Projetar os danos macroeconômicos causados por mudanças climáticas futuras é essencial para políticas de adaptação, mitigação e justiça climática.

<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128677-guerras-mudancas-climaticas-e-ia-relogio-do-fim-do-mundo-nunca-esteve-mais-perto-da-meia-noite.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Se costumamos dizer que a coisa não está boa para ninguém</a>, um estudo recente realizado por pesquisadores do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK), na Alemanha, aponta que o PIB global diminuirá em US$ 38 bilhões até 2050.&nbsp;A baixa será causada pelas emissões de CO2 que já estão na atmosfera da Terra.Isso significa que essa redução, equivalente a 20% da atividade econômica das nações do planeta, ocorrerá mesmo que a humanidade, por uma espécie de milagre, consiga reduzir efetivamente a poluição por carbono, afirmaram os pesquisadores em um comunicado à imprensa.&nbsp;Esses prejuízos serão causados principalmente pelo aumento das temperaturas, mas também pela variação no padrão de chuvas e mudanças sazonais. Segundo o primeiro autor do estudo, Maximilian Kotz, cientista do PIK, a queda nos rendimentos afetará mais fortemente países do sul da Ásia e África, embora possa atingir também regiões da América do Norte e Europa.<h2>Cumprir o Acordo de Paris evitaria a perda global de renda</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/18/18140418897171.jpg" alt="x (Fonte: Maximiliano Kotz et al./Divulgação)."><figcaption>Alterações percentuais da renda per capita sem impactos climáticos. (Fonte: Maximiliano Kotz et al./Divulgação)</figcaption></figure></figure>Publicado recentemente na revista Nature, o estudo diz que o mundo pagará um preço real, no caso bilhões de dólares por ano até 2100, se a Terra ultrapassar 2&nbsp;°C acima dos níveis climáticos de meados do século XIX. Só que, em um curto período, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118375-o-que-foi-o-acordo-de-paris.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">a temperatura global já subiu 1,2&nbsp;°C acima da meta proposta no Acordo de Paris em 2015</a>.Segundo os autores, o investimento anual capaz de segurar o aquecimento global abaixo dos 2&nbsp;°C é somente uma pequena fração dos prejuízos que poderiam ser evitados.&nbsp;O autor principal Max Kotz, especialista em ciência da complexidade do PIK, alerta que ficar abaixo do limite de 2&nbsp;°C “poderia limitar a perda média de renda regional a 20%, em comparação com 60%” em um cenário de altas emissões.<h2>Países menos responsáveis por emissões sofrerão mais</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/18/18141420230181.jpg" alt="x (Fonte: Getty Images)."><figcaption>Países menos responsáveis pelas alterações climáticas sofrerão as maiores perdas financeiras. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Coautor do trabalho, o cientista sénior do PIK, Anders Levermann, traz um dado perverso na divisão dos prejuízos. "Prevê-se que os países menos responsáveis pelas alterações climáticas sofrerão perdas de rendimento 60% superiores às dos países com rendimentos mais elevados, e 40% superiores às dos países com emissões mais elevadas", diz o pesquisador.As projeções, que se baseiam em 40 anos de dados econômicos e climáticos de 1,6 mil regiões do planeta (em vez de estatísticas nacionais), prevê que a maioria das nações tropicais, muitas com o crescimento já comprometido por questões climáticas, pagará uma fatia maior da conta, diz o estudo.Nesse sentido, diz a coautora Leonie Wenz, também pesquisadora do PIK, "nossos cálculos são extremamente relevantes" para orientar estratégias governamentais de adaptação aos impactos climáticos.&nbsp;Ela também sugere negociações lideradas pela ONU, para compensar as nações em desenvolvimento, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125193-aquecimento-global-limite-de-1-5-c-pode-ser-ultrapassado-ate-2027.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que mal contribuíram para o aquecimento global</a>, pelas perdas inevitáveis.

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Rendimento dos mais pobres cairá 20% até 2050 devido às mudanças do clima

Iniciativas buscam reduzir o desmatamento para a produção de papel, mas, em alguns casos, os materiais usados são bem estranhos.

