Novo estudo destaca a expressiva biodiversidade presente no Camboja, país localizado no sudeste asiático.

<p>Assim como o Brasil, o Camboja é rico em biodiversidade, mesmo estando localizado praticamente do outro lado do planeta, no sudeste asiático. Essa riqueza é observada tanto pela ocorrência de animais mais conhecidos, mas também de espécies mais raras.</p><p>Nas águas, os recifes de corais da costa do Camboja foram destaque meses atrás, graças a um evento raro que proporcionou visão deslumbrante da ação da natureza: <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/espetaculo-nas-aguas-recifes-de-corais-sao-registrados-em-momento-raro" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a desova dos corais</a>. Mas nas áreas vegetais e de transição, o espetáculo continua.</p><p>E um novo estudo, conduzido ao longo de 2023, financiado pela organização ambiental <i>Fauna &amp; Flora</i>, trouxe novas perspectivas sobre os manguezais e as complexidades que essa formação de transição apresenta por lá.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/07/07005019664000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O santuário Peam Krasop e a reserva Koh Kapid, localizados no Camboja, foram alvos de um estudo importante. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Reunindo informações sobre espécies selvagens do Camboja</h2><p>Conduzido no interior dos manguezais do Camboja, o estudo revelou a presença de mais de 700 espécies de animais selvagens. Para reunir todas essas informações, pesquisadores recorreram à instalação de 57 armadilhas fotográficas.</p><p>Apesar da equipe não ter avançado em áreas mais profundas do mangue — o que, por sinal, seria um feito consideravelmente difícil, dadas as limitações impostas pela natureza desse tipo de ambiente de transição —, eles conseguiram direcionar parte da investigação para algumas espécies, reunindo dados que servem de alerta.</p><p>Dentre as 150 aves identificadas, foi constatado que 15 delas constam na relação de <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/45601-9-passaros-enormes-que-foram-extintos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">animais ameaçados</a> ou em risco de extinção. Outras variedades de vertebrados, como a lontra-de-nariz-peludo, que figura como a mais rara dentre as lontras, e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/99642-conheca-mais-17-animais-albinos-que-ja-foram-identificados-na-natureza.htm?f" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gato-pescador</a>, um felino que ama nadar, foram observados por lá.</p><p>Inclusive, sem esse trabalho de investigação, não existiriam evidências da presença desse animal nessa porção do globo, em específico. Outras espécies já consideradas em risco de extinção, como o pangolim-malaio e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/48016-12-fatos-interessantes-sobre-os-primatas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">macaco de cauda longa</a>, também foram avistados.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/07/07005337601002.jpg" alt="O gato pescador foi registrado pela equipe de pesquisadores que explorava o mangue. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O gato-pescador foi registrado pela equipe de pesquisadores que explorava o mangue. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Papel dos mangues para o planeta</h2><p>Os mangues apresentam um papel crucial para o mundo animal, pois fornecem condições únicas para que a vida prospere, servindo como criadouro de muitas espécies. Ao mesmo tempo, os manguezais protegem os animais da ação humana, sendo muitas vezes chamados de santuários.</p><p>De forma geral, os mangues se apresentam em áreas costeiras, com plantas que prosperam tanto em águas doces quanto salobras. Durante a ação de tsunamis, eles também atenuam o efeito das ondas, evitando a destruição em massa de grandes áreas.</p><p>Essa formação ainda desempenha um papel ativo na absorção de gás carbônico, servindo como um dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111821-maior-parte-do-oxigenio-do-mundo-e-produzido-no-oceano-afirma-cientista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pulmões do planeta</a> e auxiliando na mitigação das mudanças climáticas. Mas no Camboja, cada vez mais, o avanço do desmatamento para o uso da terra <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115704-cientistas-da-nasa-criam-mapa-global-sobre-a-perda-de-manguezais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ameaça o futuro dessa cobertura tão diversificada</a>.</p><p>Os pesquisadores envolvidos nesse trabalho acreditam que ainda há muito mais a ser descoberto do interior das áreas vegetais. Mas, ao mesmo tempo, eles esperam que esses resultados compartilhados sejam úteis para incentivar ações de preservação ambiental, bem como para destacar o valor da região para o planeta.</p>

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Os manguezais do Camboja e sua imensa diversidade selvagem

Um antigo ônibus transportava viajantes da Inglaterra até a Índia, atravessando 11 países em 48 dias.

