Branqueamento massivo de corais pode ser o pior registrado na história

22/04/2024 às 16:002 min de leituraAtualizado em 22/04/2024 às 16:00

A Terra está passando pelo seu quarto evento global de branqueamento em massa de corais, que pode se tornar o pior já registrado até agora. O alerta foi dado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), em comunicado divulgado no dia 15 de abril.

Segundo a agência, a mudança na coloração afeta cerca de 54% do total de recifes do planeta, mas o número cresce 1% a cada semana, colocando em risco os corais e as comunidades próximas a eles. O fenômeno foi registrado em mais de 50 países e territórios nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico, nos dois hemisférios.

Em escala generalizada, o fenômeno pode trazer sérias consequências para a vida marítima. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Em escala generalizada, o fenômeno pode trazer sérias consequências para a vida marítima. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Entre os locais impactados está a Grande Barreira de Coral da Austrália com 2.300 km de extensão, apontada como a maior estrutura viva do planeta, onde 73% dos recifes registraram danos. Neste ecossistema, o branqueamento em massa ocorre pela quinta vez.

Iniciada em fevereiro de 2023, a quarta onda de branqueamento de corais também foi registrada no litoral brasileiro, especialmente entre a costa de Alagoas e Pernambuco. Na região de Japaratinga (AL), pelo menos 80% das colônias sofreram a mudança de cor, conforme o Projeto Conservação Recifal.

Por que os corais estão mudando de cor?

O branqueamento massivo dos corais é causado principalmente pelo aumento da temperatura dos oceanos, devido às mudanças climáticas, alcançando níveis alarmantes entre 2023 e 2024. Neste período, o El Niño contribuiu para potencializar o fenômeno.

Quando enfrentam condições adversas, como a água muito quente, os corais expelem as algas fotossintéticas que vivem em seu tecido, pois elas passam a produzir substâncias tóxicas. Como elas são responsáveis pela coloração, os cnidários apresentam o branqueamento.

Em tais condições, esse grupo de animais marinhos primitivos fica totalmente vulnerável à fome e doenças, uma vez que parte da sua energia tem origem na fotossíntese realizada pelas algas. Assim, eles correm risco de morte, colocando em perigo o ecossistema oceânico, impactando economias e meios de subsistência.

Há como reverter o processo?

A recuperação dos corais é possível, mas depende de alguns fatores. (Fonte: NOAA/Divulgação)
A recuperação dos corais é possível, mas depende de alguns fatores. (Fonte: NOAA/Divulgação)

Mesmo debilitado, o coral branqueado não está morto. Se o causador do processo for controlado há chance de recuperação dos cnidários, permitindo que eles continuem a “fornecer os serviços ecossistêmicos dos quais todos dependemos”, como afirma a NOAA.

Por outro lado, os problemas podem aumentar caso o clareamento continue acontecendo com frequência. Uma série de medidas estão sendo tomadas pela agência e seus parceiros para reduzir os efeitos das mudanças climáticas nos corais, protegendo esse ecossistema.

Os outros três eventos de branqueamento de corais em massa aconteceram em 1998, 2010 e de 2014 a 2017, com a quantidade de organismos impactados aumentando a cada ocasião. De 20% no primeiro, a quantidade de recifes afetados saltou para 56% no terceiro.

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