O avanço das tecnologias, acompanhado de maior consciência a respeito de práticas sustentáveis, tornou evidente a importância de diminuir o uso de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127229-por-que-papel-se-rasga-mais-facilmente-quando-esta-molhado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">papel</a>. Essa lógica implica, como consequência, em derrubar menos árvores para fabricar o material.Produzir papel é uma arte milenar, cujos métodos seguem vivos fora da indústria, e têm sido aprimorados por iniciativas que buscam transformar o mundo, diminuindo o desperdício e o uso de recursos.Com propostas únicas e inusitadas para evitar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120006-e-possivel-produzir-sem-desmatar-a-amazonia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desmatamento</a> e oferecer alternativas ao método tradicional de fabricação, o futuro da produção de papel pode estar a poucos passos, alguns bem estranhos, de ser modificada.<h2>1. Estrume de elefante</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23100102750046.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>O cocô dos elefantes pode gerar um bom papel. (Fonte: Unsplash/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um dos métodos mais inusitados de produção alternativa de papel é o que utiliza estrume de elefante. Apesar de estranho, ele é extremamente sustentável, bem como contribui para a preservação do animal ao acrescentar valor agregado a ele.O processo transforma as fibras presentes nas fezes em material vegetal rico, que resulta em um papel texturizado de qualidade. O esterco é fervido para quebrar as fibras, que são misturadas com fibras não lenhosas para criar a polpa que virará papel – inodoro e durável.<h2>2. Fibra de bananeira</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22171042947304.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>A bananeira é uma boa fonte para um papel sustentável. (Fonte: Unsplash/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Além de oferecer um fruto delicioso, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120377-as-bananas-mais-populares-do-mundo-correm-o-risco-de-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bananeira</a> é matéria-prima para a fabricação de papel sustentável. Tornando-se uma opção de destino para esse subproduto agrícola, ele também contribui na redução do desperdício ambiental.O papel feito da fibra de bananeira é durável e possui uma textura diferenciada, sendo requisitado para artigos de papelaria artesanal e artesanato ecológico. A fabricação envolve a colheita das fibras, que são fervidas, despolpadas e processadas de maneira semelhante aos métodos tradicionais.<h2>3. Jeans usados</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22170450498297.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Seus jeans velhos podem em breve se tornar uma folha de papel. (Fonte: Unsplash/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Já imaginou aquele seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121216-por-que-as-calcas-jeans-sao-na-maioria-azuis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">jeans</a> surrado e velho virar uma folha de papel? Enquanto o universo da moda transformou esse tecido em um símbolo de estilo e durabilidade, pesquisadores viram nele uma nova possibilidade: transformar suas fibras em um papel ecológico. A transformação do jeans em papel envolve a quebra das fibras de algodão por meio de um processo de polpação semelhante ao método convencional.O resultado é um papel com textura única, muito forte, cujo destino ideal são cadernos e projetos artesanais. Além de auxiliar ao menor uso de árvores, o papel feito desse material é um exemplo da moda circular, que evite o desperdício têxtil.<h2>4. Fibra de cânhamo</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22170136707293.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>O cânhamo tem fibras que podem ser usadas para criar papel. (Fonte: Unsplash/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Primo da maconha, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126699-canabis-na-construcao-um-caminho-para-a-sustentabilidade-ambiental.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cânhamo</a> é uma planta muito útil quando o assunto é produzir papel sustentável. Ao longo da história humana, suas fibras já foram utilizadas para produzir cabos marítimos, por exemplo, devido ao seu caráter duradouro.Entre suas principais características, o papel produzido a partir da fibra do cânhamo é resistente, de rápida fabricação e baixo impacto ao planeta. Ainda por cima, como o cultivo e processamento de cânhamo é rápido e requer menos água, ajuda na preservação da qualidade do solo, tornando-o modelo para práticas de agricultura sustentável.Outra característica do papel de cânhamo é que ele não amarela ao envelhecer, sendo uma boa opção para impressão de arquivos e livros.<h2>5. Copos de café</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22165945062290.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Os copos de café para viagem podem ser reciclados para fazer papel. (Fonte: Unsplash/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em quase toda grande cidade é possível encontrar aqueles cafés para viagem. Se o líquido é muito apreciado, o problema resulta da quantidade de copos que vão parar no lixo – e outros tantos que ficam pelas ruas e calçadas. Tendo isso em mente, pesquisadores desenvolveram um papel feito a partir desses copos, usando um método inovador.A produção envolve separar o papel presente no copo de seu revestimento <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128541-1-litro-de-agua-pode-abrigar-240-mil-pedacos-de-microplasticos-comprova-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plástico</a>, para dar novo uso às fibras. Após coletados, eles são triturados e submetidos ao processo de despolpamento, onde as fibras de papel são extraídas. Na sequência, elas são limpas, branqueadas e transformadas em celulose, de modo a dar origem a novas resmas de papel.Esse método de fabricação auxilia a diminuição do desmatamento, mas também reduz o desperdício e a poluição, sem contar a economia em recursos e energia empregados na produção tradicional de papel.

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5 materiais inusitados que podem ser usados para fazer papel

Afinal, o que pode explicar a sensação de estar sendo observado por outra pessoa?

