4 coisas erradas que Succession conta sobre os negócios

30/05/2023 às 08:003 min de leitura

A série Succession chegou ao fim na HBO com grande êxito de audiência na emissora. Milhares de pessoas assistiram às quatro temporadas do drama com tons de comédia em que os membros da família Roy se engalfinhavam (quase sempre metaforicamente) para definir quem sucederia o pai, Logan Roy, o grande chefão do conglomerado de comunicação Waystar Royco.

Obviamente, Succession interessava mais por conta dos dramas familiares do que pela parte do funcionamento da empresa — que, se realmente existisse, estaria exibindo alguns elementos meio inverossímeis. Neste texto, compartilhamos 4 retratos errados que Succession faz sobre o mundo dos negócios.

1. O poder de Logan Roy

(Fonte: Los Angeles Times)(Fonte: Los Angeles Times)

O tema central de Succession é — como o título sugere — descobrir quem vai substituir Logan Roy na empresa que ele mesmo criou. Logan é o CEO da Waystar Royco, mas está já bastante velho e com sérios problemas de saúde que são exibidos desde o primeiro episódio da série.

Na vida real, seria muito improvável que Logan Roy tivesse o poder absoluto que é exibido na história. Ele chega ao ponto de demitir os diretores do conselho da Waystar Royco só porque teve vontade. Segundo afirma Kai Liekefett, que é especialista em questões de governança corporativa, "o CEO não pode demitir o conselho, é o contrário".

Mas quem trabalha na área de negócios admite que os exageros fazem parte da dinâmica da ficção. Um Logan mais leve e real provavelmente não seria tão carismático. "Parte disso é sobre a dinâmica dramática interna do show — o tipo de tirano que ele é em sua família, que então vemos reproduzido no ambiente de negócios", comenta Diane Kemker, professora de Direito na Southern University Law Center.

2. A disputa entre os filhos

(Fonte: NBC News)(Fonte: NBC News)

Seria difícil que a Waystar Royco fosse tão bem sucedida (vale lembrar que a emissora tem poder de influência sobre o presidente dos Estados Unidos!) com o modo de gestão usado por Logan Roy. Um dos erros crassos que ele comete é colocar seus filhos uns contra os outros, já que eles concorrem para ver quem o pai irá escolher para virar o novo CEO.

"A falha fatal no planejamento de sucessão do CEO é criar uma corrida pública para o cargo. Essa é a pior coisa que você pode fazer. E essencialmente é isso que acontece na Waystar. E é a roupa suja da família, a família está em público, é uma corrida de cavalos entre os irmãos e Shiv", afirma Aaron Sorensen, sócio da empresa de consultoria corporativa Lotis Blue Consulting.

Contudo, Sorensen destaca que, mesmo sendo uma estratégia péssima, é algo que costuma acontecer com alguma frequência em empresas familiares.

3. A participação do conselho

(Fonte: Vox)(Fonte: Vox)

Se você acompanhou bem Succession, sabe bem que boa parte dos entraves dos Roy ocorria porque eles precisam muitas vezes convencer os acionistas a dar algum voto ou apoiar alguma decisão. Só que, nos negócios reais, provavelmente não seria bem assim.

"Waystar é uma empresa pública. O que o show erra é que o conselho estaria em tudo isso. Você tem pequenos vislumbres, como: 'Oh, fulano é um proprietário de 4%'. Mas você não tem noção da governança e da dinâmica do conselho. O conselho tem a responsabilidade fiduciária de não deixar isso acontecer, e você não veria isso acontecer dessa maneira", reitera Aaron Sorensen.

4. A saúde do CEO e a qualidade da comunicação organizacional

(Fonte: Haute Living)(Fonte: Haute Living)

Logo no primeiro episódio, Logan Roy tem um derrame. Ele leva muito tempo para se recuperar, e sua saúde nunca volta a ser a mesma. Em uma empresa de grande porte, dificilmente eles passariam tanto tempo navegando com a nebulosidade da incerteza do próximo CEO, pois isso afetaria o negócio de formas muito profundas.

"Se você está listado na bolsa de valores de Nova York, se está listado na NASDAQ, você tem a obrigação em nome de seus acionistas de ter um plano de sucessão em vigor. Parte dos processos de planejamento de sucessão agora inclui exames médicos completos, e isso é submetido à decisão em nome do conselho sobre qual candidato eles desejam contratar. Em última análise, o conselho assume isso, e é responsabilidade do conselho garantir que haja um plano em vigor e que eles estejam procurando os candidatos certos", completa Aaron Sorensen.

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