Ciência
02/05/2024 às 16:00•2 min de leituraAtualizado em 02/05/2024 às 16:00
Uma equipe do Serviço de Arqueologia da Câmara Municipal de Valência, na Espanha, descobriu a origem da espada “Excalibur” espanhola. Por 30 anos, este artefato permaneceu como um enigma, desafiando os estudiosos a decifrarem sua origem e propósito.
A espada de ferro foi descoberta em escavações realizadas em Roc Chabàs durante o ano de 1994, com uma ótima conservação. Por suas semelhanças com a legendária arma do Rei Arthur, ganhou o apelido de “Excalibur” pelos arqueólogos.
Apesar do nome, os sedimentos presentes na espada indicam que o objeto era do século X, quando a Espanha estava sob domínio islâmico em um período conhecido como Al-Andalus. Esta é a primeira espada desta era descoberta no local.
A espada Excalibur de Roc Chabàs é uma obra-prima de habilidade artesanal e engenhosidade. A arma tem uma lâmina de aproximadamente 46 centímetros de comprimento, com uma curvatura sutil, o que lembra as espadas visigóticas.
A lâmina foi feita de ferro de alta qualidade, enquanto o punho moldado em placa entalhada de bronze. A ausência do protetor de mão indica que a espada era utilizada por um espadachim montado do exército do Califa.
A pesquisa sobre a origem da espada acontece ao mesmo tempo em que o departamento de Arqueologia da Câmara de Valência comemora 75 anos de aniversário. A Excalibur será a estrela de uma exposição de objetos de metálicos que vão desde a época romana até medieval.
O domínio islâmico na Europa, especialmente na Península Ibérica, foi um período de grande importância histórica e cultural. Por aproximadamente 800 anos, desde o início do século VIII até o final do século XV, a presença muçulmana na Espanha transformou profundamente a região em todos os aspectos da vida.
Sob o domínio muçulmano, a Península Ibérica tornou-se um centro de intercâmbio intelectual, onde estudiosos, artistas e pensadores de diferentes origens étnicas e religiosas se reuniam para compartilhar ideias e conhecimentos.
A arte e a arquitetura islâmicas floresceram, deixando um legado impressionante de mesquitas, palácios e fortalezas com seus intricados padrões geométricos, jardins exuberantes e fontes ornamentadas.
Apesar da descoberta da espada, o domínio muçulmano na Espanha foi marcado por uma convivência pacífica e tolerância religiosa, onde muçulmanos, judeus e cristãos coexistiam pacificamente e contribuíam para o florescimento da cultura e da civilização.
Escolas e universidades foram fundadas, onde estudiosos das três religiões trabalhavam juntos para traduzir e preservar obras clássicas da antiguidade e desenvolver novas ideias e teorias.
Essa convivência intercultural e inter-religiosa, embora nem sempre perfeita, deixou um legado de coexistência e diversidade que continua a ser valorizado e celebrado até os dias de hoje.