Talvez se trate da exposição excessiva a filmes de suspense e terror, ou mesmo de estar desconfortável num ambiente estranho, mas o fato é que todo mundo, em alguma situação, já sentiu que estava sendo observado.&nbsp;Naturalmente, há situações em que o sexto sentido não falha, e que realmente há alguém olhando, mas há habilidades desenvolvidas que corroboram para isso. Afinal, existem características presentes nos animais que favoreceram essa capacidade.Como exemplo disso, entre os humanos, temos a visão de 180° que favorece a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121751-como-sabemos-quando-alguem-esta-nos-olhando.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">visualização periférica</a>. Com os cães, pode se estender a 270°. Ela facilita a identificação de outra pessoa se aproximando, bem como favorece uma visão geral da postura que ela apresenta. No entanto, é preciso considerar que as situações estressantes também podem desempenhar um papel nesse sentido.<h2>Explicações por trás da sensação</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22165336220287.jpg" alt="A sensação de estar sendo observado pode ser mais comum do que gostaríamos, mas será que ela é totalmente infundada ou existem explicações científicas para isso? (Fonte: Getty Images)"><figcaption>A sensação de estar sendo observado pode ser mais comum do que gostaríamos, mas será que ela é totalmente infundada ou existem explicações científicas para isso? (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Muitas vezes, de formas que não estamos totalmente cientes, as experiências educam o corpo. Com receio de estar em uma posição vulnerável, a mente pode desenvolver mecanismos de defesa, estimulando a hipervigilância, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/4-formas-poderosas-de-controlar-a-ansiedade-segundo-a-ciencia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ansiedade</a> e mesmo a paranoia. Daí, como um dos sintomas, pode ocorrer essa sensação de estar sendo observado constantemente.Há um estudo, publicado na revista Frontiers in Psychology,&nbsp;que explora a relação entre traumas passados e reações do organismo, uma vez que prejudica a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103965-voce-sabe-se-e-uma-pessoa-com-alta-inteligencia-emocional.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">inteligência emocional</a>. A cura desses traumas, que são mais comuns do que percebemos ou ousamos admitir, figura como uma solução apontada. Mas, de uma forma geral, isso realmente só configura um problema quando ocorre de forma intensa ou prejudica a rotina.<h2>Diferenciando a sensação de um transtorno mental</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22114822626133.jpg" alt="Se a sensação de estar sendo vigiado ou perseguido é recorrente, é importante buscar auxílio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Se a sensação de estar sendo vigiado ou perseguido é recorrente, é importante buscar auxílio. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Segundo outro estudo, publicado em 2022 no Journal of Experimental Psychopathology, nesse último cenário, tende a ocorrer aumento do fluxo sanguíneo no cérebro na região da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124123-como-nosso-cerebro-lida-com-o-luto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">amígdala, responsável por processar as nossas emoções</a>. Essa hiperatividade sugere que as mudanças nessa área estariam relacionadas à manifestação da paranoia nas pessoas.Para testar essa hipótese, participantes saudáveis foram submetidos a um experimento que induzia a paranoia. Dessa forma, foi relatada uma maior ocorrência de <a href="https://www.megacurioso.com.br/comportamento/101913-como-se-livrar-de-pensamentos-negativos-que-grudam-na-cabeca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pensamentos negativos</a>, que geravam ansiedade, em comparação aos pensamentos neutros ou emoções positivas dentro do grupo de controle.Ou seja, a causa por trás de sensações desconfortáveis pode ser muito mais complexa do que imaginamos. E mesmo uma regulação desordenada do cérebro pode ser a explicação para o receio de que outras pessoas, sejam elas estranhas ou não, causem algum tipo de dano.No final das contas, por mais que essa sensação de ser perseguido ou observado remeta de alguma forma a habilidades humanas transmitidas pelos ancestrais, é importante buscar auxílio especializado para investigar o que pode estar por trás da sua ocorrência, evitando que ela se torne mais presente ou se desdobre em outros efeitos nocivos no dia a dia.

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O que causa a sensação de estar sendo observado por alguém?

Os resultados das imagens são criados por cientistas a partir de manchas em tons de cinza capturadas fora da Terra. 

Basta uma breve pesquisa sobre o espaço na internet para você encontrar milhares de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126785-james-webb-as-6-maiores-destaques-do-primeiro-ano-do-satelite-no-espaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imagens extremamente coloridas</a> do universo ao nosso redor, certo? Também é bem provável que você acredite que os telescópios atuais são tão modernos que produzem fotografias coloridas automaticamente.Porém, todas as câmeras digitais — desde a que está no seu celular até a do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/james-webb-complica-cosmologos-ao-confirmar-previsao-do-hubble" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Telescópio Espacial James Webb</a> (JWST) — não conseguem realmente ver em cores. Então, como nós temos esse acervo tão grande de imagens coloridas por aí? Esse é um processo um tanto quanto complexo.<h2>Construção das imagens coloridas</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23202952486179.jpg" alt="Fotografias espaciais passam por longo processo de compilação de informações até estarem prontas. (Fonte: GettyImages)"><figcaption>Fotografias espaciais passam por um longo processo de compilação de informações até estarem prontas. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Simplificando, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/156-trilhoes-de-fps-como-funciona-a-camera-mais-rapida-do-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">câmeras</a> digitais gravam imagens como se fosse um monte de números 0 e 1, determinando a quantidade de luz que atinge seus sensores. Cada pixel de uma imagem, por sua vez, possui um filtro colorido que varia entre o vermelho, o verde e o azul. Esses pixels permitem a passagem somente de alguns comprimentos de onda específicos de luz.E o que isso quer dizer? Com todos esses dados em mãos, o hardware de computação do aparelho fotográfico consegue combinar as informações em uma imagem colorida. Algo parecido acontece com as câmeras telescópicas, porém, elas precisam captar imagens com um filtro de cada vez — de modo que todas as fotos necessitam ser combinadas posteriormente por especialistas em uma imagem composta.Tendo em mente os resultados magníficos fornecidos pelo JWST nos últimos meses, pode-se dizer que processar dados científicos em belas imagens coloridas é um verdadeiro trabalho integral. Sem esses profissionais exercendo seus cargos, você jamais teria esses exemplos tão impressionantes de como o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/105611-confira-25-fatos-curiosos-e-fascinantes-sobre-o-espaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espaço</a> se parece.&nbsp;<h2>Compilando informações</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23202757256177.jpeg" alt="Todos os processos das imagens obtidas pelo telescópio James Webb até chegarem ao resultado final. (Fonte: JWST)"><figcaption>Todos os processos das imagens obtidas pelo telescópio James Webb até chegarem ao resultado. (Fonte: JWST/Reprodução)</figcaption></figure></figure>Antes de pensarmos em imagens coloridas, é importante saber de algo: os especialistas que trabalham com fotografias espaciais precisam equilibrar previamente os dados obtidos pelas câmeras em tons claros e escuros. Afinal, as câmeras científicas foram projetadas para registrar uma ampla gama de brilhos além do que nossos olhos conseguem captar.Sendo assim, as imagens brutas dos telescópios parecem muito escuras aos nossos olhos — sendo necessário clareá-las para vermos algo. Assim que as imagens em preto e branco surgem pela primeira vez, os pesquisadores começam a adicionar cores. O resultado depende do tipo de dados com os quais esses trabalhadores terão que operar.Normalmente, os cientistas tentam manter as imagens o mais próximo possível da realidade. Contudo, lidar com fotografia espacial também é lidar com um espectro invisível ao olho humano. Nesses momentos, é preciso fazer escolhas sobre quais cores visíveis podem ser utilizadas.A análise de imagens é e sempre será uma grande parte da astronomia, uma vez que encontra maneiras de ver o cosmos além das limitações da nossa visão. Logo, toda vez que você se deparar com uma bela imagem espacial a partir de agora, lembre-se: tudo isso só é possível graças a uma fusão maravilhosa entre a ciência e a arte.

