Sons de baixa frequência são mais nocivos que imaginamos?

23/04/2024 às 08:003 min de leituraAtualizado em 23/04/2024 às 08:00

Em uma visão geral, os sons mais altos e agudos são considerados os mais incômodos, mas se repararmos bem, mesmo os que não são tão estridentes podem minar a concentração e render dores de cabeça. O que muitos não reparam é que os sons de menor frequência, incessantes no dia a dia, também são associados a esses efeitos.

Sons de baixa frequência se propagam muito mais facilmente do que imaginamos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Sons de baixa frequência se propagam muito mais facilmente do que imaginamos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Ruídos onipresentes no dia a dia

Percebidos nos ruídos mais profundos que motores emitem, a exemplo de aviões, trens de carga, ventiladores, ar-condicionado, e mesmo em músicas (aquela conhecida vibração que faz o vidro das janelas tremer quando um carro com som alto passa na rua), os sons de baixa frequência estão presentes o tempo todo.

Para pessoas que apresentam uma audição mais sensível, eles se mostram mais incômodos. No entanto, como alguns desses ruídos são praticamente imperceptíveis, em meio à exposição prolongada, muitas pessoas podem ficar indispostas sem ter noção do motivo para isso.

Fenômenos que ocorrem em nosso planeta, como terremotos, geram tremores, e estes dão uma amostra dos tipos de sons inferiores a 20 Hz que nos rodeiam. Estes são considerados inaudíveis, categorizados como infrassom. No entanto, a vibração emitida é percebida pelos nossos ouvidos, ainda como se fosse uma simples pressão. Mas, afinal, esses ruídos realmente representam algum perigo no longo prazo?

Já há estudos que mostram o quanto a sua presença massiva nos grandes centros urbanos pode ser associado a alguns efeitos nocivos ao ser humano.(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Já há estudos que mostram o quanto a presença massiva e intermitente dos ruídos de baixa frequência pode ser associada a muitos incômodos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

O que a ciência já descobriu sobre os sons de baixa frequência

Segundo um estudo, publicado na revista Environmental Research, um grupo de participantes foi exposto a dois tipos diferentes de ruídos. Enquanto o primeiro ouviu sons de média frequência, melhor percebido pelos nossos ouvidos, o outro foi exposto a sons de baixa frequência.

Curiosamente, os batimentos cardíacos dos adultos variaram nos dois cenários, mas especialmente no último, o que denota uma resposta do organismo, como se realmente fosse um tipo de incômodo.

A partir dessa conclusão, pode-se especular muito sobre o efeito do barulho nos grandes centros urbanos, incluindo aqueles que não são detectados pelos dispositivos que regulam as atividades.

Afinal, é a escala de decibéis a adotada para mensuração, ou seja, o controle é voltado para o volume do barulho, mas não para a sua frequência, que diferencia os mais graves dos agudos. Com isso, uma grande variedade de ondas sonoras de baixa frequência escapa desse controle.

Os sons produzidos a partir das turbinas eólicas também entraram na discussão. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Os sons produzidos a partir da atividade das turbinas eólicas também entraram na discussão. (Fonte: Getty Images / Reprodução)

Impactos que devem entrar na equação

Talvez isso justifique, ou mesmo contribua para que ainda não se saiba exatamente quais efeitos esse tipo de ruído gera nas pessoas. Quando se trata do impacto das turbinas eólicas para a produção de energia, por exemplo, há uma certa polêmica envolvida.

Sons de baixa frequência são emitidos em larga escala em parques eólicos, e por sua vez, são muitos os relatos de que é extenuante habitar regiões próximas a eles. Com estresse prolongado, até mesmo o sistema imune é prejudicado. Tanto é que há estudos que reforçam essa hipótese, a exemplo de um artigo publicado no International Journal of Preventive Medicine.

Mas há outros estudos que apontam que se trata de especulação e que a atividade, na verdade, causaria apenas incômodo, sem prejudicar a saúde, especificamente. Ainda há um agravante a ser considerado: o ruído de baixa frequência, que se situa na faixa de 20 a 500 Hz, se propaga com uma maior facilidade no espaço, sendo capaz de atravessar pelas paredes para chegar até nós.

Uma vez que estudos estabeleçam uma maior associação com os riscos para a saúde no longo prazo, mais uma vez, será necessário rever a forma como interagimos com o ambiente. Fato é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já encara a sua emissão massiva como um problema.

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