-nam tinha sido agarrado por uma mulher que cobriu seu rosto com um tecido embebido com alguma substância misteriosa.

O policial contou ainda que o líquido teria provocado queimaduras nos olhos de Jong-nam, e a tal substância devia ser superletal mesmo, já que ele morreu enquanto era atendido na ambulância, a caminho do hospital. De acordo com alguns rumores, exames realizados no corpo de Jong-nam não mostraram sinais de perfurações por agulha, mas os resultados da necropsia não foram oficialmente divulgados.

Duas mulheres foram identificadas pelas autoridades malaias nas imagens das câmeras de segurança do aeroporto e foram presas como suspeitas por seu possível envolvimento com o assassinato. Uma delas seria uma vietnamita de 28 anos de idade chamada Doan Thi Huong, e a segunda seria a malaia Siti Aisyah, de 25 anos. O namorado dessa segunda suspeita, Muhammad Farid Bin Jalaluddin, de 26 anos, também foi levado para interrogatório.

Tio de Jong-un, executado (provavelmente por pelotão de fuzilamento) após ser acusado de traição

Agora, a pergunta que não quer calar: seria Jong-un capaz de arquitetar a morte do próprio (meio-) irmão? Bem, considerando que desde que assumiu o poder, em 2011, seu governo foi marcado por ameaças, prisões e execuções — a mais notória sendo a do próprio tio, acusado de ser traidor e um “canalha desprezível pior que um cão” —, a verdade é que não é de se duvidar, você não acha?

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