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Como os telescópios espaciais conseguem imagens tão coloridas?

Os felinos são capazes de retrair totalmente suas unhas, mantendo-as constantemente afiadas.

Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125628-como-gatos-escolhem-uma-pessoa-favorita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gatos</a> têm a capacidade de retrair totalmente suas garras, deixando elas escondidas em meio aos pelos da pata e revelando-as somente nos momentos de necessidade, enquanto nos cachorros não há esse comportamento. Então, por que as unhas dos cães não são retráteis como as dos felinos?Segundo o biólogo da Universidade de Calgary (Canadá), Anthony Russell, a diferença é relacionada à forma como as duas espécies usam suas garras. Os gatos as utilizam principalmente para <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110153-acredite-ou-nao-este-gato-fofinho-e-o-felino-mais-mortal-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">atacar as presas</a>, com as dianteiras servindo para agarrar e segurá-las e as traseiras para fazer cortes na barriga do animal capturado.<figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22161551073278.jpg" alt="As garras afiadas dos gatos têm a função de ataque. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As garras afiadas dos gatos têm a função de ataque. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Caso as unhas dos bichanos ficassem expostas o tempo inteiro, elas se desgastariam, dificultando a busca por alimentos. “Manter essas pontas muito afiadas significa que os gatos podem usá-las quando for necessário e, em seguida, guardá-las para a próxima vez”, disse o especialista, em entrevista ao Live Science.As garras dos felinos ficam retraídas por padrão, voltando para esta posição após serem utilizadas, e também ajudam no equilíbrio e na mobilidade em determinadas situações.<h2>E nos cães, por que isso não acontece?</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22161004759275.jpg" alt="As unhas dos cães se desgastam à medida que elas têm contato com o chão. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>As unhas dos cães se desgastam à medida que elas têm contato com o chão. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Já nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/as-8-racas-de-cachorros-mais-populares-do-mundo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cachorros</a>, a principal utilidade das garras é auxiliar nos movimentos, especialmente quando eles se deslocam em altas velocidades. Segundo o paleontólogo Xiaoming Wang, as unhas caninas são essenciais para manter a tração e a capacidade de manobra, permitindo mudar de direção rapidamente.Trata-se de uma adaptação que possibilita perseguir presas por longas distâncias, deixando-as cansadas e facilitando a sua captura, o que pode ser útil em caso de animais maiores. Como os cães caçam em grupo, manter uma garra tão afiada não faz muita diferença.Por sua vez, o gato é um caçador solitário e depende totalmente das suas unhas para evitar que a caça fuja e ele fique sem se alimentar. “Ter uma garra retrátil é um equipamento vital para realmente ser capaz de lidar sozinho com a presa”, explicou Wang.<h2>Guepardos têm garras semelhantes às dos cães</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22160842482273.jpg" alt="Os guepardos estão entre os animais mais velozes do mundo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)"><figcaption>Os guepardos estão entre os animais mais velozes do mundo. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>Se a maioria dos felinos não depende das garras para correr, expandindo-as somente ao atacar a presa, o guepardo é uma exceção para esse tipo de comportamento. Considerado o <a href="https://www.megacurioso.com.br/recordes/27837-e-o-novo-recorde-de-velocidade-quem-leva-e-o-guepardo-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mamífero terrestre mais rápido do mundo</a>, podendo alcançar até 110 km/h de velocidade, ele usa as unhas da mesma forma que os cães.Ou seja, o animal também conhecido como chita usa as garras para tração, obtendo maior estabilidade e agilidade durante a corrida. Segundo Wang, as unhas da espécie evoluíram para se tornarem menos retráteis, ficando mais parecidas com as dos cachorros e permitindo com que persigam as presas em alta velocidade e por grandes distâncias.

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Por que os cachorros não têm garras retráteis como os gatos?

O estudo mapeou a história da 'família' do café arábica durante os períodos de mudanças climáticas no planeta.

