Para onde vai a civilização humana? Salto evolutivo ou colapso autoritário?

17/05/2025 às 03:252 min de leituraAtualizado em 17/05/2025 às 03:25

Famoso por prever alguns dos eventos mais significativos dos anos 2000, o teórico de sistemas britânico Nafeez Ahmed volta à carga em um novo artigo no qual prevê que a civilização humana está à beira de um “salto gigante”. Isso significa um momento crítico de avanço evolutivo que pode levar a uma transformação significativa.

Publicado recentemente na revista científica Foresight, o estudo afirma que esse salto pode nos conduzir a uma “superabundância em rede”, mas também “pode ser frustrado por projetos políticos centralizados de extrema direita, como o governo Donald Trump”, segundo um comunicado de imprensa.

Em suas justificativas, Ahmed afirma que a civilização industrial caminha para “um declínio inevitável”. Sua expectativa é que ela seja substituída por uma suposta civilização “pós-materialista” mais avançada que atual, movida a energia limpa e distribuída de forma “superabundante”. O problema, diz ele, é o que o declínio está sendo muito rápido.

Ciclo das civilizações e declínio industrial

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A civilização industrial caminha para seu estágio final de reorganização. (Fonte: Getty images/Reprodução)

Com a autoridade de quem previu a crise financeira de 2008, o crescimento da energia limpa e o Brexit, Ahmed argumenta que as civilizações se desenvolvem através de quatro estágios: crescimento, estabilidade, declínio e transformação. Esse ciclo de vida abrange mudanças materiais-tecnológicas e culturais-organizacionais ao longo do tempo.

As evidências convincentes de que a civilização industrial caminha para o estágio final de reorganização de seu ciclo adaptativo, diz Ahmed, podem ser obtidas "a partir de dados empíricos em setores fundamentais da produção material, demonstrando transições de fase interconectadas simultâneas em energia, transporte, alimentos e informação".

Uma dessas evidências, o declínio natural do Retorno sobre Investimento em Energia (EROI), mostra que estamos tendo que gastar cada vez mais energia para extrair menos energia dos combustíveis fósseis. Apesar disso, governos autoritários e grupos reacionários criam políticas que perpetuam os subsídios aos combustíveis fósseis. 

Transformação tecnológica e seus desafios

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Novas tecnologias conseguem aumentar nossa capacidade produtiva. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

No entanto, melhorias exponenciais do EROI de energias limpas representam uma oportunidade de transformação no sistema energético global. Avanços e mudanças semelhantes podem ser notados em outros setores como produção de alimentos, transporte e inteligência artificial. 

Prevendo uma transformação tecnológica radical nas próximas décadas, o estudo diz que iremos testemunhar uma convergência de várias tecnologias revolucionárias que, juntas, poderão remodelar a forma como produzimos e consumimos recursos entre 2030 e 2060.

Quando integradas, essas tecnologias conseguem aumentar nossa capacidade produtiva, porém preservando e protegendo os sistemas naturais da Terra. Contudo, alerta Ahmed, o crescimento do autoritarismo no mundo é uma constante ameaça à emergência desse revolucionário ciclo civilizatório. 

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