Seca histórica em Manaus revela gravuras rupestres de até 2 mil anos

25/10/2023 às 13:002 min de leitura

Uma seca sem precedentes perto do local onde o rio Negro e o rio Solimões se unem para formar o rio Amazonas está permitindo algumas descobertas arqueológicas. As gravuras rupestres em rochas que ficam submersas na maior parte do tempo já eram conhecidas dos arqueólogos locais, mas a extensão da seca permitiu descobrir mais figuras.

Segundo os arqueólogos, as figuras foram feitas entre 2 mil e 1 mil anos atrás, portanto bem antes da época da colonização. A maioria das figuras retrata faces humanas, algumas com desenhos mais quadrados e outras com formato mais arredondado. Outros desenhos de vários rostos juntos parecem mostrar famílias inteiras. Além disso, existem reproduções de animais e de água.

Outro vestígio arqueológico que pode ser encontrado nas pedras que outrora estavam submersas são as oficinas líticas, ou seja, os locais e rochas utilizadas para a confecção e afiação de flechas e lanças. Ainda não se sabe ao certo se as figuras foram feitas em épocas de baixo nível da água ou se há milênios os rios tinham outra profundidade naturalmente.

Detalhe das gravuras rupestres. (Fonte: IPHAN/Reprodução)Detalhe das gravuras rupestres. (Fonte: IPHAN/Reprodução)

A seca

A seca que permitiu a visualização dos registros arqueológicos tem causado sérios problemas na região Norte do Brasil. Morte de animais, fome e falta de água são alguns dos efeitos da condição climática.

Quando as descobertas arqueológicas foram feitas em 2010, o nível da água no rio Negro havia caído para 13,63 metros. Dessa vez, o nível alcançou 12,89 metros, o menor índice já registrado em 121 anos. Em comparação, o recorde de alta é de cerca de 30 metros.

Segundo boletim do Governo Estadual do Amazonas, 59 municípios do estado estão em situação de emergência devido à seca. Estima-se que 146 mil famílias foram afetadas, o que significa mais de 590 mil pessoas. O Governo Federal junto com a Marinha e o Exército realizaram ações de emergência na localidade, distribuindo mais de 6 mil cestas básicas e milhares de caixas de água mineral. A seca deve continuar até o início de novembro, quando se encerra o período de estiagem.

A seca está sendo influenciada pelo El Niño, um fenômeno natural que está ficando mais forte e mais frequente devido à atividade humana e ao aquecimento global. Na prática, o El Niño ocorre com o aquecimento das águas do oceano Pacífico, que leva a uma alteração do regime de ventos e chuva em todo o mundo. No Brasil, o El Niño causa mais chuvas nas regiões Sul e Sudeste, e estiagem nas regiões Norte e Nordeste. O fenômeno é o oposto do La Niña, que afetou o país nos últimos 3 anos.

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