<p>Percorrer grandes distâncias na estrada é o tipo de atividade que tende a dividir as pessoas: ou elas detestam e sentem tédio, ou amam com todas as forças e apreciam cada minuto. E para este último grupo, uma viagem de ônibus entre Londres e Calcutá foi, durante alguns anos, um prato cheio para ver o mundo com novos olhos.</p><p>A rota, encarada pelos aventureiros entre o final dos anos 50 e os anos 60, era feita em um ônibus de dois andares, mas o serviço foi encerrado em 1968. Um dos ônibus usados nessa linha foi adquirido pelo australiano Andy Stewart, um entusiasta das viagens em terra firme, que deu vida ao Albert Travel a partir daquele ano.</p><p>Mas apenas em 1972 o grandioso trajeto voltou a ser oferecido. Entrar nesse veículo significava levar um estilo diferente de vida ao longo de pelo menos 48 dias e cerca de 20<span style="background-color:initial;">&nbsp;mil quilômetros percorridos.</span></p><h2>A maior rota de ônibus do mundo: 11 países em 48 dias</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/07/07123151874129.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As viagens eram realizadas em um ônibus de dois andares. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Na prática, era mais do que uma viagem: era uma oportunidade única de ter muitas aventuras antes mesmo de chegar ao destino. Saindo de Londres, na Inglaterra, o veículo atravessava uma balsa para chegar até a Bélgica, na porção continental do território.</p><p>A partir desse ponto, o ônibus seguia pela Alemanha, Áustria e antiga Iugoslávia até chegar na Bulgária, no leste europeu. A <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/4-curiosidades-geograficas-quase-inacreditaveis-mas-verdadeiras" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Turquia, país transcontinental</a>, abria as portas para a Ásia, permitindo que a viagem seguisse pelo Irã, Afeganistão e Paquistão até finalmente terminar na Índia.</p><p>Naturalmente, as paradas permitiam aos viajantes explorar essas localidades e ter contato com um pouco do clima, do idioma, da cultura e da culinária.</p><h2>Contrastes e reflexos que ainda estão presentes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/06/06215816603017.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As tensões do Oriente Médio impactaram na rota adotada pelo ônibus Albert. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>O mundo, naquela época, não era tão diferente do atual, e a paz já parecia estar num horizonte mais distante. No Líbano, por exemplo, algumas nuances eram visíveis: muitos refugiados árabes saíram da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128025-por-que-a-melancia-se-tornou-um-simbolo-palestino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Palestina</a> a partir de 1948, com a criação do Estado de Israel. Esses povos entraram no país e nos territórios vizinhos, dando uma amostra dos problemas complexos e delicados que ainda hoje se apresentam sem uma solução.</p><p>O próprio <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115536-por-que-a-explosao-de-beirute-formou-uma-nuvem-em-forma-de-cogumelo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Líbano</a> ainda foi vítima de uma guerra civil que se alastrou por anos, entre 1975 e 1990. Mas, dentro do Oriente Médio, seria o Irã o país alvo de uma mudança mais agressiva e permanente, com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/112356-apos-40-anos-mulheres-entram-em-estadio-no-ira-pela-primeira-vez.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Revolução Iraniana de 1969</a>. O movimento mudou radicalmente como as pessoas, mais especificamente as mulheres, viviam dentro do país e instaurou um regime autocrático que perdura ainda hoje.</p><p>Como tudo se relaciona de alguma forma, ainda que indiretamente, as tensões da região evitaram a continuidade dessa rota de acesso até a Índia, paralisando o serviço.</p><h2>Uma viagem que estreitava laços entre diferentes nacionalidades</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/06/06220247660018.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Calcutá, na Índia, era o destino final da antiga rota de viagem. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Algumas das viagens realizadas chegaram a oferecer uma extensão do trajeto até Sydney, na Austrália. Enquanto o serviço operava, algo muito belo ocorria independentemente do momento: se os viajantes estavam interessados em conhecer novos lugares, para aqueles que avistavam o veículo cheio de passageiros, não era diferente.</p><p>O ônibus Albert gerava curiosidade entre os residentes locais, e aproximava povos de diferentes nacionalidades, ainda que por um breve momento. As <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124421-afinal-qual-e-o-assento-mais-seguro-em-um-aviao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">viagens em aviões oferecem conforto e segurança</a>, e indiscutivelmente são indispensáveis por reduzirem distâncias, mas, por outro lado, não promovem esse contato mais próximo com as diferentes localidades e nem a visão de belas paisagens.</p><p>O Albert Travel, que realizou cerca de 15 viagens, acabou encerrando as operações em 1976. Mas ainda assim, o antigo ônibus seguiu lembrado com carinho, afinal, ele deu vida à maior rota de ônibus do mundo. Décadas depois, a empresa Adventures Overland também se aventurou nesse segmento, optando por oferecer uma rota diferente entre a Europa e a Ásia para manter o trajeto mais seguro.</p>

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Albert Travel: a maior excursão do mundo que ia de ônibus da Inglaterra até a Índia em 48 dias

No ponto mais alto do mundo, cozinhar um ovo pode ser uma tarefa praticamente impossível; entenda.