Uma equipe internacional de pesquisadores publicou recentemente na revista Nature Genetics o que pode ser considerado o mais completo genoma já realizado sobre a espécie de café mais popular no mundo: o arábica (Coffea arabica).&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/128600-como-a-ciencia-ajuda-a-melhorar-o-gosto-do-cafe.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ao pesquisar segredos milenares em diversos continentes</a>, o que se buscou foi "seus históricos de cruzamento e loci [trechos específicos do DNA] que possam contribuir com resistência a patógenos", diz o estudo.&nbsp;Conforme o coautor correspondente do estudo, Victor Albert, professor da Universidade de Buffalo, nos EUA, o "trabalho não foi diferente de reconstruir a árvore genealógica de uma família muito importante". Eles descobriram que o arábica se formou há mais de 600 mil anos, nas florestas da Etiópia, como resultado do cruzamento natural entre duas outras espécies de café.<h2>O melhor café do mundo se formou sem ajuda humana</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/18/18173207502296.jpg" alt="O estudo criou o genoma de referência do café Arábica. (Fonte: Universidade de Buffalo/Divulgação)."><figcaption>O estudo criou o genoma de referência do café Arábica. (Fonte: Universidade de Buffalo/Divulgação)</figcaption></figure></figure>Queridinho da população mundial, o arábica é&nbsp;resultado de uma hibridização natural entre o Coffea canephora (o robusta) e&nbsp;Coffea eugenioides, que mandaram dois conjuntos de cromossomos cada, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/128775-amelia-a-imperatriz-que-transformou-o-habito-de-tomar-cafe-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">para o campeão de vendas do Brasil.</a> Quando e onde isso ocorreu, no entanto, permanece incerto, com estimativas entre 10 mil e 1 milhão de anos atrás.Para refinar a amostra, os autores usaram um programa de modelação computacional para buscar "assinaturas" entre vários genomas. Foram isolados três estrangulamentos populacionais durante a vida do arábica, com o mais antigo ocorrendo há 29 mil gerações, ou 610 mil anos, o que coloca a data como o novo piso.Esse evento natural, sem a participação humana no cruzamento de espécies, é chamado de poliploidia, diz Albert em um comunicado. Quanto ao seu cultivo, o arábica pode ter começado a ser plantado no Iêmen, por volta do século XV.&nbsp;<h2>Proteção genética do café arábica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;text-align:center;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/18/18193116259001.jpg" alt="x"><figcaption>Uma baixa diversidade genética pode resultar na eliminação do café. (Fonte: Getty Images)</figcaption></figure></figure>O estudo avalia que o café arábica tenha uma população efetiva de reprodução de apenas 10 mil a 50 mil indivíduos. Esse número imaginário representa o tamanho ideal de uma população capaz de manter a diversidade genética. Assim, uma população menor apresenta um risco mais elevado de perda da variabilidade ao longo do tempo.&nbsp;A baixa diversidade genética pode até mesmo resultar em uma eliminação completa da população, devido a doenças, alterações climáticas e pragas, como a perigosa ferrugem do café, uma doença fúngica que causa perdas anuais entre UD$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões.O genoma de referência mostrou como "o Robusta se hibridizou novamente com o arábica em Timor [no Sudeste Asiático], e trouxe consigo alguns dos seus genes de defesa contra agentes patogênicos", explicou Albert. Ao tentar replicar o cruzamento, os autores descobriram uma região no genoma que pode levar ao desenvolvimento de novas variedades no futuro.

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Primeiros rastros do café arábica no mundo mostram origem pré-histórica

Conceito de época geológica moldada pela humanidade sofre ataques que tentam descredibilizá-lo. Por isso, é importante quebrar os mitos presentes nas críticas.

