Conheça 5 estudos científicos desumanos que já foram realizados

09/04/2014 às 06:314 min de leitura

Há poucos dias nós contamos para você algumas curiosidades a respeito de ensaios clínicos, você lembra? E quando o assunto é Ciência, há sempre muita coisa a ser dita, muitas curiosidades bizarras e, claro, um mundaréu de informações que talvez você ainda desconheça.

Uma coisa é verdade: para se comprovar alguma coisa cientificamente, é preciso realizar testes e, nesse sentido mais empírico da coisa, há sempre muita polêmica envolvida. O List Verse elencou algumas pesquisas científicas com experimentos malucos e antiéticos. Confira:

1 – Eletrochoque em crianças

Fonte da imagem: Reprodução/danielclark

O tratamento com eletrochoque é polêmico por si só, desde que foi criado, mas uma neuropsiquiatra do Hospital Bellevue, em Nova York, deu o que falar quando, nos anos 40 e 50, iniciou pesquisas de terapia de eletrochoque em crianças, principalmente nas autistas. Estamos falando de Lauretta Bender, uma médica conhecida pela sua vaidade e pelo seu orgulho.

Ela se vangloriava dos tratamentos com eletrochoque que realizava em crianças a partir dos quatro anos de idade. Os resultados não eram tão positivos quanto a propaganda feita pela médica, já que as crianças submetidas ao forte tratamento acabavam piorando, apresentando sinais de violência ou, ainda, estados catatônicos. Já adultos, muitos pacientes da médica foram considerados “arruinados”, tendo se envolvido em atos criminosos e até mesmo cometido suicídio.

Fonte da imagem: Reprodução/orientarcos

O método usado pela médica consistia na aplicação de choques até que os pacientes tivessem convulsões e desmaiassem. Depois da sessão, quando acordavam, recebiam doces e pequenos agrados. Entre os pacientes tratados por Lauretta, alguns só apresentavam traços de timidez e retração social. Muitos dos pacientes da médica foram diagnosticados erroneamente como autistas, inclusive. Em níveis mais avançados de tratamento, Lauretta utilizava LSD em seus experimentos.

Alguns pacientes relataram suas histórias anos depois e expuseram as péssimas condições às quais foram submetidos durante o tratamento de Lauretta. Segundo os relatos, eles eram obrigados a agir como se estivessem felizes enquanto estivessem no Hospital Bellevue.

2 – Radiação extrema

Fonte da imagem: Reprodução/liquidarea

Qualquer pessoa com um pouco de juízo sabe que, quanto mais longe se ficar da radiação e de elementos radiativos, melhor. É lógico que nem sempre foi assim. A própria Marie Curie, responsável pela descoberta do rádio e do polônio, ganhadora de um Nobel de Física e um de Química, morreu devido à grande exposição a elementos radiativos. Só para você ter ideia, os cadernos usados pela cientista ainda são considerados materiais radiativos.

Antigamente não se sabia muito bem os perigos desses elementos e, por isso mesmo, o uso era indiscriminado. Tão indiscriminado que o médico Eugene Saenger, considerado pioneiro da chamada Medicina Nuclear, utilizava métodos pouco tradicionais em suas pesquisas na década de 60, já que expôs mais de 90 pacientes com câncer a grandes doses de radiação.

Fonte da imagem: Reprodução/pinterest

Saenger acreditava que a radiação seria capaz de curar a doença ou, pelo menos, aliviar os sintomas. Por trás das boas intenções do médico, havia um incentivo vindo do Pentágono, que pretendia descobrir quanto uma pessoa poderia aguentar de radiação antes de ficar totalmente desorientada.

As “cobaias” eram pessoas pobres, sendo que 60% desse total eram formados por negros. Logo no primeiro mês, 21 pacientes morreram. O médico declarou que foram “apenas” oito mortes e, depois de um tempo, mudou seu discurso, afirmando que nenhum paciente havia morrido.

O médico se defendeu, dizendo que os pacientes sabiam que seriam expostos à radiação. Há quem acredite, porém, que o que eles deveriam saber mesmo é que havia risco de morte.