<p>Cozinhar um ovo parece ser uma tarefa relativamente simples, não é mesmo? De forma geral, pode-se dizer que não há segredo, basta deixar os ovos em água fervente por aproximadamente 10 minutos.</p><p>Mas, você sabia que o tempo necessário para esse preparo varia com base na altitude? Quando falam sobre os estados físicos da matéria nas salas de aula, os professores de física costumam lembrar que enquanto na cidade de São Paulo a água começa a ferver após atingir aos 97&nbsp;°C, em Santos, que fica no litoral paulista, por exemplo, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127534-as-diferentes-temperaturas-em-que-a-agua-congela-e-ferve-no-nosso-planeta-vao-te-surpreender.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">água atinge o ponto de ebulição aos 100&nbsp;°C</a>.</p><p>Isso ocorre porque a capital paulista está situada em um planalto, e essa menor pressão atmosférica reduz o ponto de ebulição e o tempo necessário para atingir a fervura, portanto. Nesse caso, não se trata de uma diferença significativa, embora real. Mas e no ponto mais alto do mundo? Como seria cozinhar um ovo nesse lugar?</p><h2>Ponto de ebulição da água no lugar mais alto do mundo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02222544908007.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>No Monte Everest a água entra em estado de ebulição ao atingir os 68&nbsp;°C. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Antes que você consulte o Google, já adiantamos a informação: o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123537-afinal-qual-e-a-montanha-mais-alta-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Monte Everest</a>, localizado na Cordilheira do Himalaia, está a 8.848 metros acima do nível do mar. Percorrer a distância necessária para atingir esse local pode ser uma experiência incrível, ou bastante traumática — tanto é que muitos não conseguem essa façanha.</p><p>Da mesma forma, respirar num local mais alto pode ser mais difícil, e cozinhar um ovo por lá pode ser considerada uma tarefa praticamente impossível.</p><p>Nesse caso, não se trata de uma limitação humana, mas de uma imposição das leis da termodinâmica. Afinal, enquanto <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104059-6-das-cidades-mais-altas-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a altitude aumenta</a>, a pressão atmosférica diminui. Como resultado disso, estima-se que a cada 300 metros, a temperatura necessária para a ebulição da água se reduza em 1&nbsp;°C. A depender da cidade, portanto, esse valor varia.</p><h2>Por que é praticamente impossível cozinhar ovos no Monte Everest?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/02/02222616256009.jpg" alt="Cozinhar ovo é bastante simples, mas no Monte Everest, pode ser um desafio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Cozinhar ovo é bastante simples, mas no Monte Everest, pode ser um desafio. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>No Monte Everest, este efeito é muito maior. Por lá, a água atinge seu ponto de ebulição aos 68&nbsp;°C. E isso é um problema nesse cenário hipotético. Ironicamente, pode levar muito mais tempo para ferver água numa montanha do que na altura do nível do mar.</p><p>Para <a href="https://www.megacurioso.com.br/culinaria/69731-amarelo-por-fora-e-branco-por-dentro-ovo-cozido-de-modo-invertido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cozinhar ovos</a>, dois pontos devem ser observados: para a gema se solidificar, é necessário que a água atinja os 70&nbsp;°C. E com a clara, da mesma forma, precisa atingir os 80&nbsp;°C. Mas, afinal, será que há algo que pode ser feito para driblar esse impedimento?</p><p>Por incrível que pareça, utilizar uma panela de pressão figura como uma alternativa para reduzir o efeito da diferença de pressão atmosférica. Agora, se todo esse esforço realmente é viável, é outra história.</p>

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Você sabia que é quase impossível cozinhar ovos no Monte Everest?

Ao investigar a dinâmica por trás da interação entre os peixes betta, pesquisadores descobrem que os sinais visuais apresentam um papel central.

<p>A forma como os animais se comunicam é fascinante em diversos contextos. Mas, como há espécies que conseguem estabelecer um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127909-7-maneiras-para-melhorar-suas-conversas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diálogo</a> sem emitir sinais acústicos, muitas interações ainda permanecem incompreendidas para nós. Para aqueles que estudam esse aspecto em específico, não é algo tão diferente assim, já que parte dessa dificuldade é explicada pela grande velocidade com que as dinâmicas se desdobram no mundo animal.</p><p>Mas ao observar o peixe betta, também conhecido como peixe-de-briga-siamês (<i>Betta splendens</i>), espécie endêmica da Tailândia, pesquisadores conseguiram desvendar alguns padrões interessantes. O estudo, que esmiuçou algumas das suas interações, foi publicado no repositório aberto <i>bioRxiv</i> e se encontra em fase de pré-impressão.</p><h2>Comunicação em turnos entre os peixes betta</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/05/05204025532000.jpg" alt="O comportamento do peixe B. splendens foi observado em novo estudo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O comportamento do peixe betta foi observado em novo estudo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Assim como ocorre com muitos outros animais, esses peixes betta se comunicam em turnos, mesmo em um cenário menos amistoso — vale destacar que se trata de uma espécie que tem fama de ser agressiva.</p><p>Mas mesmo no mundo aquático os desentendimentos possuem uma certa ordem para se desdobrar. Em uma briga, por exemplo, cada animal tem a sua vez de ser agressivo, intercalando os golpes entre si.</p><p>Antes de chegar nesse nível crítico do embate, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128881-peixes-palhacos-contam-numero-de-listras-para-diferenciar-a-familia-dos-oponentes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">peixes monitoram sinais visuais</a>, e uma das suas principais exibições se dá pela abertura das guelras. Naturalmente, o objetivo por trás de tal postura é o de gerar intimidação. Com isso, ou o peixe garante que o outro animal fuja, ou então ele precisa encarar a briga.</p><p>As observações relatadas no estudo indicam não apenas que <strong>os bettas intercalam na hora de interagir</strong>, mas que eles também optam por avançar quando seu adversário está posicionado numa área lateral ou mais próximo da superfície da água, mais acima. Ou seja, a orientação espacial é bastante considerada.</p><h2>Desvendando nuances do comportamento dos peixes</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/05/05204135053001.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Peixes betta, assim como outras espécies, intercalam entre defesa e ataque. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure><p>Com base nos cenários acompanhados, os pesquisadores sugerem que o posicionamento numa área mais elevada pode ser encarado como um sinal de territorialidade entre os animais, e justamente por isso estimularia a agressividade. Eles notaram esses padrões a partir da observação dos animais interagindo com um peixe virtual, projetado logo ao lado do tanque, mas também quando uma dupla de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/108630-os-peixes-beta-retratados-por-este-fotografo-parecem-bailarinas-dancando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">peixes betta</a> foi colocada em um mesmo espaço.</p><p>Uma análise mais esmiuçada revelou que a espécie não necessariamente espera a sua vez de atacar. Mas, em geral, mudanças na velocidade e na direção em que os peixes se movem são consideradas nessa dinâmica de alternância.</p><p>Essas pistas visuais, portanto, apresentam um papel importante para a modulação do comportamento dos animais. E enquanto essas trocas vão evoluindo, os peixes deixam a exibição de lado e passam a trocar até mesmo mordidas.</p><h2>Atividade neuronal do peixe-de-briga-siamês também foi analisada</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/05/05204229464003.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A partir da análise da atividade neuronal, estudiosos identificaram uma região cerebral que atua na capacidade de resposta dos peixes. (Fonte: &nbsp;)</figcaption></figure></figure><p>Essa evolução, ao menos para nós, não soa tão estranha, já que os humanos também se baseiam em muitas nuances para estabelecer uma interação, ainda que agressiva. E a história já mostrou de forma cruel como mesmo <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/a-historia-do-pum-de-um-soldado-romano-levou-a-morte-de-10-mil-judeus" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o mais absurdo dos gestos pode servir de incentivo para uma briga</a>.</p><p>No estudo da atividade neuronal dos peixes betta, estudiosos ainda notaram que eles possuem quatro regiões cerebrais que apresentam uma maior atividade quando estão se comunicando. Uma delas, inclusive, teria uma função análoga à da amígdala dos humanos, presente no cérebro. Com isso, ela desempenharia um papel central para a modulação da resposta dos peixes e do processamento sensorial.</p><p>Ainda há muita coisa a ser descoberta, mas, no final das contas, pode-se dizer que a falta de palavras para enviar mensagens definitivamente não torna a comunicação estabelecida entre os peixes menos complexa.</p>