Em fevereiro do ano 2000, o renomado químico Paul Crutzen, vencedor do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123224-as-5-pessoas-que-receberam-o-premio-nobel-duas-vezes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Prêmio Nobel</a>, cunhou o termo <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128468-sera-que-2024-vai-oficialmente-dar-inicio-ao-antropoceno-a-era-dos-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Antropoceno</a> durante um congresso internacional realizado no México. A expressão designaria uma nova era geológica, substituindo o <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/280676-antropoceno-holoceno-futuro-terra-debate.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Holoceno</a>, que representaria um novo recorte na história do planeta (a partir da década de 1950) construído através da ação humana – em muitos casos, negativo.O conceito não é consenso entre pesquisadores, e inclusive é questionando dentro do próprio campo da geologia – e das ciências sociais e humanas. Todavia, apesar das críticas, o maior ataque à tese parece vir de grupos que questionam as ações do homem sobre a Terra, duvidam do aquecimento global e disparam mentiras científicas. Por essa razão, é importante quebrar esses mitos.<h2>1. "Não representa todos os impactos causados"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23173140931091.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>O conceito do Antropoceno ajuda a compreender os efeitos das alterações no meio ambiente. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Em partes, é verdade que o Antropoceno não compreende todos os impactos causados pela humanidade à Terra. Entretanto, a ideia do conceito não é minimizar os efeitos da ação humana nos últimos milênios, mas compreender que eles não são globais e tampouco foram concomitantes e nem alteraram o ambiente de forma permanente.A proposta de Crutzen (posteriormente detalhada por um grupo de estudo) era demarcar a saída da estabilidade do Holoceno, de modo a pesquisar e trabalhar de modo mais conciso os efeitos e impactos mais recentes.<h2>2. "Antropoceno é um período curto para ser uma época geológica"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23173652572094.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>A importância do Antropoceno não tem a ver com o seu tempo de duração. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Ainda que a duração seja realmente curta, é possível compreender a sugestão de mudança por outro viés. Enquanto as mudanças ocorridas durante o Holoceno são três vezes maiores do que em outras épocas geológicas, as diferenças para o Antropoceno são proporcionalmente menores.Outra tese defendida pela ideia de Crutzen é que o novo período apresenta mudanças muito mais significativas e duradouras para o planeta do que o Holoceno. Esse detalhe não pode ser esquecido, pensando que a nova era geológica teria menos de 100 anos.<h2>3. "Os estragos causados no Antropoceno são insignificantes"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23172842018089.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>O Antropoceno traz marcas dos desgastes feitos pelo homem na paisagem. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Esse é um dos piores mitos sobre o Antropoceno. Desde meados do século XX, os seres humanos foram responsáveis por remodelar a paisagem, além de movimentar rochas e sedimentos em mais de uma ordem de magnitude do que as causas naturais, como geleiras e rios. As barragens criadas no período seriam capazes de cobrir todo o estado da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119907-a-grande-guerra-dos-ovos-causou-quase-uma-extincao-na-california.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Califórnia</a>, nos Estados Unidos, em uma profundidade de até cinco metros.Todos os sedimentos deixados pela humanidade neste mesmo período estão repletos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/69718-pesticidas-podem-alterar-qualidade-do-esperma-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pesticidas</a>, metais e microplásticos. Logo, se identificar sinais distintos em sedimentos e rocha que possam ser correlacionados globalmente é parte formal da definição de um período de tempo, os marcadores estão muito presentes no Antropoceno.<h2>4. "Outros animais também causaram mudanças geológicas, não há nada de especial agora"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23173421578093.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Nenhum animal impactou o meio ambiente como fez o homem. (Fonte: Unsplash/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>A afirmação, ainda que não completamente equivocada, esquece que nenhuma das mudanças feitas por outros animais arrebatou os ambientes do planeta de modo tão rápido como as concretizadas pela ação humana. Outro detalhe diz respeito à consciência das transformações que estavam sendo feitas, algo que não ocorre com outros animais.Na verdade, quem defende a ideia do Antropoceno afirma que a ação de outros seres ajuda o reconhecimento de intervalos geológico, em especial porque os seres humanos, ainda que conscientes do que fazem, não traduziram isso em ações para evitar as consequências, inclusive não consideram o custo a longo prazo para a saúde do planeta.<h2>5. "O Antropoceno mostra que não há o que fazer para mitigar as alterações ambientais"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23173000185090.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>O Antropoceno pode trazer pistas sobre como recuperar o meio ambiente. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Grande mito. O Antropoceno é, justamente, um passo importante para mitigar os efeitos da ação humana sobre o ambiente, já que auxilia em seu diagnóstico. Não é possível retroceder a Terra às condições do período do Holoceno. Todavia, é viável tomar decisões mais sábias para o futuro, que certamente podem mitigar as <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/128284-7-doencas-que-podem-aumentar-devido-as-mudancas-climaticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alterações climáticas</a>, por exemplo.<h2>6. "O Antropoceno é somente um golpe publicitário"</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/23/23173247920092.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)"><figcaption>Engana-se quem defende que o Antropoceno seja um conceito ligado ao marketing. (Fonte: Unsplash / Reprodução)</figcaption></figure></figure>A ideia de que criar uma nova era geológica seja fruto de marketing&nbsp;apenas é ignorar o que a própria ciência já demonstrou sobre as alterações que o planeta passou nos últimos séculos – ao menos desde a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125405-ossos-revelam-brutalidade-do-trabalho-infantil-na-revolucao-industrial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Revolução Industrial</a>.Não se nega que a tese do conceito é desconfortável, porque também nos força a pensar em mudanças comportamentais. Mas é justamente o conhecimento científico que pode alterar nossas perspectivas e redefinir o futuro a partir de ações concretas.

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6 mitos sobre a interferência humana no Antropoceno

Animal que habita o deserto é violento e pode suportar até o veneno dos escorpiões mais perigosos. 

Se há uma coisa que o reino animal nos ensina é que sempre há surpresas reservadas para nós, humanos. Para se ter uma ideia, num cenário noturno no Deserto de Sonora, região que vai dos Estados Unidos ao México, um pequeno roedor fica em pé e uiva para a Lua.&nbsp;Há uma boa chance de você agora estar pensando que estamos falando de algum filme hollywoodiano, mas, acredite, é a vida real. O protagonista dessa "cena" é o rato-gafanhoto-do-sul (Onychomys torridus), uma criatura, no mínimo, curiosa — para não dizer <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117146-conheca-11-dos-animais-mais-estranhos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estranha</a>.<h2>Assassino impiedoso</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/26/26103350259060.jpg" alt="O rato-gafanhoto-do-sul fica em pé para uivar pra Lua. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O rato-gafanhoto-do-sul fica em pé para uivar para a Lua. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Um ponto a ficar muito claro é: este não é um rato comum. Ele é uma máquina de matar em miniatura, um predador implacável que não se intimida com nada, nem mesmo com escorpiões venenosos.O escorpião-casca (Centruroides sculpturatus), do Arizona, é um bicho que tradicionalmente causa pânico a outros animais pela nocividade tóxica do seu veneno. Contudo, esse perigoso <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120803-artropode-do-tamanho-de-um-carro-habitou-a-terra-ha-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">artrópode</a> não é páreo para o rato-gafanhoto-do-sul, que não apenas o enfrenta, como o devora igual a um petisco num sábado à tarde.&nbsp;Enquanto outros animais sentiriam dor agonizante ao serem picados pelo escorpião, o rato-gafanhoto simplesmente ignora o veneno. Ele possui uma proteína especial que impede que os sinais de dor cheguem ao seu cérebro.&nbsp;Na verdade, o veneno do escorpião, que é uma neurotoxina, atua como um analgésico para o nosso querido rato. É como se ele estivesse transformando o veneno do seu inimigo em sua própria defesa.<h3 style="text-align:justify;">Um 'salve' para a Lua</h3>Se não bastasse essa habilidade surpreendente, nosso pequeno amigo ainda tem um comportamento estranho. Antes de fazer uma refeição farta, ele emite um uivo peculiar para a Lua. É isso mesmo que você leu.&nbsp;Esse comportamento estranho tem intrigado os cientistas por anos. Alguns especulam que seja um sinal de vitória, já outros especialistas acreditam que se trate de uma forma de marcar território. Mas há quem defenda que tal gesto é uma simples expressão de alegria pelo banquete iminente.<h2>Predador feroz</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/26/26104038508063.jpg" alt="O escorpião-de-casca é um alvo fácil para o rato-gafanhoto-do-sul. (Fonte: Wikimedia Commons/ Reprodução)"><figcaption>O escorpião-de-casca é um alvo fácil para o rato-gafanhoto-do-sul. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Por mais que o rato-gafanhoto-do-sul se alimente principalmente de artrópodes, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/besouros-usam-a-via-lactea-como-bussola-para-levar-coco-pra-casa" rel="noopener noreferrer" target="_blank">besouros</a>, gafanhotos e escorpiões, ele pode ir além.&nbsp;Como é um verdadeiro predador, possui a capacidade de caçar presas maiores do que ele, como lagartos e outros roedores. E ele ataca com precisão, mordendo na base do crânio para garantir que sua presa não tenha chance de escapar.&nbsp;E se você acha que por ser um animalzinho feroz ele é solitário, está enganado. Ele pode até viver em pares, mas essa convivência muitas vezes termina em tragédia, com um dos parceiros eliminando o outro. Não há vida tranquila perto desses pequenos roedores.&nbsp;De qualquer modo, se você resolver acampar no deserto americano-mexicano e presenciar um rato uivando para a Lua, saiba que não está tendo alucinações (a menos que tenha consumido cogumelos mágicos). É apenas o rato-gafanhoto-do-sul realizando seu ritual antes de fazer um belo banquete.&nbsp;

