Museu dos EUA vai devolver artefatos antigos saqueados por traficante

28/12/2023 às 12:002 min de leitura

O Metropolitan Museum of Art (conhecido como Met) revelou recentemente uma decisão histórica que marcará um novo capítulo em sua relação com o Camboja e a Tailândia. O famoso museu se comprometeu a repatriar 16 artefatos vinculados ao controverso Douglas Latchford, um negociante de arte indiciado em 2019 por revender de forma ilegal diversas antiguidades.  

Essas esculturas, originárias do período angkoriano (séculos IX a XIV), incluem peças hindus e budistas. A devolução inclui 14 artefatos para o Camboja e dois para a Tailândia. 

Justiça histórica

Cabeça de Buda está entre uma das obras que serão devolvidas. (Fonte: Met Museum / Divulgação)Cabeça de Buda está entre uma das obras que serão devolvidas. (Fonte: Met Museum / Divulgação)

O Met, em cooperação com a Procuradoria dos EUA no Distrito Sul de Nova York, está dando um passo significativo para corrigir um capítulo obscuro em sua história, marcado pelo envolvimento com o tráfico de antiguidades saqueadas, em especial os artefatos contrabandeados pelo conhecido colecionador e revendedor de arte Douglas AJ Latchford, que foi acusado de ser traficante de obras oriundas de países asiáticos como o Camboja e a Tailândia. 

O diretor do museu, Max Hollein, declarou que a entidade tem trabalhado diligentemente com as autoridades cambojanas e americanas para resolver questões relacionadas a essas obras. 

Após a morte de Latchford em 2020, o Met continuou a investigar sua coleção Khmer (relativa ao Império Khmer), resultando no anúncio da repatriação na semana passada. Hollein ressaltou o compromisso do museu em promover parcerias e colaborações para a compreensão e apreciação global da arte Quemer.

Apesar de ficarem felizes pela decisão, críticos argumentam que o Met deveria ter tomado essa atitude mais cedo. Bradley Gordon, advogado do governo do Camboja, observou que as investigações do governo dos EUA, juntamente com as negociações feitas pelo governo do país asiático e a pressão da mídia, foram cruciais para esse desfecho. No entanto, o museu manterá em exibição dez dessas esculturas, acompanhadas de explicações sobre os planos de repatriamento.

Devolvendo obras roubadas

A estátua em metal de Avalokiteshvara, a personificação budista da compaixão infinita, também será devolvida. (Fonte: Met Museum/ Divulgação)A estátua em metal de Avalokiteshvara, a personificação budista da compaixão infinita, também será devolvida. (Fonte: Met Museum/ Divulgação)

A história por trás desses artefatos remonta aos anos 1970, quando o Camboja enfrentava conflitos e saques arqueológicos devido ao regime do Khmer Vermelho. Douglas Latchford desempenhou um papel fundamental na aquisição dessas peças pelo Met. Essa não é a primeira vez que o museu repatria obras relacionadas a Latchford.

O anúncio atual de devolução não é isolado, já que outras instituições também estão tomando medidas semelhantes em relação a artefatos ligados ao traficante. No entanto, para o Camboja, este é apenas o primeiro passo, e eles esperam que mais tesouros nacionais voltem ao lugar a qual pertencem.

O Ministério da Cultura e Belas Artes do Camboja expressou gratidão pelo movimento positivo feito pelo Met. Phoeurng Sackona, ministro da Cultura e Belas Artes do país, destaca que o retorno dessas obras é um ato de cura para a nação, mas lembrou que há ainda mais tesouros no Met que aguardam repatriação. 

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