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Como os animais sabem qual é a sua vez de falar?

Conheça a origem da Jabuticaba e os benefícios que essa fruta brasileira oferece.

<p>A riqueza do Brasil não diz respeito apenas à variedade de climas, espécies animais e de formações florestais, mas também aos alimentos encontrados em seu território. E a jabuticaba é uma das frutas que se enquadra nesse aspecto e, cada vez mais, tem se tornado destaque.</p><p>Seu nome vem do tupi, <i>ïapotï›kaba</i>, que significa "fruta em botão". Essa origem revela como ela se trata de uma das variedades nativas do Brasil, conhecida entre os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/quais-sao-os-estados-brasileiros-com-maiores-populacoes-indigenas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indígenas</a> antes mesmo da colorização pelos portugueses.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/06/06233945853066.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A Jabuticaba é uma fruta nativa brasileira. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Onde a Jabuticaba é cultivada</h2><p>Com um sabor doce que agrada mesmo o mais exigente dos paladares, essa fruta nativa da Mata Atlântica está presente em diversos estados atravessados pelo bioma, como São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124824-fotos-coloridas-comparam-o-rj-do-inicio-do-seculo-xx-e-de-agora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rio de Janeiro</a>. Na região sul do país, no estado do Paraná, e mesmo mais na porção centro-oeste do território, em Goiás, a fruta também é encontrada.</p><p>Se para nós, brasileiros, a fruta parece ser abundante, fora do país a realidade é diferente: a jabuticaba é cultivada apenas em alguns países vizinhos aqui na América do Sul, como na Argentina e no Uruguai. Mas como ela se propaga através da semente e se adapta bem a diversos tipos de climas, ela também pode ser plantada em outros locais.</p><p>Assim como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-cupuacu-foi-criado-pelos-indigenas-ha-mais-de-5-mil-anos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cupuaçu</a> e o açaí, trata-se de mais de uma das nossas riquezas nacionais. E ao observar as suas propriedades alimentares, isso fica mais nítido.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/06/06234041872068.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Rica em nutrientes, a jabuticaba fortalece o sistema imunológico e melhora a digestão. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Benefícios da jabuticaba para a saúde</h2><p>São muitos os benefícios que a jabuticaba oferece: rica em <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/122300-vitamina-c-6-coisas-que-voce-deve-saber-sobre-esse-nutriente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vitamina C</a>, ela ainda é fonte de vitaminas do complexo B, ferro, cálcio, potássio e fibras. Além de ter nutrientes antioxidantes, que retardam o envelhecimento, a fruta é benéfica para a saúde do intestino.</p><p>Suas propriedades também auxiliam na <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124094-andar-5-minutos-a-cada-meia-hora-sentado-evita-risco-de-doencas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">regulação da pressão arterial</a>. E tudo isso com a grande vantagem de ter um baixo valor calórico, ou seja, trata-se de um alimento que definitivamente merece ser incluído na dieta. 100 g da fruta contém apenas 50 kcal, em média. Sua ação anti-inflamatória a torna bastante útil para aliviar dores.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/06/06234123912070.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O sabor marcante da jabuticaba consagrou a fruta na segunda posição em um ranking internacional. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Jabuticaba é uma das melhores frutas do mundo, segundo ranking</h2><p>No ano passado, a jabuticaba foi eleita a segunda melhor fruta do planeta em um ranking internacional, divulgado pelo site <i>TasteAtlas</i>. Ou seja, ela ficou à frente de outros alimentos bem conhecidos e que também são muito saborosos, como o morango.</p><p>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/plantas-e-frutas/98065-10-frutas-esquisitas-que-provavelmente-voce-nunca-viu-na-feira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mangostão, ou mangostim, que possui origem asiática</a> e é considerado mais exótico, ficou com a primeira posição. Inclusive, essa variedade é comercializada por preços exorbitantes. Para a nossa felicidade, a jabuticaba segue sendo encontrada por valores mais acessíveis.</p>

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Jabuticaba: saiba mais sobre a curiosa fruta que é nativa do Brasil

Projetos exploram como as algas marinhas podem extrair minérios raros das águas e tornar os processos de extração menos agressivos.

