Será que todos nós sentimos o tempo passar do mesmo jeito?

04/05/2024 às 12:002 min de leituraAtualizado em 04/05/2024 às 12:00

Como as pessoas mensuram o passar do tempo? Será que existe uma espécie de relógio universal que atua sobre a percepção dessa variável?

Para responder essas questões e investigar quais mecanismos atuam sobre como essa grandeza é assimilada, e mesmo como elas se relacionam entre si, os pesquisadores de um estudo, publicado na revista Nature Human Behavior, conduziram uma série de experimentos.

Como o tempo passa dentro da nossa cabeça?

(Fonte: Getty Images/Reprodução)
As imagens que foram melhor memorizadas afetaram a percepção de tempo das pessoas, segundo estudo. (Fonte: Getty Images)

As pessoas recrutadas para participar deste estudo foram apresentadas a fotografias variadas de ambientes conhecidos, como um armário, um banheiro, ou mesmo um aeroporto. Esses espaços tinham dimensões variadas. No entanto, havia algo inserido nesse conjunto para ser considerado: diferentes níveis de desordem estavam presentes.

Ou seja, em determinadas imagens, o ambiente estava impregnado por um número maior de elementos, podendo ser considerado mais confuso. Os participantes, então, foram orientados a apontar se cada uma dessas imagens, espaçada por um intervalo pré-definido, tinham sido exibidas por um período menor ou maior.

O resultado foi que, em um cenário específico, as pessoas acreditavam estar observando a imagem por um tempo maior do que o ocorrido de fato. Ou melhor, a chamada dilatação do tempo se manifestou enquanto olhavam para fotografias que apresentavam ambientes maiores e menos confusos: o tempo parecia passar mais devagar.

A próxima etapa consistia em explorar como se daria a relação do processo de memorização com a dilatação do tempo. Com isso, mais imagens deveriam ser classificadas. Mais adiante, os participantes foram orientados a pressionar um botão para indicar o período em que cada imagem foi exibida na tela. E no dia seguinte, durante um teste de memória, eles também sinalizaram as imagens que eles se recordavam.

Conclusões dos experimentos

(Fonte: Getty Images/Reprodução)
Estudiosos notaram que as imagens melhor memorizadas foram avaliadas de forma mais precisa pelos participantes. (Fonte: Getty Images)

Ao analisar os resultados, outras conclusões muito interessantes foram obtidas. As imagens que os participantes julgavam estar observando por mais tempo foram as que eles se recordaram melhor. Essa impressão, portanto, possui um papel-chave — mesmo quando não condiz com a realidade.

Na prática, isso significa que o cérebro é capaz de processar um número maior de informações em menos tempo. Mas, nesse caso, é como se o intervalo dedicado à contemplação tivesse passado mais rapidamente.

Com isso, um ponto foi destacado: enquanto a capacidade de memorização parece dilatar o tempo, a desordem parece contraí-lo, defendem os pesquisadores. Pode-se concluir ainda que o sistema visual participa dos dois processos, moldando a percepção do tempo e, por sua vez, influenciando na consolidação da memória.

Esses resultados fornecem novas pistas sobre como ocorre o processo de assimilação, bem como o que pode favorecê-lo. De certa forma, essa distorção envolvendo a noção de tempo se alinha com aquela conhecida ideia que o tempo parece passar mais rápido quando ocorre algo interessante, que exige nossa atenção. Ou seja, diferente do ritmo circadiano, essa percepção varia conforme a experiência e a informação transmitida.

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