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Ratinho agressivo e superpredador uiva para a Lua antes de atacar

De acordo com pesquisadores, fóssil encontrado na Índia teria um tamanho aproximado à Titanoboa, a maior serpente do mundo até então. 

Paleontólogos na Índia desenterraram os restos fossilizados de uma serpente colossal que pode ter sido a maior já a pisar na Terra. Nomeada de Vasuki indicus, — uma homenagem à serpente mítica Vasuki, da tradição hindu —, a criatura colossal teria cerca de 15 metros de comprimento, rivalizando e possivelmente superando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais-sinistros/21539-titanoboa-a-cobra-pre-historica-que-poderia-derrotar-um-t-rex-video-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Titanoboa cerrejonensis</a>, a recordista anterior que vivia nas florestas da América-latina.A história dessa descoberta começa em 2005, quando paleontólogos estavam em busca de fósseis de baleias em uma mina de carvão no estado de Gujarat, no oeste da Índia. Para a surpresa deles, em vez de baleias, encontraram uma série de fósseis de vertebrados, incluindo algumas vértebras que, à primeira vista, foram confundidas com as de crocodilos extintos.&nbsp;Porém, análises detalhadas revelaram que esses ossos pertenciam a uma cobra gigantesca de uma família extinta chamada Madtsoiidae, que existiu entre o final do período Cretáceo e o Pleistoceno Superior. Evidências sugerem que a cobra habitava um ambiente terrestre ou semiaquático, possivelmente um pântano, e provavelmente era um predador de emboscada, usando sua força bruta para subjugar suas presas.<h2>Criatura gigante</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/26/26115457334101.png" alt="Vértebras da Vasuki indicus encontradas na Índia. (Fonte: Datta, D. e Bajpai, S., Scientific Reports/ Divulgação)"><figcaption>Vértebras da Vasuki indicus encontradas na Índia. (Fonte: Datta, D. e Bajpai, S., Scientific Reports / Divulgação)</figcaption></figure></figure>Os fósseis encontrados, que consistem em 27 vértebras impressionantemente grandes, datam de cerca de 47 milhões de anos atrás. A análise das vértebras, comparadas com as de cobras modernas, permitiu aos cientistas estimar o tamanho colossal da criatura.Os paleontólogos calcularam que o tamanho da Vasuki indicus poderia variar de 10,9 a 15,2 metros de comprimento. Isso a coloca em competição direta com outra cobra lendária, a titanoboa, que detinha o recorde de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125087-as-6-maiores-cobras-e-serpentes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maior cobra já encontrada</a>.&nbsp;No entanto, como os cientistas não têm esqueletos completos dessas cobras, é difícil determinar com precisão qual delas seria a vencedora do concurso de tamanho.Agora, os pesquisadores estão ansiosos para descobrir detalhes sobre os hábitos alimentares da V. indicus, e esperam que análises adicionais dos fósseis revelem pistas sobre sua dieta.&nbsp;Acredita-se que essa cobra gigante fosse uma assassina semelhante às sucuris modernas, usando sua enorme força para subjugar presas potenciais.<h2 style="text-align:justify;">Entendendo o ambiente</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/26/26115838681102.jpg" alt="Não deve ser muito animador encontrar uma cobra gigante por aí. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Não deve ser muito animador encontrar uma cobra gigante por aí. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure>Mas não é apenas o tamanho impressionante de Vasuki indicus que nos fascina. Sua existência nos fornece informações valiosas sobre o clima da <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123993-populacao-da-india-deve-superar-a-da-china-em-abril-de-2023-segundo-onu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Índia</a> há milhões de anos.&nbsp;Estudos indicam que essas cobras teriam prosperado em um ambiente com uma temperatura média de cerca de 28 graus Celsius, consideravelmente mais quente do que o clima atual da região. Os cientistas acreditam que&nbsp;o tamanho gigante da cobra era uma adaptação a esse ambiente quente, permitindo que ela retivesse o calor corporal com mais eficiência.Isso nos leva a refletir sobre as mudanças climáticas ao longo do tempo e como o nosso planeta tem evoluído ao longo das eras.Embora a Vasuki indicus tenha sido desenterrada, ainda há muito a ser aprendido sobre essa criatura fascinante. Análises futuras dos fósseis podem revelar mais sobre sua dieta, comportamento e fisiologia, fornecendo um vislumbre mais detalhado da vida neste gigante pré-histórico.