<p>A exploração de minérios <strong>exerce efeitos muito nocivos</strong>, tanto ao considerar os processos que permeiam a mineração e que envolvem o uso de materiais pesados, quanto pelos riscos que as pessoas que atuam nesse segmento ou moram no entorno podem estar submetidas, tanto no curto quanto no longo prazo.</p><p><strong>A própria natureza é prejudicada por esse tipo de atividade</strong>, uma vez que a estrutura sofre modificações agressivas para possibilitar a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128643-noruega-aprova-pratica-controversa-de-mineracao-em-alto-mar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mineração</a>, e mesmo mares, quanto rios e bacias hidrográficas podem acabar contaminados, como consequência das atividades de extração.</p><p>Mas pesquisadores estão em busca de um caminho para explorar de minérios raros encontrados em alto mar que não seja nocivo para o meio ambiente. E as <strong>algas marinhas são o grande segredo</strong> por trás disso.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/05/05002350737000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Projeto busca aproveitar o potencial das algas marinhas para extrair minérios raros das águas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Potencial das algas marinhas para extrair minérios</h2><p>As algas marinhas, por serem versáteis e desempenharem um papel importante para as águas, estão sendo encaradas há algum tempo com uma força da natureza que merece ser valorizada.</p><p>Como prova disso, em ações pioneiras, esses organismos estão sendo usados para produzir energia a partir de materiais orgânicos e mesmo para transformar urina em água potável. Ou seja, o tratamento do esgoto pode ser revolucionado a partir da ação delas. Naturalmente, a atuação das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/como-o-maior-organismo-unicelular-do-mundo-se-tornou-uma-praga" rel="noopener noreferrer" target="_blank">algas marinhas</a> não passou despercebida em regiões dos mares com uma maior concentração de minérios.</p><p>O Departamento de Energia dos Estados Unidos (sigla <i>DOE</i>, em inglês) parece estar particularmente interessado em praticar essa modalidade de extração. Para isso, está investindo em ações que explorem esse potencial. Ao todo, US$ 5 milhões foram destinados ao financiamento de três projetos.</p><p>Com isso, dentre os materiais possíveis retirados das águas, teríamos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128233-teste-em-metais-estranhos-intrigam-fisicos-sobre-quasiparticulas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ródio</a>, platina, neodímio e ítrio. Essa extração, portanto, evitaria que esses minérios acabassem depositados no oceano por decorrência de processos naturais de erosão, por exemplo. Um dos projetos está investigando justamente essa possibilidade, em particular.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/05/05002420844001.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Para que a extração seja realizada no mar, será necessário monitorar áreas que apresentam maior concentração de minérios. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Possibilidades exploradas em projetos de extração</h2><p>Tudo isso considerando que as algas se mostram capazes de peneirar os minerais presentes na água. Para realizar esse trabalho, elas possuem um método único de realizar essa filtragem e de incorporar essas partículas em seus tecidos, ou seja, sem gerar impactos nocivos para o planeta.</p><p>Os pesquisadores envolvidos nesse trabalho também tentam entender como colocar esse plano em prática sem colocar as algas em risco. Assim, depois de realizarem essa tarefa de extração, elas poderiam ser utilizadas em outros projetos de produção de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119710-qual-a-diferenca-entre-energia-renovavel-sustentavel-e-limpa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">energia limpa</a>.</p><p>Ou seja, esse projeto dá uma dimensão quanto pode ser decisivo no futuro usufruir do potencial presente na natureza. E como destacou o próprio Departamento de Energia dos EUA, ao mesmo tempo que as algas fornecem meios de obter minerais críticos, uma vez bem-sucedida, tal prática seguiria alinhada com as metas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128572-combustivel-para-avioes-feito-de-fezes-humanas-pode-revolucionar-segmento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">descarbonização</a> e de desenvolvimento de energias limpas do país.</p>

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Como extrair minérios de forma ecológica? Algas marinhas mostram o caminho

Localizada no México, a Caverna dos Cristais intriga por sua beleza, mas também pelo perigo que oferece.

