Erupção do Kolumbo e tsunami: mistério de 373 anos é resolvido

30/10/2023 às 11:002 min de leitura

Em 1650, a erupção do vulcão submarino Kolumbo, seguida de um tsunami de enormes proporções, levou pânico a quem morava na região da ilha de Santorini, na Grécia. O evento catastrófico era cercado de dúvidas, principalmente em relação às causas, mas os cientistas acreditam ter resolvido este mistério.

O tsunami ocorrido há 373 anos, com ondas de até 20 m de altura, foi gerado a partir da combinação de um deslizamento de terra seguido de uma forte explosão vulcânica. A conclusão está em um novo estudo publicado na revista Nature Communications, na quinta-feira (26).

Para descobrir o que aconteceu, especialistas do Centro Helmholtz de Pesquisa Oceânica de Kiel (GEOMAR), na Alemanha, usaram o navio de pesquisa POSEIDON para estudar a cratera subaquática. Aproveitando uma tecnologia diferenciada, eles criaram uma imagem 3D da região.

(Fonte: Nature Communications/Divulgação)(Fonte: Nature Communications/Divulgação)

A partir da análise da imagem tridimensional, os cientistas descobriram que a cratera do Kolumbo possui 2,5 km de diâmetro e 500 m de profundidade. Também foi detectada uma grande deformação em um dos lados, sugerindo a ocorrência de um deslizamento de terra considerável.

Cenário apocalíptico

O pouco que se sabia sobre a erupção do Kolumbo seguida de tsunami, no mar Egeu, era baseado em relatos de quem testemunhou a explosão e as ondas. Documentos da época apontam que os moradores de Santorini notaram que a água mudou de cor e começou a ferver no final do verão de 1650.

Além disso, um forte estrondo foi ouvido a mais de 100 km de distância, quando o vulcão começou a lançar cinzas, pedras e outros materiais, escurecendo o céu. Nuvens de gases passaram a circular pela área e o mar recuou, formando ondas gigantescas.

(Fonte: Getty Images/Reprodução)(Fonte: Getty Images/Reprodução)

Com base no cenário assustador descrito pelas testemunhas, os cientistas usaram os dados obtidos durante a missão subaquática para simular o acontecimento trágico, que custou várias vidas. O trabalho mostrou que as ondas formadas eram menores do que as relatadas, evidenciando que somente a erupção não seria capaz de explicar o tamanho da catástrofe.

“Quando um dos flancos do vulcão escorregou, o efeito foi como abrir uma garrafa de champanhe: a liberação repentina de pressão permitiu que o gás no sistema de magma se expandisse, resultando em uma enorme explosão”, explicou o geofísico do GEOMAR, Jens Karstens, em nota, sobre como o tsunami foi gerado.

Monitoramento de vulcões submarinos

Algo semelhante aos eventos ocorridos na erupção do vulcão Kolumbo em 1650 pode ter acontecido na erupção do Hunga Tonga, em 2022. Considerada a maior explosão natural dos últimos 100 anos, ela impactou a região de forma significativa e também a camada de ozônio.

Diante disso, os autores do estudo acreditam que a tecnologia usada para resolver este mistério de quase 400 anos possa ser aproveitada no monitoramento de vulcões submarinos ativos, permitindo emitir alertas com antecedência e mitigar riscos.

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