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Cobra indiana extinta pode ter sido a maior do mundo

A ideia popular de que as pessoas ficam com fome depois de fumar maconha pode ter um fundo científico.

Quem já fumou <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122557-maconha-como-ela-ja-foi-aceita-e-muito-disputada-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maconha</a> alguma vez na vida provavelmente teve a experiência de sentir uma grande fome depois. É a famosa "larica", que leva muita gente a devorar porções de junk food ou qualquer outra guloseima.Bom, se você já passou por isso, pode ter se questionado se a sensação era ilusória ou real. Pois saiba que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125041-vermes-nematoides-tambem-ficam-com-larica-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">larica</a> realmente existe e ocorre por uma razão: a presença do tetraidrocanabinol, também conhecido como THC, no cigarro de maconha é o principal componente psicoativo da maconha.<h2>A ciência por trás da larica</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22181537251351.jpg" alt="Aquela fome depois de fumar um baseado pode ter fundo científico. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>Aquela fome depois de fumar um baseado pode ter fundo científico. (Fonte: Getty Images / Reprodução)</figcaption></figure></figure><div data-google-query-id="CPiIwd-u1oUDFVNZuAQdEo4DZA">A hipótese de que havia algo no consumo de maconha que causa fome foi confirmada a partir de um estudo de 2015, que foi realizado por pesquisadores da Escola de Medicina de Yale. Eles executaram um experimento com camundongos, e descobriram que o THC acionava uma parte de seu circuito cerebral, fazendo com que sentissem fome ao invés de saciedade.</div>Pesquisadores da Escola de Medicina de Yale fizeram um estudo em 2015 que relacionou o THC com o aumento da fome. Eles conduziram um experimento com ratos e notaram que a substância funcionava como um estimulante ao circuito cerebral dos roedores, fazendo-os sentir fome ao invés de saciedade.“Ao observar como o centro do apetite do cérebro responde à maconha, fomos capazes de ver o que impulsiona a fome provocada pela canábis e como esse mesmo mecanismo que normalmente desliga a alimentação se torna um impulsionador da alimentação”, disse o professor de neurociências Tamas Horvath, um dos autores do estudo.Segundo explicou, seria como pressionar os freio de um carro para depois acelerar. "Ficamos surpresos ao descobrir que os neurônios que pensávamos serem responsáveis por desligar a alimentação estavam de repente sendo ativados e promovendo a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/128543-por-que-sentimos-menos-fome-no-calor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fome</a>, mesmo quando você está cheio. Isso engana o sistema de alimentação central do cérebro", acrescentou.<h2>Os outros efeitos do THC</h2><figure style="display:inline-block;position:relative;"><figure class="image"><img src="https://img.ibxk.com.br/2024/04/22/22181649790353.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/ Reprodução)"><figcaption>O tetraidrocanabinol é responsável pela sensação da larica. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)</figcaption></figure></figure>O tetraidrocanabinol é a principal substância psicoativa encontrada nas plantas do gênero Cannabis. Embora a maconha possua outros alucinógenos, o THC é o mais potente. Ele tem a capacidade de modificar a atividade cerebral e, dependendo da pessoa, pode mudar sua percepção de tempo e espaço, e até mesmo provocar delírios e alucinações.Imaginando que os efeitos observados em camundongos se repitam em seres humanos, é possível imaginar sua associação com a sensação de fome. Além disso, o THC também se liga aos receptores <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/128654-corredores-aproveitam-mais-seus-treinos-apos-uso-de-canabis-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">canabinoides</a> do tipo 1, conhecidos como CB1s, presentes no bulbo olfativo do cérebro, região especializada no processamento de sinais moleculares que levam ao sentido do cheiro. Por consequência desse processo, os aromas dos alimentos ficam mais intensos, o que aumenta a percepção do sabor.&nbsp;Descobrir a relação do THC com a fome pode ser útil para algumas pessoas, como aquelas que têm problemas para comer devido a doenças ou outras razões médicas. Para pacientes com <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123573-por-que-tantas-pessoas-estao-tendo-cancer-antes-dos-50-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">câncer</a>, por exemplo, pode ser um aliado importante para o aumento do apetite.Ah, por fim, uma curiosidade: uma das possíveis origens para a gíria "larica" remeteria a uma mulher portuguesa, chamada Maria Candelária Larica, que viveu no Rio de Janeiro durante o século XVIII. Ela teria uma loja de doces portugueses – mas, aparentemente, também vendia maconha, que não era proibida. Assim, a canábis seria usada para estimular a fome dos clientes e os incitava a comprar mais guloseimas. Se isso for verdade, certamente foi uma ótima comerciante!

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