<p>A cerca de 300 metros de profundidade, no estado mexicano de Chihuahua, está localizada a Caverna dos Cristais. Essa intrigante estrutura subterrânea foi descoberta por acaso no ano 2000, quando trabalhadores na região buscavam aumentar a ventilação de uma mina que estava conectada a ela e abriram um buraco que revelava parte do seu interior.</p><p>À primeira vista, o que se destacava aos olhos eram seus inúmeros cristais brancos, dispostos em um grande tamanho, alcançando os 11 metros de comprimento e 2 de espessura. Análises posteriores revelaram que eles se formaram a partir de condições bastante raras.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/06/06013655978001.jpg" alt="Caverna dos Cristais, localizada no México, foi descoberta por acaso. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)"><figcaption>A Caverna dos Cristais, localizada no México, foi descoberta por acaso. (Fonte: Wikimedia/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Como os cristais brancos surgiram</h2><p>Pode não parecer, mas esses belíssimos cristais são feitos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112887-molde-a-prova-d-agua-pode-substituir-gesso-em-quem-quebrou-o-braco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gesso</a> selenita, uma variedade que se apresenta com aspecto vítreo. Ou seja, apesar da grande dimensão que possuem, os cristais presentes no interior dessa caverna são maleáveis.</p><p>A caverna dos cristais se estende por volta de 30 metros de comprimento por 10 de largura, disposta em formato de U. Desde a sua descoberta, ela foi alvo de estudos. Assim, foi revelada a sua localização inusitada, próxima de uma falha geológica, ou seja, um terreno instável e sujeito a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/os-5-paises-mais-propensos-a-terremotos-no-planeta" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ação de terremotos</a>.</p><p>Não é à toa que a caverna fica logo abaixo da montanha Sierra de Naica. E isso também ajuda a compreender o que aconteceu nessa região há milhões de anos. Logo abaixo da caverna, há uma camada de magma que no passado teria liberado parte de seu volume. Águas ricas em minerais, presentes no interior da câmara, foram movidas para cima de forma agressiva como consequência dessa ação.</p><p>Assim, o material teria se cristalizado gradualmente no interior dos depósitos. Enquanto as temperaturas ficavam mais baixas, o composto formado naturalmente ganhava uma forma mais estável, como uma espécie de gesso. Todo esse processo se deu de forma bastante lenta, por volta de 1 milhão de anos atrás.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/06/06014035060005.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>A Caverna dos Cristais, que existe há 26 milhões de anos, é inóspita devido à alta umidade. (Fonte: Getty Images/Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Os perigos que a Capela Sistina dos cristais esconde</h2><p>Ao atingir os 58&nbsp;°C, os cristais ganharam essa forma como se apresentam atualmente, com uma maior dimensão. Atualmente, o local é conhecido também como a "Capela Sistina dos cristais". No seu interior, o ambiente possui temperatura média de 50&nbsp;°C.</p><p>Ou seja, embora o ambiente ofereça a melhor condição para esses cristais terem se formado, para os humanos, essa caverna dos cristais é absolutamente <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124762-microbios-alienigenas-prosperam-em-ambiente-inospito-de-mina-abandonada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inóspita</a>. Apesar do material do local não ser toxico, é bastante quente, e a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120134-como-temperatura-pressao-e-umidade-afetam-a-dor-que-sentimos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">umidade da caverna é muito elevada</a>, atingindo os 90%.</p><p>Com isso, a transpiração de um ser humano ocorre de forma totalmente ineficiente, ou melhor, não ocorre. Na prática, isso impede que qualquer pessoa consiga permanecer no local por mais de 10 minutos. Ainda assim, pesquisadores que conseguiram entrar na caverna juram que ela é uma das definições da palavra perfeição. Mas não há como negar que o ambiente também oferece risco mortal para seus visitantes.</p>

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Conheça a Caverna dos Cristais, um dos ambientes mais inóspitos do mundo

Houve épocas em que o polvo-gigante-do-pacífico foi encarado como um perigo para a população. Hoje já sabemos que tudo não passou de um grande engano.

<p>A presença de animais gigantes no mar sempre alimentou a imaginação das pessoas. Tanto é que muitas ilustrações antigas mostravam os oceanos dominados por <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/115064-as-criaturas-miticas-que-os-primeiros-zoologos-julgavam-ser-reais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">monstros que nunca existiram</a>, mas que exerciam ainda assim o poder de impedir que muitos explorassem as águas mais distantes.</p><p>E hoje nem todos sabem, mas nem mesmo os polvos passaram incólumes por esse tipo de narrativa. Com o <i>Enteroctopus dofleini</i>, uma espécie cefalópode gigante que habita o pacífico, em particular, temos um caso bastante curioso. Durante muito tempo, ele foi considerado como um animal perigoso.</p><p>Tanto é que a sua presença nas águas chegou a ser associada com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/arquitetura-e-engenharia/37344-9-derrapadas-famosas-da-arquitetura-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">destruição da ponte de Tacoma Narrows</a>, que ficava localizada em Washington, nos Estados Unidos. Na verdade, o polvo-gigante-do-pacífico não estava por trás do incidente, e nem mesmo qualquer animal imaginário que alimentou essa lenda, mas sim a ação de ventos mais fortes, de 67 km.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/05/05013500008000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Como seria receber um abraço de um polvo-gigante-do-pacífico? (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>De monstro assustador a um gigante amigo das águas</h2><p>A espécie, conhecida como polvo-gigante-do-pacífico, pode ter 20 quilos e viver 3 anos, em média. E quanto ao tamanho, ele pode apresentar 9 metros de largura. Só com isso, temos o motivo por trás de tanto temor.</p><p>Fato é que pouco a pouco o animal alimentou aventuras que rechearam enredos de livros de suspense. Mas nem mesmo o mundo real parecia ajudar: a cada vez que alguém acabava se deparando com o polvo nas águas, os jornais conferiam um toque de terror ao acontecimento, e de certa forma alimentavam a fama de que a espécie devorava seres humanos.</p><p>Na medida em que o <i>E. dofleini</i> foi estudado, no entanto, outras características acabaram se sobressaindo, como a sua capacidade de mudar de cor em menos de um décimo de segundo, útil para a camuflagem e a proteção. E nunca é demais destacar como os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122582-a-complexa-inteligencia-dos-polvos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">polvos são animais com uma inteligência formidável</a>, e a espécie está inclusa nisso: além de ter três corações, ela apresenta nove cérebros.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/05/05013643192001.jpg" alt="(Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>São muitas as características dos polvos que intrigam pesquisadores, como a presença de um sistema nervoso bastante desenvolvido. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Mudança de perspectiva incluiu os polvos em ações de proteção aos animais</h2><p>Mas diferente do que se especulava até meados do século passado, os polvos são animais tímidos, e não ferozes. Na medida que se tornaram mais conhecidos, a imagem assustadora deu lugar à visão de um animal amigável, tanto é que eles protagonizam desenhos animados hoje em dia.</p><p>Ainda há exploradores que mergulham justamente para observar um desses <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/61920-veja-quanto-medem-os-9-maiores-animais-marinhos-de-todos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">polvos</a> de perto, e geralmente saem encantados das águas. Essa aproximação também já rendeu uma descoberta significativa: assim como nós, esses animais marinhos podem experimentar diversos sentimentos, como alegria, dor e fome.</p><p>O fato de termos essas informações mostra como o medo diante deles ficou para trás, e os cuidados passaram a preencher esse espaço. Inclusive, atualmente, existem ações em andamento para assegurar o bem-estar dos polvos e evitar que qualquer tipo de prática provoque desconforto neles.</p>