3 – Injeção de células de câncer

Fonte da imagem: Reprodução/crapaganda

O médico oncologista Chester Southam queria estudar o comportamento de células cancerosas vivas em corpos de pessoas saudáveis e, por isso, na década de 60, ele deu início a um estudo ousado e polêmico. O médico contou com a ajuda de voluntários da Penitenciária de Ohio, nos EUA, para injetar as tais células em pessoas saudáveis. Nesse caso, ele reparou que o sistema imune dessas pessoas rejeitava as células de câncer em até 30 dias.

Já a resposta de pacientes que já tinham a doença foi, obviamente, mais lenta. Para ter mais casos em sua pesquisa, Southam passou a injetar as células em pacientes idosos e não portadores da doença. Para tal, ele convenceu diversos hospitais de que seu experimento era algo que não precisaria ser previamente autorizado pelos pacientes. Na verdade, segundo ele, era melhor que essas pessoas nem soubessem o que estava sendo feito.

Foi dessa forma que o médico passou a injetar células cancerosas em doentes crônicos que não tinham câncer. O método de Southam foi mantido em sigilo até que todas as injeções fossem aplicadas.

4 – Rivalidade entre pré-adolescentes

Fonte da imagem: Reprodução/apps01

A ideia de Muzafer Sherif, um psicólogo turco que trabalhou nos EUA durante a década de 50, vai deixar você um pouco reflexivo. Ele queria estudar relações de conflitos entre pessoas pertencentes a grupos diferentes. Para isso, sua ideia foi trabalhar com dois grupos de pré-adolescentes de 11 anos, deixá-los uns contra os outros e ver o que acontecia.

Para que seu plano desse certo, ele organizou uma viagem de acampamento com 22 garotos, que nem faziam ideia de que participariam de um experimento psicológico. Em pouco tempo, o clima de férias se tornou um verdadeiro campo de batalha.

O psicólogo separou os adolescentes em dois grupos: os “cobras cascavéis” e os “águias”. Os garotos só podiam conversar com outros garotos que fizessem parte do seu grupo. Assim que todo mundo já estava se dando bem, o outro grupo foi apresentado e então todos começaram a se provocar durante as competições.

Fonte da imagem: Reprodução/culturamix

O primeiro passo para a rivalidade era um xingamento simples, que culminava na recusa a fazer parte do grupo rival, e, consequentemente, os levava a degradar ambientes e objetos que pertenciam aos rivais. A raiva era tanta que os adolescentes fizeram guerras de comida e se recusavam a compartilhar até mesmo um lápis com integrantes do lado oposto.

Assim que o ódio na medida certa foi estabelecido entre os garotos, os cientistas que acompanhavam o experimento indicaram tarefas e problemas cujas soluções só poderiam ser encontradas em equipe. Essa atitude causou uma diminuição superlenta nos níveis de rivalidade. Ao final do estudo, concluiu-se que os meninos adquiriram uma repulsa duradoura pelos membros do outro grupo.

5 – O caso de Emma Eckstein

Fonte da imagem: Reprodução/tvxs

Por mais que seu conhecimento na área da psicanálise seja nulo, você provavelmente já pelo menos ouviu falar a respeito de Sigmund Freud, não é mesmo? O nome do psicanalista tem sido alvo de inúmeras críticas depois de sua morte, principalmente.

Um dos casos mais polêmicos tratados por Freud foi o de uma paciente chamada Emma Eckstein, cujo maior problema de saúde estava aparentemente relacionado à sua menstruação. Freud acreditava que o nariz estava direta e indiscutivelmente ligado aos órgãos genitais e, por isso, a solução do problema de Emma era remover parte de seu nariz.

Fonte da imagem: Reprodução/joannagniady

A cirurgia foi feita e, obviamente, nada foi resolvido. Para piorar, o nariz da moça simplesmente não cicatrizava. A jovem apresentou um quadro grave de hemorragia e só então Freud percebeu que o médico que havia realizado o procedimento tinha deixado um pedaço de gaze dentro do nariz de Emma.

O nariz da paciente demorou um ano para se recuperar totalmente e, mesmo depois desse tempo todo, a queixa principal, a respeito da menstruação, não tinha sido solucionada.

Como, para Freud, tudo está sempre ligado ao sexo, a conclusão do caso foi a de que a própria Emma era a culpada, já que ela deveria ter desejos sexuais pelo próprio irresistível Freud e, por isso, seu corpo inteiro estava em desalinho. Era por isso também que seu nariz demorou tanto para sarar – e não por culpa do erro médico. Ah, Freud... Sério mesmo?

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