Artes/cultura
23/11/2022 às 11:00•2 min de leitura
Esta é uma história inusitada, porém real, compartilhada pelo empreendedor americano Matt Schnuck. Um experimento conjunto foi feito por pesquisadores das universidades Stanford, da Califórnia e de Tóquio para tentar desvendar uma questão intrigante. Quando se pensa em trabalho em equipe, quem é mais eficiente: CEOs, advogados, estudantes de pós-graduação ou... crianças?
A investigação foi feita a partir de um dos testes mais tradicionais usados em dinâmicas de equipe, que visa analisar a capacidade dos participantes de se unirem e se organizarem de maneira eficiente, exercendo tanto a capacidade de liderar quanto de ser liderado quando necessário. Vejamos o que ocorreu nesta experiência.
(Fonte: Twitter)
O teste aplicado era bem conhecido: os participantes deveriam escolher um material que construiria a torre mais alta. As opções eram: 1 marshmallow, 20 fios de espaguete, 1 rolo de corda, 1 fita adesiva. Em seguida, eles construíam a torre. A experiência foi repetida em vários lugares diferentes e o resultado foi medido e analisado.
Muita gente apostaria que os alunos de pós-graduação se sairiam melhor. Mas pasmem: eles ficaram em último lugar, atrás dos advogados, dos CEOs e dos grandes vencedores: as crianças.
Matt Schnuck analisou as ações realizadas pelo último lugar (os estudantes de pós-graduação) e pelo primeiro (as crianças) para comparar o que eles tinham feito. O que ele observou é que os estudantes começaram a se organizar estrategicamente, conversando e compartilhando insights inteligentes. Em seguida, eles levantaram várias opções de ação para decidir sobre qual seria a melhor a ser seguida. Por fim, dividiram as tarefas e começaram a construir a torre.
Já as crianças seguiram um caminho totalmente diferente. Elas não usaram estratégias nem discutiram o que poderia acontecer. Cada uma delas pegou o seu material e começou a construir enquanto interagia. Suas conversas eram rápidas e ágeis: elas redirecionavam o que as outras estavam fazendo se julgassem necessário.
(Fonte: Twitter)
Conforme aponta Matt Schnuck, é possível analisar a eficiência naquilo que os dois grupos fizeram. À primeira vista, os estudantes de pós-graduação pareciam estar trabalhando de forma cooperativa. Mas o que ocorria ali, segundo os estudos de administração e psicologia, era o que se chama de status management, um tipo de gerenciamento baseado (muitas vezes de maneira inconsciente) na obediência a hierarquias. Quem não as segue, pode ser excluído do grupo - e isso pode ser um empecilho na hora de revelar as capacidades criativas dos participantes.
As crianças, por outro lado, não pensaram em nenhum momento nisso. Schnuck pontua que a estratégia delas poderia ser descrita assim: quando mais se "brinca" com o material, mais coisas serão descobertas. Sendo assim, elas não gastavam a energia pensando em coisas como: quem está no comando aqui? Quais são as regras? Posso criticar a ideia dos colegas?
Por consequência, elas não desperdiçaram a energia - apenas a usavam para experimentar coisas novas. Quando algo não dava certo, elas imediatamente tentavam algo novo. E assim, acabavam trabalhando juntas e chegando a melhores resultados.
Segundo o empreendedor, não é que as crianças fossem mais inteligentes, e sim que elas trabalharam de maneira mais inteligente. E é por isso que crianças pequenas conseguem ser mais eficientes que CEOs e estudantes de pós-graduação.