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Polvo-gigante-do-pacífico: de inimigo a incrível habitante das águas

Conheça o Observatório da Torre Alta da Amazônia e a sua importância.

<p>Como compreender o papel da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128565-antigas-cidades-de-2-500-anos-sao-encontradas-na-amazonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">floresta amazônica</a> para o planeta diante do constante avanço das mudanças climáticas? Essa é uma das muitas perguntas que pesquisadores buscam responder. E se mergulhar no interior da floresta parecia ser o melhor caminho, um grande projeto possibilitou que isso fosse posto em prática.</p><p>Fruto de uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Max Planck Institute, da Alemanha, <strong>o Observatório da Torre Alta da Amazônia (ATTO) foi instalado em uma posição estratégica da floresta</strong>, a 150 quilômetros de distância de Manaus, capital do estado do Amazonas.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/04/04233557229002.jpg" alt="(Fonte: Amazon Tall Tower Observatory/Reprodução)"><figcaption>O Observatório da Torre Alta da Amazônia apresenta 325 metros de altura, uma estrutura mais alta que a Torre Eiffel, de 300 metros. (Fonte: Observatório da Torre Alta da Amazônia / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Torre gigante de pesquisa instalada no coração da floresta amazônica</h2><p>A estrutura apresenta duas torres com 80 metros de altura e está posicionada para receber os ventos provenientes do Atlântico. Outras duas cidades em seu horizonte são Belém e Santarém, ambas pertencentes ao estado do Pará.</p><p>Em altura, essa grande construção supera em tamanho a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/127940-a-historia-por-tras-de-5-das-maiores-construcoes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Torre Eiffel</a>, alcançando os 325 metros. Os esforços envolvidos nesse projeto também são significativos. O observatório está equipado com equipamentos de alta precisão que atendem a diferentes finalidades. Além de laboratórios, um acampamento abriga toda a equipe presente no local.</p><p>Um dos objetivos que norteiam o projeto é entender melhor os diferentes ciclos presentes na natureza, como o da água, e de que maneira eles atuam nessa região específica do globo. Vale destacar que a torre está localizada numa área onde são mínimos os impactos provenientes da atividade humana, o que confere ao observatório uma possibilidade ímpar de coletar dados.</p><p>Estudiosos também buscam sanar algumas das lacunas sobre o monitoramento do clima. Para isso, o complexo reúne dados sobre a concentração de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/57-empresas-respondem-por-80-das-emissoes-de-co2" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gás carbônico</a> e até mesmo como se dá o fluxo de gases de efeito estufa na floresta. No campo da meteorologia, em específico, os pesquisadores buscam saber em detalhes como o clima atua nessa porção intocável do globo.</p><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/04/04233640830003.jpg" alt="(Fonte: Amazon Tall Tower Observatory/Reprodução)"><figcaption>Os dados coletados podem ser úteis para compreender de uma forma mais aprofundada a influência que a floresta exerce sobre o planeta. (Fonte: Observatório da Torre Alta da Amazônia / Reprodução)</figcaption></figure></figure><h2>Múltiplos focos de pesquisa</h2><p>Mesmo a formação de nuvens é observada cuidadosamente nesse observatório, tudo isso para entender como se apresentam ao longo das diferentes estações. Em suma, são muitos processos ocorrendo simultaneamente e que merecem ser explorados.</p><p>As plantas também são acompanhadas, o que pode ser útil para que se descubra quais são as condições mais favoráveis para o seu desenvolvimento, bem como o papel que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125181-pesquisadores-desenvolvem-tecido-feito-de-fungos-capaz-de-se-regenerar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fungos</a> e outros microrganismos desempenham e a relação que exercem entre si.</p><p>A floresta, que abriga 40% da biomassa do planeta, também faz parte de um estudo mais abrangente que busca avaliar sua capacidade de resposta frente aos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125675-o-que-significam-tantos-recordes-de-temperaturas-altas-recentemente-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eventos extremos</a>. Na medida que eles se tornam mais recorrentes e mostram como as mudanças climáticas já fazem parte da nossa realidade, esses estudos revelam seu caráter decisivo.</p>

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ATTO: estrutura de pesquisa na Amazônia é mais alta que a Torre Eiffel

Fertilizante, repelente contra pragas e desodorizador: são muitas as utilidades da borra de café para o seu lar; confira 4 delas.

<p>Reutilizar o pó de café para preparar uma nova bebida definitivamente não é uma boa ideia, já que muito do sabor que o grão apresenta se perde durante o primeiro preparo. No entanto, a borra de café pode apresentar muitas outras utilidades.</p><p>Inclusive, uma delas já foi abordada aqui no <strong>Mega Curioso</strong>, quando indicamos o seu potencial no ramo da construção civil, graças a um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/borra-de-cafe-pode-tornar-o-concreto-30-mais-resistente-segundo-estudo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">concreto ecológico e mais resistente</a> que é produzido a partir da borra de café. Mas outras aplicações dessas sobras também podem ser adotadas dentro de casa.</p><h2>1. Fertilizante</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/01/01205428323005.jpg" alt="Além de servir como fertilizante, a borra de café pode aumentar a drenagem do solo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Além de servir como fertilizante, a borra de café pode aumentar a drenagem do solo. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>A concentração de nitrogênio, fósforo e potássio é o que garante à borra de café esse potencial uso como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121609-tecnicas-agricolas-que-podem-diminuir-o-uso-de-fertilizantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fertilizante</a>. Não se trata de uma solução completa para as plantas ou que possa ser adotada no longo prazo, já que o produto age de forma mais suave.</p><p>Basta aplicar um pouco da borra sobre o solo, sem exageros, para aproveitar de seus benefícios. Além de servir como fertilizante, a borra também pode melhorar a drenagem da terra.</p><p>A partir do processo de compostagem, a borra de café também pode surpreender, dando vida a um adubo de ótima qualidade. Para obter uma mistura perfeita, a proporção de borra de café não deve ultrapassar os 20%.</p><h2>2. Café como repelente</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/01/01205040977002.jpg" alt="O café pode ser usado para afastar formigas da cozinha. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>O café pode ser usado para afastar formigas da cozinha e também para evitar que pragas surjam e comprometam a saúde das plantas. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Quem tem crianças ou pet em casa, ou mesmo sofre com alergias, valoriza as soluções para o lar que não apresentam produtos químicos em sua composição. E a borra de café figura como uma aliada para afastar alguns tipos de insetos, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128330-durante-o-inverno-formigas-realizam-sacrificio-por-sua-colonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">formigas</a>. Nas plantas, o café também evita que algumas pragas se desenvolvam.</p><p>Mas atenção: não existe nenhuma comprovação científica de que a borra de café sirva para repelir o mosquito da dengue. Para isso, é preciso investir em outros tipos de cuidados para evitar a circulação do <a href="https://www.megacurioso.com.br/mulher/89441-quem-e-o-aedes-aegypti-conheca-o-mosquito-transmissor-de-3-graves-doencas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank"><i>Aedes aegypti</i></a> em ambientes internos, bem como para eliminar todos os focos de água parada e evitar a reprodução de larvas. Colocar areia nos pratos das plantas, evitando que o mosquito coloque seus ovos, continua sendo uma das medidas recomendadas.</p><h2>3. Eliminação de odores</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/01/01205218389003.jpg" alt="O pó de café pode ser usado para ajudar a eliminação de odores da geladeira. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Não sabe o que fazer para eliminar odores da geladeira? A borra de café pode ser a solução. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>Junto com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122881-na-ciencia-e-na-culinaria-por-que-o-bicarbonato-de-sodio-e-tao-versatil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bicarbonato de sódio</a>, a borra de café seca pode ser bastante útil para eliminar odores que eventualmente surgem na geladeira. Isso considerando que esse método não substitui a limpeza do produto, nem mesmo a checagem da origem do cheiro desagradável. Mas definitivamente pode ajudar a resolver o problema mais rapidamente.</p><p>Para usufruir desse efeito, basta colocar um pouco num potinho pequeno que fique aberto, ou mesmo numa tampinha de garrafa, e deixar em uma área com boa circulação, em uma das prateleiras.</p><h2>4. Uso do café em receitas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/05/01/01205323624004.jpg" alt="Um ingrediente pode fazer toda a diferença na receita, e o café pode dar um toque especial em muitas delas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Um ingrediente pode fazer toda a diferença na receita, e o café é prova disso: ele garante um toque especial em muitos tipos de pratos. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><p>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/afinal-quem-inventou-o-cafe" rel="noopener noreferrer" target="_blank">café</a> vai muito além de ser uma bebida adotada no café da manhã, pois seu uso pode ser estendido a diversas receitas, como bolos, brownies e pudim. Ou seja, seu sabor marcante e característico também pode dar as caras em muitas sobremesas.</p><p>Ao ser adicionado em receitas de ensopados, molhos, marinadas, ou mesmo incluído durante o preparo de carnes, por incrível que pareça, o café tem o poder de conferir um gosto bastante especial à refeição. Por isso, vale a pena explorar possibilidades na cozinha e aproveitar.</p>

Mychelle Araújo